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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

MINI-PROGRAMA PARA ENSINO RELIGIOSO - DESDE 1998

Uma amiga que é leiga vai lecionar ensino religioso na escola e pede sugestões. Minha primeira é te agarra em Kant, Nietzsche e Engels e vai com calma. Além disso, não esquece que a religião é o recurso que os homens criaram ou melhor desenvolveram, com sua ampla sabedoria, experiência, fragilidades e perspicácia frente à temores e horrores, da natureza e do próximo ou estranho e capacidade criativa. Freud que era muito generoso e compreensivo até mesmo em relação à isso, chama isso de um grande delírio apenas -  criaram para amparar suas fraquezas, finitude e dor neste grande vale de lágrimas que é e continua sendo o mundo. Nietzsche dizia que era uma muleta para homens fracos e isso é uma demasia crítica desnecessária, pois não substitui a necessidade de amparo e conforto por mais nada. Então, religião é para quem precisa mesmo e para quem é - como eu confesso - um ateu abalado pelos mistérios e maravilhas da existência, pelos milagres e acasos, sortes e azares, tragédias e comédias, dramas e melodramas desta vida. Eu começava perguntando o seguinte: qual é a origem da ideia de Deus? Só há duas possibilidades: ou é Deus mesmo e, então, somos criaturas, ou é o próprio homem. E é preciso considerar que o homem  não inventa coisas sem necessidade ou só por capricho. E caso seja uma semente depositada na nossa alminha não deveria ser algo ruim não. O problema seguinte daí é saber qual é a religião que tem de fato linha direta e compreende o divino? Daí é que a porca torce o rabo, porque não há como demonstrar ou provar isso para ninguém. Acaba-se numa escolha de crenças influenciada por nossa família, nossos cultos ancestrais e por escolhas funcionais que na sociedade buscam status ou algum tipo de lugar ao sol, proteção, amparo e uma "teoria" explicativa do mundo, em lugar da ciência e do conhecimento.  Só ai já tem um bom pacote de questões para trabalhar o ano inteiro. Escolha a sua hierarquia e ordem de reflexão e deixa a gurizada dar opinião à vontade....eu perguntaria que religião é boa para as relações humanas mais compreensivas e a humanidade como um todo? Ou como deveríamos compreender, tolerar e respeitar as religiões dos outros, num contexto como o atual de conflitos, preconceitos e também de excesso de crenças e de racionalidades, umas contra as outras....Sobre tolerância recomendo muito a leitura do ensaio de John Locke...viu Cláudia Gil​?

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