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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

SOBRE FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA - PEQUENO DEBATE

Rosane Oliveira, a colunista política de Zero Hora postou no Twitter isto:

“Eu seria a favor do financiamento público de campanhas se acreditasse que não haverá doações por fora. O sistema todo está desacreditado.”

Mais um caso em que o bom debate e destacar as devidas diferenças e que tem seu valor. Eu diria justamente o contrário:

É justamente porque o sistema está desacreditado que precisamos criar o financiamento público de campanha para resgatar credibilidade ao sistema ou para ser mais rigoroso, construir uma credibilidade que ele nunca teve ou possuiu. Porque precisamos mesmo ter um sistema político crível e regulado, confiável e justo. Então é preciso sim regulamentar via reforma política isso, por que só assim poderemos começar a conduzir  as doações para dentro da regulação, do controle e do monitoramento dos cidadãos. E se houver doações por fora que sejam devidamente flagradas, denunciadas e punidas.

As questões de fundo para debate, para mim, são as seguintes:

Você quer que o sistema continue assim? Por isto, então, é que não é a favor
Ou você simplesmente acha que não vai dar certo e ponto final? (o típico raciocínio que impede a mudança e a possibilidade de mudança subjetiva e objetivamente e se baseia num pressuposto quase infantil, mas que tenta ter ares de cético ou nihilista.)

Teu pretexto é justamente o de que não vai dar certo?

Para acabar com as doações “por fora” precisamos forçar através de lei que as doações sejam “por dentro”. Deixar assim é só manter o que está ai que aliás só é vantajoso para quem arrecada e quem se beneficia da arrecadação e o que coloca nos parlamentos e governos isso que temos ai hoje. 

Se queres mesmo mudança, se sabes mesmo que ela é necessária e queres algo melhor é preciso mudar justamente isso. Se não queres mudança é melhor arranjar outro tipo de argumento favorável ao que está ai, porque o de que não vai dar certo é absolutamente dispensável. Não haverá reforma política que supere o atual sistema político sem profundas mudanças no financiamento das campanhas. 

Então, na contramão de Rosane de Oliveira eu digo:

É preciso ser a favor do financiamento público de campanha para mudar a credibilidade do sistema político brasileiro. 

Afinal, é melhor tentar do que desistir antes de dar certo ou errado. 

O futuro do Brasil e da política do Brasil não pode depender de vaticínios fatalistas, bola de cristal, advinhões ou pessimistas, que só servem para aumentar o clima de terror e de estupidez nesta matéria. 

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