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terça-feira, 10 de março de 2015

A FARSA PROGRESSISTA DE UMA SIGLA SOBRE A TRAGÉDIA DO PP GAÚCHO: A PARTIR DE UMA PEQUENA OBSERVAÇÃO

Eu creio que não é mesmo o fim de um partido, mas sim o desfecho de uma sina, quase uma maldição ou danação, que este partido enfrenta por conta de ser herdeiro e sucessor de certa tradição política que é no fundo incompatível com a democracia e em cuja estratégia e esforço imoral ele tentou esconder.

A observação perspicaz de uma fotografia da cúpula do partido, sem sua senadora e sem seus deputados estaduais – preservados em suas responsabilidades, respondendo à situação e sua posição na lista encaminhada ao STF pelo Procurador Geral Janot, pedindo investigação e constituição de provas sobre os seis deputados e um ex-deputado, que é pai do novo deputado federal eleito, serem suspeitos de receber propina e suspeitos de representarem o maior partido presente no escândalo da Petrobrás segundo esta lista – afinal são 32 membros, entre os 50 listados. 

Cito  o Vinicius: “A página 5 da ZH de hoje estampa reportagem sobre a reunião realizada na sede estadual do Partido Progressista. O objetivo do encontro, é lógico, foi a inclusão da bancada inteira na lista do Janot. Mas o que me chamou atenção mesmo foi a foto em que está o presidente da legenda, ladeado de dois dos parlamentares listados. Como cenário, há uma galeria de fotos de todos que já presidiram a sigla no RS e, acima, cinco quadros, com todos os logotipos do partido que trocou de nome quatro vezes durante sua história: nasceu Arena, virou PDS, PPR, PPB e hoje está PP. O curioso é que o atual logotipo é claramente inspirado na marca do original, da Aliança Renovadora Nacional, o partido de Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e Geisel. Mudam as cores, mas nas duas marcas, os traços formam um "bonequinho" de braços abertos. Coincidência?”
Mudaram o nome, mas o significado, o programa e os propósitos são os mesmos. Isso não é enganar o povo mudando a embalagem? O próprio nome é uma fraude intelectual porque de progressistas eles não tem é nada, muito menos de liberais, pois são segundo uma certa categorização usada desde John Locke puramente conservadores...Aliás é interessante este tipo de prática de ludibriar os eleitores pelo uso de designadores que contraditam a própria ideologia dos partidos, como também é o caso dos Democratas – que são a outra fração herdeira da ditadura e do PFL, justamente aqueles que são mais liberais do que democratas e que mudaram de nome após o fim da era FHC à qual estavam associados e brandindo bandeiras de neoliberalismo. E, também, a proeza de Marketing e falseamento do candidato eleito governador com o slogan: MEU PARTIDO É O RIO GRANDE, mas que ao fim e ao cabo o seu partido é o velho PMDB – ou mdb de guerra...

Creio que o que o Vi observou mostra certo retrocesso. Eles mudaram o nome tantas vezes pretendendo se modernizar de ARENA, para PDS, depois para PPR, depois para PPB, depois para PP  e se despregar da herança conservadora e autoritária da ditadura, dando ênfase à alcunha progressista, numa tentativa de se despir das fardas e dos signos e isso porque queriam parecer modernos, liberais e progressistas porque era meio vergonhoso este vínculo. Mas hoje, passados 30 anos a vergonha passou e esta negação foi removida por certo orgulho histórico, como se tudo que aconteceu tivesse sido apagado. Então veio o Heinz e o Bolssonaro, talvez os mais representativos, para mostrar quem eles realmente são e bater com orgulho no peito e brandindo as velhas teses conservadoras e autoritárias.

Essa ideologia ditatorial e herança ditatorial tem ficado tão coerente que a Senadora deles Dona Ana foi esposa de um senador biônico e que aquela velha fração do PMDB que adota o discurso de ódio contra o PT aqui no sul à tanto tempo vez ou outra se associa a eles para fazer as honras da velha casa. E a presença do Deputado Alceu Moreira com o Heinz é um signo tão inesquecível naquele palanque e plataforma conservadora que até filho de petista ou simpatizante dos anos 80 lembra bem de que vozes do ódio ou da raiva são aquelas. E não há nada que nos faça esquecer isso ou que justifique uma violência ou agressão sofrida por conta de sermos portadores de uma ideologia diferente, mais progressista e em alguns casos bem mais liberal que a deles.

A transformação do caráter progressista em uma etiqueta ambígua é altamente enganadora e imoral e espero de vez que com este episódio os eleitores desavisados, ingênuos ou inocentes deste estado passem a perceber realmente do que se trata de fato.   

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