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terça-feira, 24 de março de 2015

INTERVENÇÃO MILITAR: VIOLÊNCIA OU JUSTIÇA?

As pessoas que propõem intervenção militar são muito ingênuas, na minha bem franca opinião. Desconhecem as conseqüências graves de suas propostas. Negam por ignorância os crimes cometidos na ditadura, o arbítrio, a tortura, as condenações e execuções sem provas e a violação dos direitos humanos de mulheres, crianças, pais e filhos, mães, jovens, estudantes e trabalhadores. Elas esquecem que o poder adere à pele de quem o usurpa. A última vez que isso aconteceu no Brasil levou mais de 25 anos para descolar. E a questão moral de fundo aí é o arbítrio e a usurpação do poder que sempre leva a violência e não a justiça. O nome intervenção ou golpe não muda a natureza do processo de usurpação do poder e de ilegalidade e a sua lógica imoral e a maior prova disto é que foi exatamente isto o que aconteceu em 1964 e até hoje os addictos aos militares chamam de revolução e os adversários e mesmo alguns simpatizantes decepcionados chamaram de golpe. Naquela época, as razões para o golpe ou a intervenção militar também eram baseadas em opiniões arbitrárias, emocionais e sentimentais insufladas pela ambição daqueles que se viam afastados do poder pela via democrática e que perdiam espaços nos legislativos e executivos por todo o pais, e caso prosseguisse o processo histórico que eles tentaram interromper não teriam mais vez como elite neste país e já antes com o suicídio de Vargas, com a eleição de JK e com a renuncia de Jânio e ainda assim com a solução Parlamentarista que foi derrotada em plebiscito. Sobre gostar ou não de polícia, exército eu vejo uma única questão ai o do controle legal da violência legítima do estado que deve ser limitada pela justiça e pelo respeito à lei constitucional. É mentira dizer que aqueles que deram o golpe ou que promoveram a intervenção militar ou a revolução salvaram a pátria do fantasma do comunismo. Eles colocaram o país no período mais arbitrário de sua história. E o arbítrio levou a violência sobre os opositores do regime, contra os sindicatos, contra a liberdade de opinião e permitiu que fosse feita uma série de lambanças na economia brasileira que até hoje nos impedem de colocar o estado brasileiro em pé. Um exemplo disso são os diversos tipos de dívidas previdenciárias, de empreendimentos e de gestão das empresas estatais e também da alargada corrupção protegida pelo regime de força. Estas dívidas e desvios foram geradas a partir da distribuição de benesses aos que sustentavam o regime. E você pode olhar como isso se deu bastando buscar nominalmente aos detentores de poder do regime e seus herdeiros. Filhas solteiras de militares é bem pouco comparado com todo o resto. Ninguém gosta de violência e quem gosta de violência não tem mesmo cabeça boa. Todo mundo quer justiça, mas nem todo mundo quer pagar na justiça mesmo que seja numa boa. É um problema de caráter moral e bem natural no fundo. Assim aqueles que defendem uma intervenção militar não são razoáveis e possuem apenas uma opinião irresponsável e extremada sobre os fatos que não resolve mesmo nenhum problema e pode apenas abrir um outro ciclo de mais problemas sendo encobertos e maquiados sob a forma de sustentação de mais um regime de arbítrio. Não creio, enfim, ser possível fazer justiça baseado e dilemas e concepções cuja única base é a mera opinião, sem correspondência com os fatos e sem uma análise apurada e rigorosa dos fatos...e isso hoje em dia só pode ser produto do que tenho chamado de ignorância voluntária...

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