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quarta-feira, 25 de março de 2015

O EXISTENCIALISMO QUE TE ENLOUQUECE A VONTADE

A Crítica as ambições desmedidas da Razão, via Idealismo de Kant e o Romantismo Cultural, são as duas bases ou antecedentes decisivos para a formação de uma corrente ou matriz de pensamento que geralmente é atribuída a Kierkegaard, mas que de fato parece se enunciar claramente em Schopenhauer. Tal corrente é subestimada e, em geral, seus laços familiares e diversas linhagens são vistas como escolas fechadas e sem relações, porém são todos expressão do tema existencial, do fato de que a razão humana confronta-se com um limite imposto pela natureza, pela sua própria vontade indomável, o destino como figura trágica da existência e o acaso. O que Nietzsche faz com a razão é somente mastigá-la ou moer seus ossos de tal modo que nada mais pareça ser passível de controle ou iluminação e Freud  e muitos outros seguem nesta esteira exibindo o limite às ambições desmedidas da razão,as tragédias da existência e aquela indeterminação pura que confrontada com o individualismo parece virar o mundo de cabeça para baixo. O mesmo sujeito histórico que busca a revolução, dorme com um sentimento de caos em seu coração e se entrega apaixonadamente em um sonho, em uma fantasia e um delírio que lhe parecem expressar a máxima liberdade de sua vontade, o completo domínio de suas representações como pedras de amparo para um mundo que não é seu, que não lhe pertence e para o qual não possui nenhuma ideia que o resolva ou que o complete. E ele fica solto neste mundo correndo para um lado e para o outro, se desencontrando, se encontrando e muitas vezes se perdendo num desvão de sentido da história. O ser que pensa nestes tempos jamais terá alguma certeza de estar no mesmo tempo que os demais e passa a desconfiar que se der o acaso e a sorte, será aquilo que ele quer   e que o seu existir é o mais puro produto do descontrole da razão e da sua incapacidade de responder a todas as perguntas que se propõe e vai relaxar e viver, sem nenhum medo e nenhuma culpa sobre si, mas somente a pequena responsabilidade - um resquício de consciência - pelas escolhas que lhe foram possíveis fazer - uma pequena liberdade - e que soube fazer - uma diminuta série de conhecimentos - e mais nada para pensar em sua relação crítica com o mundo e consigo mesmo. Ele não será um herói, nem um salvador, apenas humano, demasiado humano, e ser isso será um ato máximo de sua vontade que durará até que ele deixe de ser... até que só reste um desdenho a mais do pensar, um desdenho novo de questões e de respostas que está sendo feita desde um tempo e que talvez prossiga por muito tempo ainda, enquanto houver o ser....

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