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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

NEGAÇÃO NA EDUCAÇÃO -

Comentando a percepção do Nilton Fernando de que as pessoas curtem muito as críticas à educação, reproduzem e compartilham e que quando tem uma boa notícia da área as pessoas não leem e não curtem. Porque o comentário negativo é fácil. Muito mais comum do que parece. E muito comum entre aqueles que não tem compromisso coma educação também. Seja dos seus filhos, seja a escola, seja a educação dos filhos dos outros. Com esta indiferença o nome disso é negação e se deve ao fato de que é mais fácil a recusa do que a aceitação dos fatos...esta negação também se deve ao papel real que algumas pessoas tem no processo educacional brasileiro o que inclui tragicamente alguns educadores que meio assim e meio assado atuam na área sem perceber as mudanças, sem fazer parte delas e reclamam, resmungam e debocham o tempo todo de qualquer processo, projeto ou programa na área. Se o projeto é assim, deveria ser assado, se é assado deveria ser assim. Eu disse uma vez que isso era hipercrítico, mas não é, é um processo pseudo crítico porque quando você vai mais a fundo nos processos, projetos, programas e propostas percebe que estas pessoas críticas não te acompanham simplesmente porque não conhecem a fundo e em detalhe as propostas. Fazem uma leitura prima facie e superficial e tem por hábito generalizar quase em instantâneo qualquer coisa, ou prender-se a detalhes irrelevantes ou simplesmente fazem uma leitura ahistoricizada dos processos. Em diversos aspectos a educação brasileira avança como nunca, mas alguns parecem estar zumbizando em torno disso. E a imprensa alardeia muito mais os aspectos dos insucessos do que outras coisas. Aliás esta é a forma dominante também em relação à saúde pública e à segurança pública. Mas os resultados vão aparecendo. Ontem a discussão do SISU na rede globo é um exemplo disso. Olham mais para o que não deu e nunca compararam o que deu com o que nunca tinha dado certo antes. É a típica cegueira histórica pseudo-crítica e superficial. As escolas nunca receberam tantos recursos para gestão. A cada 3 anos há um novo ciclo de informatização pelo MEC e se você for em algumas escolas vais descobrir equipamentos abandonados e não usados pelas desculpas mais esfarrapadas possíveis. Mas isso não é assim em todo lugar. Tem escolas que tem ótima manutenção e infraestrutura e suas direções aplicam os recursos com sabedoria e muito cuidado, mas também apareceu escola com ventilador de teto caindo cuja culpa era do governador. Todas as escolas receberam livros didáticos e livros para as bibliotecas, mas nem todas tem colocado os livros à disposição. Mas não é assim em todo lugar não. Os alunos de escolas públicas que vão bem no enem e em outros exames leem muito. Os alunos que avançam nos estudos e que hoje fazem prouni, ciência sem fronteiras, os novos professores tiveram estímulos, apoio e realizaram trocas e socialização significativa com seus professores no ensino médio e fundamental. Mas enquanto isso nem todos percebem isso, participam isso, valorizam isso e atuam como reforço disso. O papel dos pais na educação brasileira me parece fundamental para o grande passo para o futuro. Mas isso não acontecerá sem estímulo das autoridades, sem estímulo da imprensa e sem uma escola com gestão e professores realmente abertos para isso. Não nego a necessidade de resolver a questão do PISO, pois o salário é um grande incentivo na melhoria das condições de trabalho, mas não pode mesmo ser a única prioridade do pensamento progressista. Bastou um ajuste no orçamento federal para a educação que a negação fácil se apresenta de novo. Mas sabem, em sua ligeireza de juízo, qual foi a evolução dos investimentos em educação dos últimos 20 ANOS? Sabem de fato que recursos foram reduzidos? Não sabem e o que vejo é a mesma velha mania de negação que vai sempre interpretar o bicho pela ponta do dedinho de modo a voltar para o senso comum. Por fim, faço um paralelo aqui ao que ocorre com a política. Tanto para a educação quanto para a política a negação só traz danos, pois não se segue da negação uma melhor política ou uma melhor educação. Isso não significa que temos que esconder os problemas ou abandonar as perspectivas críticas, mas sim que precisamos equilibrar isso com os aspectos positivos. Do contrário se investe em uma economia libidinal, cognitiva e volitiva que embrenhada na negação nada mudará e vai deixar as coisas piores, mais doentias e incuráveis. Os próximos dez anos serão extraordinários e eu tenho a mais absoluta convicção disso, mas deverão ser bem melhores se tiverem a participação consciente e deliberada, decidida e determinada de todos os nossos concidadãos. Incluo ai profissionais, pais, gestores e os jovens. 

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