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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

CEDO DEMAIS – REPRESENTAÇÃO E FORMA LÓGICA

Talvez seja cedo demais para decretar a morte das minhas ambições lógicas, pois que surgem - na contramão da figuração e no limite da representação - ou como diríamos pelo esquema tractariano da figura para a forma lógica, outros problemas... tsk tsk tsk...

Lembrança de um insight de 30 de dezembro de 2014

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

DESAPEGO E COISAS: MEMÓRIA DE 29 DE DEZEMBRO DE 2011

Ora, mas eu não posso dizer que isto que estou dizendo aqui...só eu sou capaz de pensar...nem que mudo a vida toda num estalar de dedos...vou tentando mudar meu destino...possuir meu futuro através de escolhas...que incluem desapego...e abandono de coisas que para outras pessoas tem muito valor...e muito cuidado com coisas que as pessoas não dão a mínima...

MAL ENTENDIDO: MEMÓRIA DE 29 DE DEZEMBRO DE 2011

Aqui o nosso discurso obtém uma audiência incrível.

Mas isto não torna o nosso discurso aceitável.

Também há dissonância...misleading...engano e fantasias sobre tuas intenções e as minhas...por exemplo...os recados aqui são públicos...portanto...nem sempre com indiretas se atinge o que se gostaria...e se pode ser muito mal interpretado mesmo...


Sempre lembro da incrível capacidade de ser mal interpretado de John Lennon...apesar dele ser claro, translúcido, brilhante e genial para mim e muitos hoje em dia...

domingo, 27 de dezembro de 2015

EVOCAÇÃO: MENTES QUE BRILHAM

 EVOCAÇÃO:  MENTES QUE BRILHAM

Meus queridos alunos e alunas  

Gênios da lâmpada,

Mentes que brilham,

Cérebros cintilantes,

Crânios iluminados,

Cabeças esclarecidas,

Psiques compreensivas,

Cacholas arejadas,

Cucas frescas,

Inteligências cristalinas,

Nervos de aço,

Minhas crianças atentas,

Pois, então me digam o que vocês consideram como uma resposta plausível ou mais plausível e razoável para a seguinte questão que vos apresento: SEGUE-SE A QUESTÃO


(No começo era uma provocação bem jocosa e irônica. Mas com o tempo fui mudando ela até chegar num momento em que ela é realmente dirigida à máxima inteligência e genialidade que cada aluno possui e ao seu modo próprio e original de expressá-la. Depois de um ano percebi que dar um ar de gravidade e seriedade deixava os alunos muito mais tensos e atentos e adotei também a tática de olhar no fundo do olho de cada aluna e aluno para recitar isto. Penso que vocês devem lembrar muito bem daquele chavão de desenho animado  O QUE É? O QUE É? – ou podem imaginar o efeito que uma provocação ou evocação pausada e lentamente posta  provocava nos alunos. Algumas vezes eu fazia isto com tamanha lentidão e balançar dos braços que alguns alunos completavam por si mesmos a lista de expressões com expressões próprias e se punham a gargalhar como que pensando que aquilo nunca iria acabar. Hoje uso isso ocasionalmente quando quero atrair um resultado bem intencionado dos alunos e preciso.)         

EVOCAÇÕES DE UM PROFESSOR DE FILOSOFIA

EVOCAÇÕES  DE UM PROFESSOR DE FILOSOFIA

Em 1995, quando comecei a lecionar com um contrato de professor substituto na Escola Técnica do Comércio da UFRGS, eu tinha diversos desafios e considero que, além de preparar e planejar bem as aulas, me coloquei a criar inventivas e táticas para chamar a atenção dos alunos e construir uma abordagem que os atraísse e gerasse, de um lado, memorização, de outro lado, atenção, eu precisava chocar de alguma forma os alunos e alunas para isso. Hoje olho para aquilo com um misto grandioso de insegurança manifesta e também de excesso de detalhismo nas aulas. Juro que planejava cada palavra que me saia da boca e cada assunto que abordava. Tenho rascunhos detalhadíssimos das aulas até hoje.

Foi dai que desenvolvi minhas evocações ou chaves de atenção para trabalhar em sala de aula. Algumas delas eu uso até hoje. Eram basicamente três: uma de abertura que batizei de REFRESQUE MINHA MEMÓRIA, outra de problematização que batizei de MENTES QUE BRILHAM e outra de finalização que batizei de PEDIDO DE SOCORRO. Praticamente todos os meus alunos ouviram alguma delas algum dia e em algum momento. Mais tarde com o passar do tempo adotei outros standards como, por exemplo, EU PODIA TÁ MATANDO, etc e etc, mas estou aqui dando aula para vocês. E muitas outras para cada aula e, em geral, cada conteúdo específico tem seus chavões e evocações.


Esta semana quero relembrar alguns deles e escrever sobre eles porque é uma forma também de ver mais de perto as reações das pessoas e suscitar algumas questões que eu creio que precisam ser devidamente registradas para quem interessar possa.  

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

SOBRE NOSSOS PAIS


Somos todos nós filhos de homens diferentes. Nós os "jovens" nascidos entre 1940 e 1980. Nesta transição demográfica do meio rural para o urbano, de um pais agrícola para o industrial. Somos filhos de homens que viveram mudanças violentas, costumes modernos confrontados diretamente com tradições antigas. Valores e formação bem distintas de nós. Não creio que tenha sido fácil para eles. Toda vez que meu falecido pai me contava sua história e suas aventuras ou narrava suas passagens eu ficava pensando em como é que ele conseguiu se adaptar a este mundo. Na verdade não se adaptou, passou a vida inteira como um chucro bem domado por si mesmo, um indivíduo que saiu de um mundo vasto, de uma natureza impressionantemente bela para uma cidade dos homens de aluguel e de prestação, para uma cidade de empregados, explorados e expertos e foi acalmado por sua auto-proteção. Se preservou sem ser empregado ou subalterno de ninguém e viveu assim com razoável independência do sistema ou do esquema e com uma auto-determinação. Não creio que com teu pai tenha sido muito diferente pelo que te conheço, então para estes homens qualquer estrutura é um jugo, uma canga e, com certeza, nenhuma mulher do mundo por mais maravilhosa ou poderosa que fosse conseguiria prender estes homens desconfiados da modernidade e de atrativos muito fortes. Não temos que julgar eles, apenas compreender eles, se você olhar mais de perto verá que todos eles queriam voltar a ser índios e viver ao calor do fogo e em meio à natureza, entre um gole de trago, um café amargo, algum chimarrão, uma carne assada em qualquer lugar, algumas ervas e muito amor e música. Realmente, temos que convir que este mundo e esta sociedade que nos arredonda não é mesmo para eles. E nós seus filhos talvez sejamos aqueles que tentam adaptar estas coisas e as outras em nossas vidas. Tenha certeza que não foi fácil para eles. Alguns deles não conseguiram ser pais, pelo menos não para os padrões modelares e convencionados de sua época muito incompreendida. Eu não tenho pena deles, nem de suas mulheres e nem de nós seus filhos. Sobre as mulheres deveríamos abrir um capítulo inteiro à parte. Nada a lamentar. Foi assim e jamais será assim de novo, pois a ponte do tempo e do mundo que eles cruzaram não existe mais. Feliz natal para aquela que é uma boa época para lembrar do pai. Em especial de cada José deste mundo que no fundo todos nós somos, se filhos tivermos. Somos pais de seres que não são nossos e filhos de homens que não nos tem. Um grande abraço amigo a todos!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

TOME CERTA DISTÂNCIA DE SI MESMO – NIETZSCHE



"Ocasionalmente, precisamos descansar de nós mesmos, olhando-nos de cima e de longe e, de uma artística distância, rindo de nós ou chorando por nós; precisamos descobrir o herói e também o tolo que há em nossa paixão do conhecimento, precisamos nos alegrar com a nossa estupidez de vez em quando, para poder continuar nos alegrando com a nossa sabedoria! E justamente por sermos, no fundo, homens pesados e sérios, e antes pesos do que homens, nada nos faz tão bem como o chapéu de bobo: necessitamos dele diante de nós mesmos – necessitamos de toda arte exuberante, flutuante, dançante, zombeteira, infantil e venturosa, para não perdermos a liberdade de pairar acima das coisas, que o nosso ideal exige de nós. Seria para nós um retrocesso cair totalmente na moral, justamente com a nossa suscetível retidão, e, por causa das severas exigências que aí fazemos a nós mesmos, tornamo-nos virtuosos monstros e espantalhos. Devemos também poder ficar acima da moral: e não só ficar em pé, com angustiada rigidez de quem receia escorregar e cair a todo instante, mas também flutuar e brincar acima dela! E, enquanto vocês tiverem alguma vergonha de si mesmos, não serão ainda um de nós".

Nietzsche


Grato ao Marcus Diesel que trouxe isto ao meu foco ao compartilhar no Facebook esta passagem....

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A LOUCURA DOS OUTROS

Muitas falas sobre a loucura dos outros, o delírio dos outros, o alcoolismo dos outros, a drogadicção dos outros, as traições dos outros, os pecados e erros dos outros. E precisamos ouvir isto e ler isto para nos lembrar que tudo isso pode ter sido nosso um dia, pode ser bem próximo de nós de novo e vamos sofrer igual.

Sinto muito por tua dor e pela dor dos teus, mas é desta oficina que algumas coisas que nos libertam da dor nascem e vem ao mundo. Não me conformo também com isto, mas é nesta hora que sinto também o quanto nos escapa o controle de nossa própria vida, o controle da nossa história e dos nossos. Sei de nossas escolhas possíveis, decisões, destinos, sortes e azares, mas vejo as vezes a vida de muitos - assim como a minha, e eu gostaria de dizer parte da minha - e muitos próximos irem se encaminhando como que numa estrada única e de uma única possibilidade. Afunilado em uma única direção sem poder voltar.

Um passo sem volta foi dado, um voto sem possibilidade de reparo foi dado, um gole de trago foi tomado e você não tem mais como desfazer. Se enganam aqueles que pensam que as palavras não podem ser reparadas, podem sim, o que não pode ser reparado é o tal fato consumado. E assim a passagem na sinaleira da loucura, do delírio, da traição, do álcool, da sua droga preferida, do seu vício controlado, do seu pecado menos venal ou mais venal - e a inveja e a covardia ainda serão coroados neste mundo muitas vezes - e os erros, as injustiças e as tais omissões, maldades, perfídias e ambições mais mesquinhas continuarão a guiar muitos homens e mulheres deste mundo ao fundo do poço, ao lugar sem volta em que a tua dor e a minha só tem significado para nós dois.

E assim vais olhar para tua paixão com os óculos invertidos da razão e reconhecer o que nisto tudo realmente importa, realmente é prioritário, digno de uma luta, resistência ou esforço. Sinto muito pela minha, a tua e a nossa dor, só nos dois vamos dar significado para isto e talvez encontrar ainda um sentido melhor para esta história. Apesar de tudo ou do pouco que olhamos ou sentimos.

Nenhuma obra genial vale mais que a vida de um homem, mas não é assim que a sociedade e este mundo se comportam. Assim, teu sacrifício faz mais uma vez de alguém o escravo deste mundo. Não adianta chorar, não adianta mesmo e, então, você e eu preferimos sorrir e ironizar frente tudo isso.

Nada mais...nada mais resta a dizer...já passou...nunca mais...resta tua obra e o mais completo desentendimento sobre a sua vida...mas eu sei que ela teve amor e paixão...


Sei que talvez teve isso como nenhum outro foi capaz de ter antes de tua disposição e grande determinação - inconsciente? - rumo a própria extinção...

sábado, 19 de dezembro de 2015

O DESAFIO ECONÔMICO – CONSTRUIR EXPECTATIVAS


Veja que é sempre bom lembrar que a economia é uma ciência que lida com indeterminação e não é uma ciência exata. Suas variáveis e seus fatores funcionam como doenças de incertezas e são em muitos casos imprevisíveis. É bom lembrar que não há receita pronta ou certa para cada quadro econômico que vive uma dinâmica suscetível tanto psicológica quanto sazonal, com influências externas e internas, políticas ou culturais do domínio do imponderável. Eu creio que o principal desafio no Brasil é construir uma política econômica com um discurso político de perspectiva afirmativa que gere confiança e expectativas positivas para retomar o crescimento...e é só com este desafio satisfeito que vamos conseguir debelar a inflação que se aproxima e o novo ciclo de desemprego que tenta se instalar. Vide a entrevista de Delfim Netto com Luis Nassif.  
   
Na sexta feira amanheci lendo a Zero Hora com certo júbilo e percebendo com nitidez o tamanho da freada de arrumação no processo político e, portanto, também no panorama  econômico nacional. De um lado, o STF deu um banho de estabilidade não ao governo mas ao estado brasileiro e a PF deram junto disto deu um basta na baderna política promovida pelo Cunha. De outro lado, este basta ajuda a retomar a pauta e a centralidade da agenda econômica que é o que subsiste como desafio real para este governo qualquer ou outro governo e em todas as esferas e dimensões de nossa sociedade. Não posso discutir aqui as causas da crise econômica mas me convenço que sendo elas externas – pela crise mundial – ou internas pela forma como o governo Dilma fez a gestão da economia brasileira, elas foram certamente agravadas pela disputa política, pelo vale-tudo político cujas caixas de ressonância são determinadas por interesses econômicos frustrados  com o sistema de partilha da riqueza nacional do período Lula-Dilma.   

Se Levy era um efetivo avalista das bancas de risco posto na gestão da economia para aumentar a credibilidade internacional e afastar do debate nacional a divida pública, temos que pensar que este movimento muito caro de insatisfação da  base eleitoral de Dilma acabou por colocar este negócio fora. O plano de satisfazer os obséquios da banca e receber reciprocidade dela foi para as cucuias. E isso não por falta de iniciativa de Levy ou por traição i9nterna ao governo. E eis que então podemos de fato apostar em um plano mais arrojado e ofensivo de política econômica. Neste quadro, misturando o componente econômico com o político apareceu Ciro Gomes, que deu expressão a esperança de muitos e é interessante que isso ocorreu, ao mesmo tempo, como resposta ao assanhamento de Temer que resolveu se apresentar  como alternativa. De fato, pode sim ser uma boa solução uma guinada a esquerda e a gente começa a configurar uma nova ponte para o desenvolvimentismo na agenda nacional, apesar da crise externa e também – de novo – por causa dela.

A ponte para o desenvolvimentismo envolve a adoção de novos dispositivos para recuperar a economia e também para estabilizar o crédito e responder de forma mais assertiva para a sociedade. Creio que a presidenta não só ganhou fôlego, mas vai para o ataque na política econômica. Isso é bom porque muda o tom de insegurança por uma pauta afirmativa. O papo jornalístico sendo derramado agora chega a ser cômico. Falam em estrago e insegurança intencionalmente para barrar ainda mais alguma saída. Mas o que de fato ocorre é que o governo voltará a dirigir a economia e não fixara mais refém de uma taxa de lucros e de rentistas que só ganha na especulação. Eu creio que haverão surpresas sim. Devem haver medidas mais ofensivas sim porque o Brasil não pode parar e não pode ficar refém de que não lhe dá sustentabilidade.

Eu sou muito positivo em minhas avaliações. Por generosidade e por um grande desejo de compreender e interpretar o todo. Neste sentido não consigo mesmo ter uma avaliação negativa e nem fazer um balanço tão negativo da culpa do governo Dilma. E esta hipótese se confirma quando sabemos que mesmo governos que seguiram o receituário ortodoxo se lascaram com a crise.  E isso não significa que não tenha arsenal crítico. Mas do meu ponto de vista, a partir das informações que disponho sobre a economia brasileira tenho muita convicção de que o desenvolvimentismo e as políticas anti-cíclicas são muito boas em seus resultados. Na minha opinião, elas geraram um cinturão  de proteção social que não se dissolve com o ajuste fiscal, porque atenderam estratos sociais que nunca tiveram a oportunidade de poupar, a adquirir bens e avançar nos mercados de trabalho e em suas formações técnicas e educacionais, Neste sentido mesmo que tenham gerado deficit fiscal acabaram contribuindo para certo lastro na dimensão do social. Em resumo, é só a banca e a ciranda especulativa que jogam contra e somente aqueles que não souberam aproveitar os últimos 14 anos de boom econômico, e isto equivale a certos extratos apenas da nova classe média. Tenho observado muitas pessoas desta classe média emergente com altíssimo índice de informação política e realismo econômico.


O quadro muda ligeiramente para a esquerda também em função do deslocamento de torcidas no estádio. A FIESP e as agências de risco derrubaram Levy e todo mundo fica fazendo de conta que foi o PT. Nelson Barbosa tem o desafio de dar resposta ao quadro econômico em dois meses...e gerar estabilidade, credibilidade e expectativas positivas não somente para o mercado, mas para o povo e com compromissos políticos efetivos.   

CREIO QUE NUNCA SERÁ A ÚLTIMA CHANCE

Na última vez que ouvi um lema parecido com isso Yeda Crusius havia recém sido recém indicada ministra do planejamento de Itamar Franco - Período de 26 de janeiro de 1993 - até 10 de maio de 1993- e foi inepta para ficar lá pelo menos e produzir uma política real e efetiva para o estado brasileiro - e avida continuou e só depois e bem depois que o plano real apareceu pelas mãos de outros...

E se fosse de fato a última chance seria a última chance não somente de Dilma, mas também do Brasil..porque nenhuma das outras opções - o que inclui o PMDB em suas três versões - Liberal, Nacionalista-estatista e desenvolvimentista, nem o PSDB que é liberal de casca e autoritário de essência apresentou qualquer resposta ao cenário econômico. Todos eles querem o poder para colocar o Brasil naquela ladainha que o pessoal aqui de São Leopoldo já conhece e que o Rio Grande do Sul está dolorosa e terrivelmente descobrindo NÃO FAZER NADA PORQUE A CULPA É DOS OUTROS, DO PASSADO OU DO PT.

Levy não caiu porque o PT o derrubou...vamos ser mais claros aqui. Levy caiu porque era Fiador de uma Política de Juste fiscal para satisfazer a banca e a tropa que queria isso, mas nem a banca sustentou isto e nem a tropa teve coragem de votar nisto no congresso...

A derrisão decorrente do apoio da FIESP ao Golpe/Impeachment, antecipada pela frase mais canalha da vida de FHC de que "o mercado quer o Impeachment", combinada com as ações de boicote no congresso contra o governo e qualquer uma das medidas do ajuste fiscal e também a queda do índice de investimento do Brasil em três agências de risco derrubaram o ministro...

Além disso faltou a ele a construção de um discurso - o que não é rotulo, nem etiqueta e nem slogan - de perspectiva para o povo brasileiro. Não adianta fazer o discurso que alegra os economistas liberais ou neo-liberais que não administraram coisa alguma com sucesso na vida. E se juntares à bancada de analistas econômicos que nos últimos 15 anos andam cantarolando nos midias e nas bancadas de telejornais não aparece um com programa de gestão de política econômica exitosa e bem aplicada, nem em cidades, nem em estados e nem, muito menos, em países da dimensão do Brasil.

É bem triste ver a opinião pública sendo manipulada por injeções de insegurança e de desânimo porque agora vai aumentar a dívida pública, mas nada aumenta mais a dívida pública do que a recessão e a estagnação da economia.

Nelson Barbosa terá, na minha opinião, dois meses para construir um programa de reação ao quadro econômico.

Até lá Cunha será reduzido à pó, Temer vai sentar na cadeirinha de pensar e a oposição irá sofrer duramente com o avanço das investigações e dos processos. Não é preciso ser vidente para perceber que os processo avançam sobre as suas contribuições na deterioração do estado brasileiro. Isso não quer dizer que o PT não vai pagar caro, nem que não deva dar uma endurecida e uma radical correção na conduta de muitos de seus portadores de mandatos não. Mas anda ficando mais rigorosa e urgente a necessidade de abolir de vez os desvios.


Dilma conquistou a chance de poder responder ao quadro com mais ofensividade e clareza e o povo receberá muito bem a apresentação de uma perspectiva de saída da crise econômica e de virada de página na crise política. Acabar com o desemprego e a inflação e derrotar a oposição é o caminho e isso não será feito sem colocar os devidos pingos nos is.

STF EM DESTAQUE

Em 2013 escrevi um texto dizendo que o STF não é o tribunal da razão nacional. Era uma crítica dura às condutas de Gilmar Mendes e Joaquin Barbosa na AP 470.  Pois no estertor de 2015 posso dizer claramente que hoje o STF é o portador de uma racionalidade e reflexividade suprema. Disse esta semana do papel pedagógico e esclarecedor dos debates no STF atual.

Talvez como nunca teve antes em sua história passa a ser Um Poder Pedagógico e corretivo para a sociedade e o estado brasileiro. E o maior responsável por isto não é o Sr. Exmo Barroso, mas que ele tem papel decisivo nisto em conjunto com os demais ministros tem. O último dia 17 de Dezembro de 2015 deverá entrar para a história da corte brasileira como a maior defesa da democracia brasileira naquele tribunal. Pois foi fixado lá o parâmetro razoável e seguro, preciso e transparente de Impeachment neste país, respondendo ao quadro antecedente de 1992 e dirimindo a chantagem, a manipulação e a lambança do Cunha no congresso. O PMDB talvez tenha sido salvo da aventura golpista de Cunha e Temer com isto. E o Brasil se afasta da situação de extrema instabilidade política e econômica e da insegurança jurídica. Tanto o revanchismo da oposição quanto o oportunismo de parte da situação forma aplacados e o golpismo não triunfou.


A luta continua, mas a partir de agora terá regras mais claras e acarretará a devida responsabilização dos que andavam em aventuras nas sombras, e promovendo nebulosas cavilações que não são boas para o povo brasileiro, não são nada boas para o pais e para a nossa jovem democracia.      

NOTA DO STF SOBE NAS AGÊNCIAS DE RISCO

Creio que o problema não é o voto ser x ou y, mas os argumentos e expedientes usados para justificar. No voto do Fachin é visível o caráter de exercício na argumentação. Ou seja, o juiz adota uma linha de abordagem e segue neste raciocínio. Ele impugna as razões do pleito e com isso acabou sacrificando o rito adotado. A liminar foi proferida entendendo o caráter problemático e real do pleito do PCdoB. Já outros apelaram para uma retórica, veemência e se colocaram quase escandalizados. Os votos do Toffoli e do Mendes mostram isso claramente. O resultado final foi excelente para o nosso país e foi pedagógico também para o povo, os políticos e os partidos.

A PEDAGOGIA DO STF


O STF atual tem muito juízo e está contribuindo bastante para o esclarecimento das questões e para o amadurecimento político dos cidadãos. E ver a retórica apelativa perder diversos tipos de debates me agrada por demais. Creio que é alta a probabilidade de que muitos cidadãos que estão acompanhando as lides políticas e jurídicas tenham mais juízo para votar e para julgar as questões públicas também. Os exemplos negativos da camarilha de Cunha no congresso e no Conselho de Ética tem respostas bem ajuizadas e apropriadas.

FEZ FILOSOFIA?

Deixa ele. Fez filosofia, mas ainda precisa daquele estalinho para andar no prumo da razão...

Deixando claro que isto se aplica para o próprio autor...

A REDE GLOBO E MUITAS MIDIAS NÃO VÃO MOSTRAR O SUCESSO E O ALTO ASTRAL DAS MOBILIZAÇÕES CONTRA CUNHA, CONTRA O GOLPE E CONTRA OS AJUSTES

Porque eles acreditam que 50 cidadãos dos nossos lutadores sociais vezes cada um dos deles que acordam uma vez e vão dormir por anos, não valem mais que um playboy, uma madame ou dondoca deles, mas estão errados! Nós não ocupamos as ruas para bater em crianças, negros ou skaitistas, não batemos nem damos surras em nossos adversários perante as câmaras, não exibimos nossos corpos nus. Caminhamos com sorriso nos rostos, cantando com palavras de ordem e se entrevistar qualquer um de nós ouvirá em uníssono

 ‪#‎ContraoGolpe ‪#‎ForaCunha & ‪#‎MaisDemocracia. Nós lutamos e continuaremos lutando uma vida inteira pára fazer este país crescer! Nós estudamos, Trabalhamos e somos cidadãos deste país e não vamos recuar um milímetro desta luta!

TEMER, CUNHA & O HIENISMO

Cadê a Carta do Temer para o Cunha?

Cunha é insuperável em seu hienismo - conceito novo porque cinismo se torna insuficiente aqui dada a latitude da interpretação e a grandeza da personagem. Para ele tudo é "normal e natural" seu único óbice é "extranho"...

Ou Facínora... 

CATILINÁRIAS - AULA DE HISTÓRIA AI GENTE!

Até quando, Catilina, abusarás
da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino,
nem a ronda noturna da cidade,
nem o temor do povo,
nem a afluência de todos os homens de bem,
nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado,
nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?

Oh tempos, oh costumes!

EMPRÉSTIMO DO 13º NO BANRISUL

Fui no BANRISUL ver o lance bem ruim do 13º.  Que o Feltes e o Sartori organizaram para os servidores. Digo só uma ou duas palavras: SEM VERGONHA!

O LIDER DA TROPA DE CHOQUE DE CUNHA - AULA DE ANTI-ÉTICA

Nas sessões em que assisti MANOEL JUNIOR foi o carrasco e o principal algoz do presidente do Conselho de Ética. Promoveu e dirigiu todas as manobras possíveis e impossíveis em favor de Cunha. Nunca tinha visto tamanho brilho e desenvoltura sustentado por muito óleo de peroba e tal qual imbuia polida. Personagem vergonhoso e os vídeos poderiam ser usados em cursos de Ética de todo o Brasil para mostrar como a retórica, o juridiquês  e a lanheza pode ser usada a serviço da falta de Ética.

CONSELHO DE ÉTICA DA CÂMARA DE DEPUTADOS ABRE PROCESSO CONTRA CUNHA

Aceita nesta semana finalmente por 11 a 9 a admissibilidade da abertura do processo de cassação do Deputado Federal Eduardo Cunha, atual presidente do Congresso. Proclamado o resultado exatamente às 12:37 pelo Presidente do Conselho. Após diversas manobras da tropa de Choque de Cunha que foram vergonha nacional finalmente é aprovado o Parecer construído por Fausto Pilato e subscrito pelos relatores substitutos, após 8 sessões. Agora chega, pois soma-se a isso a batida da Polícia Federal aos endereços de Cunha e outros próceres do PMDB.

OLINDO FLORES PRESENTE! – ELEIÇÃO DE DIREÇÃO – WANDA, PAULETE, REJANE E SILVIO PARABÉNS!


Nossa escola pública estadual realizou com sua comunidade um excelente processo eleitoral na data de ontem.

Votaram 588 país, mães, alunos ou responsáveis, de um universo de aptos a votar de 1097, isto é, 64,50% dos aptos compareceram ao sufrágio. A chapa única recebeu 574 votos, e colhemos também 13 votos em branco e somente um voto foi anulado, no segmento. Entre professores e funcionários compareceram 34 Servidores Públicos, de um universo de 38 aptos a votarem. A chapa única recebeu 32 votos e computados dois votos brancos. Foi um pleito com ampla participação portanto. Nossa escola está fortalecida.

A nova direção é bem representativa e tem toda a legitimidade necessária para dirigir esta escola nos aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos. Nada vai nos atrasar em nossa caminhada, pois temos uma escola em grande atividade e com uma comunidade participativa.

Parabéns ao Geraldo que conduziu a nossa nave até aqui com a equipe da atual direção e de apoio, aos professores, funcionários, pais e mães e alunos! Parabéns à nova direção, em especial a Wanda! Também a equipe que continua! Parabéns ao Jorge presidente da Comissão Eleitoral que trabalhou para isto! E à nossa escola que merece todo nosso respeito, admiração e carinho!

Fico muito feliz de verdade com nosso trabalho, colegas e comunidade ao ver este resultado porque sei que nossa escola vai seguir firme e determinada e em frente!

Com

+ democracia!
+ participação!
+ educação!

+ Olindo Flores!

Obs.: Participei do esforço coletivo de mobilização dos alunos e da comunidade para comparecerem a votação e fui membro da Comissão Eleitoral que também contribuiu muito para isto, com Maria Isabel Moreira Behringer, Gislaine (mãe do Reginaldo), Renata -Secretaria da Escola, a aluna Micaela e o Presidente da Comissão Jorge Lothar von Muhlen, meu colega.  

SOBRE ENGAJAMENTO INTELECTUAL E OMISSÃO INTELECTUAL


Um colega, aliás professor de Filosofia e amigo, com quem compartilho diversas posições, convicções e opiniões políticas, comentou que tinha desprezo a filósofos ou intelectuais que não aceitam sujarem as mãos com assuntos mundanos e que gostavam de ficar em uma perspectiva acima dos mortais ou sub specie aeternitatis. (Meu caro Alexandre Noronha Machado)

Tenho também certa aversão eu diria a este tipo de intelectual. No Brasil isso é algo muito comum, pois pareceria que estes homens e mulheres ascenderam ou sempre estiveram acima dos reles mortais, da plebe e do populacho. Ou como eles gostam de referir eles são diferentes dos idealistas, esperançosos e ingênuos. Não se engajam em assunto mundano algum, mas olhando bem verás que sempre tem posição sobre tudo. São refertos de críticas, objeções e também de justificativas que misturam decepções e aversões - aliás - para não se envolverem com os assuntos mundanos. Tudo se passa como se com eles as coisas seriam melhores, a ética vigoraria e a política seria sublime de fato. Mas se omitem apenas...


Do meu lado prefiro correr os riscos de incidir, avaliar, opinar, me posicionar, acertar, contribuir ou errar e apontar para os assuntos práticos e mundanos. E tenho muita consideração por intelectuais que tem a mesma conduta e que não se omitem. A Torre de Marfim, o Gabinete e a poltrona confortável da sala é um bom lugar para fotografias apenas....

P.S.; Preliminar aso votos do STF, buscas da PF e á macha contra o golpe.

AFUNILANDO A HISTÓRIA - DIA 16 DE DEZEMBRO DE 2015

Vou ser muito sincero neste tema. Não estou com nenhuma gota de temor ou ansiedade em relação aos destinos de Dilma, Lula, do PT, do Brasil ou do povo brasileiro. Isso não me leva a lutar menos e nem sequer a deixar de me posicionar nesta ou em outras etapas e episódios deste processo. Mas começo a confiar na história, não por conformismo, nem por otimismo. Simplesmente confiar. Pode parecer uma credulidade ou excessiva despreocupação, mas quer saber? Sem problemas. A cada um será dado e dada sua justa medida. Não temo injustiça nem perseguições. Parece chegar a hora em que não haverá mais nenhuma vantagem a ser disputada e em que qualquer vaticínio levará para o mesmo lugar. Simples assim...que cada um seja em absoluto responsável por suas ações e escolhas...e que a choradeira acabe....

P.S.: Logo após as buscas da PF na casa de Cunha e a divulgação antecipada do voto de Fachin no STF.

domingo, 13 de dezembro de 2015

EXISTEM LIBERAIS NO BRASIL?

Para os meus alunos e ex-alunos e alunas de filosofia política moderna, para os alunos de história moderna e contemporânea e para os curiosos. O Brasil é um dos poucos países do mundo em que existem partidos que se chamam de liberais e que são conservadores, partido que se designa progressista e é conservador e onde agora, após a adesão do PSDB ao golpismo e à agenda reacionária - até mesmo a Social-democracia que deveria ser uma legenda progressista moderada virou conservadora e anti-liberal e progressista. Uma prova disto é que com certeza não deverá haver nenhum liberal que de sã consciência aposte em crise econômica, prejuízos econômicos e instabilidade econômica e política para defender suas liberdades. E, ao mesmo tempo, é preciso dizer que o comentário do Rogério aponta exatamente para o que ando pensando...ser liberal de verdade é ser progressista no Brasil e, com o golpismo ou a volta da ditadura, é correr o risco de ser perseguido e torturado também como outros liberais o foram na ditadura militar...pois é bem um equivoco de memória da matilha achar que ops liberais passarão ilesos por um golpe. A mesma ilusão estúpida aliás em que incorreram a maioria dos liberais pré-1964.

"É preciso dizer pela milésima vez aquela verdade já verbalizada por Machado de Assis: Não há liberais no Brasil (a não ser em alguns segmentos da esquerda). Quem procurar por eles à direita do espectro político vagará à míngua: não respeitam nem a meritocracia (querem as benesses do estado) nem a normalidade institucional (essa deve valer apenas na medida de suas conveniências). Essa tem sido uma das grandes fatalidades da nossa história política." por Rogério Lopes comentando o Bresser-Pereira a seguir:

“Nas lamentáveis manifestações de hoje, os políticos liberais do PSDB, ao pregarem o impeachment, pregaram o golpe de Estado. Naturalmente juraram que não estavam fazendo isso, que o impeachment é um recurso constitucional, e que têm todo o direito de impichar um presidente que não consideram bom - que "não deveria ter sido eleito". Eles sabem que não há motivos legais para o impeachment, que as pedaladas não constituem crime e, portanto, não justificam a derrubada da presidente, mas insistem, como se estivéssemos no parlamentarismo. Ora, meus senhores, não estamos no parlamentarismo. A Constituição de 1988 rejeitou essa forma de governo, e um plebiscito confirmou essa rejeição. Logo, fica claríssimo que o impeachment proposto é inconstitucional - é golpe parlamentar.

Estou, porém, tranquilo. A democracia está no Brasil consolidada, e os brasileiros não embarcarão nessa aventura irresponsável dos políticos e das elites liberais e do senhor Eduardo Cunha.”

Tudo via Facebook....

LIBERAIS ESTUPIDIFICADOS

O VIDENTE DO DIA: Um liberal só apoia qualquer iniciativa de golpe ou se associa à corja de Eduardo Cunha, Michel Temer, Aécio, Serra e FHC em suas aventuras golpistas, se estiver estupidificado. Aliás, exatamente como estavam alguns antes de 1964.

COMO A FILOSOFIA É POSSÍVEL?

A FILOSOFIA SÓ É POSSÍVEL ALI ONDE O ERRO, O ENGANO, A MENTIRA OU O EQUIVOCO É POSSÍVEL - COMO NÃO PARAM DE PRODUZIR ESTAS COISAS NO MUNDO PODEM MANTER AS MÁQUINAS LIGADAS Só que para tal precisamos conversar e nos contradizer uns com os outros, mudar de opinião, adquirir mais informação e aprender algo novo ou diferente e só com a troca e o diálogo isso não é possível. A filosofia só é possível onde há diferenças, contradições, desigualdades e perspectivas diferentes...se nós todos pensássemos da mesma forma e vivêssemos sob a mesma cultura padrão, ideologia e convenção, se aceitássemos determinados dogmas e não houvesse nenhuma liberdade para a diferença não precisaríamos aprender nada, nem dialogar, nem dar de ombros ou debater e nem discutir e iríamos todos morrer de um tédio definitivo, de uma angústia sem objeto ou não teríamos sequer alguma noção de identidade..1984 de Orwell me lembra muito esta paisagem...

breve comentário, aparentemente bem deslocado, ao textos ou textos sobre Se a Filosofia pode sobreviver em uma academia impulsionada pelo impacto e a empregabilidade? in: https://www.timeshighereducation.com/features/can-philosophy-survive-in-an-academy-driven-by-impact-and-employability - dica da Katarina Peixoto via Facebook.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

TEORIA DA ESCOLHA QUALIFICADA - FERNANDO FERRAI 1998

Tendo a desenvolver uma concepção de que qualquer teoria da escolha só é viável quando pressupor escolhas qualificadas ou bem informadas. Em 1998, ao apresentar aos alunos do Ensino Médio ( em Campo Bom - Escola estadual de Ensino Médio Fernando Ferrari - logo aonde) o modelo da TEORIA DA ESCOLHA QUALIFICADA (TDEQ) com o intuito de construir uma justificação para a escolha racional entre as diversas opções eleitorais apresentadas, defendi que o máximo conhecimento sobre o passado dos candidatos, os programas de governo e as características dos seus apoiadores e partidos era a única forma de garantir uma escolha racional entre as opções. Naquele ano venceu Olívio Dutra para Governador do Estado e Fernando Henrique Cardoso foi reeleito. Pois hoje 17 anos depois, cada vez me aproximo mais desta hipótese que parece trivial e mecânica, lógica e racional. Ela pressupõe diversas coisas. A primeira e mais importante: nenhum segredo e transparência total. Então, parece que vamos ter que aplicar o critério de falsidade ideológica em muita gente, inclusive naqueles que julgam. PEQUENA NOTA A TDEQ.....

QUEM FALA SOBRE A EDUCAÇÃO - NOTA AO MEU ARTIGO (02/12/15)



Este meu artigo me é muito caro e agradeço muito a consideração de todos que o lerem. Falo nele de algo que me preocupa muito. Suponho também que ele deva estar ligado ao modo como nós vamos tratar os governos e os programas educacionais daqui por diante a partir de uma defesa da participação e da democracia na educação e na gestão da educação pública brasileira. E isso toca também a discussão sobre as novas bases curriculares. Creio que esta discussão tinha que ir e chegar nas bases educacionais e que nós e o MEC devam fazer um esforço para que isso ocorra. Deveria ser prioridade isto. Com o suspensão do Pacto me parece que este projeto fica prejudicado e, ao mesmo tempo, com o período que se abre agora em dezembro a verdade é que para a grande maioria dos educadores que lutaram durante o ano inteiro em defesa de seus direitos e salários, contra corte de recursos e dissolução de diversos programas com greves, paralisações e manifestações é muito difícil participar. Este ano é um ano atípico e só não percebe isto quem não está em sala de aula, na escola ou na vida escolar cotidiana e com muita dedicação.

O tema essencial aqui é participação dos educadores nas políticas educacionais. Para mim é central o tema da democracia na educação. Pertenço a uma geração de educadores, lideres estudantis e militantes sociais para os quais a democracia, a avaliação e reflexão no coletivo, o debate coletivo e o encaminhamento coletivo das questões e lutas é essencial é inextrincável de uma propostas política e educacional. E este era para mim nosso principal trunfo militante, além das propostas. Diz respeito ao método de construção. Envolve o engajamento, mobilização e, portanto, a compreensão de todos ou da grande maioria.

Temos que resgatar isto sob pena de levar ao fracasso ou obter resultados ruins e insuficientes na educação. Isso é algo que alguns gestores públicos e alguns tecnicistas sacrificaram em diversas gestões nos últimos períodos. Em 20 anos foi realizado um processo de corrosão prática deste princípio, por um viés autoritário e individualista tanto na esquerda quanto na direita. De um Darci Ribeiro que violenta a proposta da sociedade civil e dos educadores organizados na LDB com seu substitutivo até outros caos vivemos uma dissolução da fé no coletivo e o soerguimento de personalidades. Curiosamente no mesmo período os sindicatos de trabalhadores lutaram contra o neoliberalismo e suas múltiplas versões no Brasil.

Temos que pensar nisto justamente porque foi isso que nos ajudou a defender a implantação da gestão democrática e da construção da democracia , juntamente com os demais movimentos sociais, nos duros anos da ditadura


E a questão é tão essencial e evidente para mim e alguns companheiros e velhos camaradas e muitos jovens, que eu não entendo mesmo como alguns elementos da esquerda abriram mão disto para satisfazer um conceito temporal, imediatista e pragmático em políticas públicas. Implantaram programas em regime de urgência violentando os educadores, gerando resistências desnecessárias e, ao mesmo tempo, com isto acabaram queimando e prejudicando propostas importantes em sua implantação e também impediram os educadores de adaptar estas propostas ás suas realidades. Houve, portanto, neste período uma negação da dialética e da democracia e eu penso que devemos resgatá-la no chão da escola com os educadores e – como os alunos parecem estar se engajando também – com os alunos de modo a aproximar a escola real de nossos planos e de nossos objetivos.

SOBRE A CARTA DA VERGONHA - MIMIMI DO MICHEL TEMER

Eu discordo da análise do jornalista Kennedy Alencar. Tem algo que a carta mostra de mais grave: como é que um vice presidente que não tem relações pessoais manda uma carta em tom pessoal para a presidente? Isso é um erro. A divisão entre o público e o privado deveria ser exemplar neste caso.O que mostra de onde vem o cruzamento desta divisa. Tomava Temer por um republicano e especialista em constitucionalidade. E o tratamento dado ao vice, a lista de episódios poderia ser acompanhada uma lista dos episódios em que em idas e vindas o PMDB, o Temer e muitos outros destrataram e promoveram destratos com a presidenta. Basta olhar para aquele congresso, basta olhar para aquela bancada e basta olhar para o comportamento indigno do presidente do Congresso. Nem Temer e nem o PMDB podem se fazer de vitimas neste processo todo. Dilma não deve responder mesmo. Mas a carta coloca a justa posição conquistada por Temer. E é bem bom lembrar que a reunião com o Biden ocorreu no dia posse. E quem conhece posse em Brasilia sabe que nem sempre estas coisas acontecem como manda o protocolo. A carta é uma queixa de um sujeito político e possui como todo texto político um conteúdo que é muito claro, reclama, reivindica, cobra, manifesta, mas deixa a direção e a solução para o interlocutor, porém, neste caso, por possuir o que possui e pela forma como foi divulgada não merece resposta. A melhor resposta é o silêncio e eu penso que foi um péssimo momento do Temer escrever isto. Expõe mais fragilidades suas e sua tibieza o que deveria nos deixar muito preocupados na hipótese de toda esta inocência virar presidente através de um Impeachment cujo argumento é vazio de razões jurídicas e claramente injusto. A carta dá a dimensão exata de o quanto o Golpe levará o país para algo muito ruim. E entra para a história, na minha modesta opinião, como a Carta da Vergonha. Temer se sai com isso no cenário político pior que Jânio Quadros com suas forças ocultas. Sobre o tema da confiança se chegou nesta altura do campeonato a uma situação em que só as ações valem. Então, não há mais diplomacia possível, mas apenas provas objetivas de recuo ou de avanço em direção ao Golpe. E quem está sendo atacado não é Temer, mas a presidenta por uma corja indigna da autoridade e da grande responsabilidade sobre o destino deste povo e deste país. É lamentável, mas à duras penas passará. Talvez passe para a história como a Carta mais vergonhosa deste país!

MODELO DE GRADE CURRICULAR DA SEDUC PARA 2016

Prestem atenção no tal MODELO curricular para 2016. Não possui nenhuma justificativa legal, não possui nenhum embasamento pedagógico, não contribui em nada para fazer avançar ou melhorar toda a discussão realizada nas escolas sobre currículo, redução da evasão, sobre as adaptações do ensino médio noturno e, por fim, promove apenas uma desorganização de todo o planejamento realizado nas áreas em relação aos planos de estudo e, por consequência disto, mostra que o projeto carrega consigo o velho viés impositivo sem nenhum diálogo com os educadores, equipes diretivas, comunidade escolar, conselhos escolares, regimentos escolares.

Não me admira que talvez não tenha sequer sido apresentado ao Conselho Estadual de Educação. O que é intitulado e grifado como Modelo é uma expressão, portanto, da vontade dos gestores estaduais sem reflexão, legalidade e sem discussão.

Ou seja, temos sim que reagir coletivamente a isto. Em escolas que passam por dificuldades estruturais, carências de equipe o tal modelo trará sérias dificuldades no planejamento do ano letivo de 2016. E considerando que vivemos um processo eleitoral em todas as escolas que defendem a valorização da eleição de diretores e tentam legitimar democraticamente seus diretores, isso representa um abacaxi sério. Nenhuma das alterações de grade curricular propostas possui racionalidade e razoabilidade e, a maioria, provoca alterações drásticas nas cargas horárias dos educadores. Enfraquece de imediato as áreas de humanas e matemáticas e, também, no noturno reduz a carga horária de 30 períodos semanais para 25.


Precisamos muito debater isto e reagir a precariedade e gravidade desta proposta.

domingo, 6 de dezembro de 2015

DICA DE PROFESSOR

"Se você realizar uma pesquisa e não ler o que escreveu, existe uma grande possibilidade de que o professor(a) acabe um dia destes te cobrando sobre o que aprendeu ou o que não entendeu. E o tempo pode te obrigar a lembrar de tudo que escreveu ou copiou. Então, toma jeito e dá uma olhada de novo no que vais entregar, antes de entregar."

TRABALHO IMPORTANTE

"Não tenha dúvida algumas sobre a importância do teu trabalho, simplesmente tente compreendê-lo cada vez melhor."

OS SONETOS E SUA TRADUÇÃO - NOTA DE 2011

Os Sonetos de William Shakespeare. Este é um dos livros que mais amo. Mas como vai dar trabalho encontrar a tradução precisa, clara e cristalina de cada soneto e cada texto de um texto que geralmente é vertido de forma truncada, arcaica e infeliz...a sabedoria não precisa ser apresentada em um discurso enganador e tortuoso...e a poesia muito menos...

Um ótimo link para os originais; http://www.shakespeares-sonnets.com/

CORAÇÃO TRANQUILO - LEMBRANÇA DE 06 DE DEZEMBRO DE 2011

A gente precisa aprender a ter o coração tranquilo. Simplesmente porque está é a única forma de encarar as coisas com serenidade e avistar uma saída feliz ou entrada feliz ali, exatamente ali, onde os outros não enxergam nada. É preciso lutar por um equilíbrio entre o nosso coração e nossa mente e esta é uma das maiores batalhas da nossa vida. Não venceremos nenhum desafio, nenhuma dificuldade, sem vencermos primeiro nosso ego e as ilusões geradas por grandes perturbações e grandes desejos. Vocês todos sabem disto, tem consciência disto, mas todos desejam soluções rápidas e imediatas. Vamos com calma. As melhores soluções vem sempre acompanhadas de muita serenidade. Preste mais atenção ao que todos os sinais a sua volta indicam. Se você deve esperar, espere, se deve correr, corra, mas não fique achando que basta o desejo, a vontade e a coragem para que tudo aconteça na sua vida.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

QUEM ESTÁ FALANDO SOBRE EDUCAÇÃO?


Em Janeiro de 2011, ao tomar posse a Presidenta Dilma Rousseff expressou em seu discurso um compromisso em ouvir os educadores. De lá para cá as coisas não tem melhorado neste sentido não. Penso que ao saber que precisamos ouvir mais os professores que estão em sala de aula não estamos dizendo que não podemos ouvir os demais cidadãos e sujeitos sociais. Agora creio que precisamos retomar este debate e melhorar em muito o nível e a qualidade desta consideração.



Precisamos abandonar de vez este impulso de buscar soluções para a educação em grandes intelectuais que estão fora das escolas fundamentais e secundárias. Não se trata de negligenciar suas opiniões, posições e convicções, nem de desprezar novas abordagens e propostas, muito menos de proibir alguém de dar opinião ou falar sobre educação. Por melhores que sejam as idéias, os teóricos, as leituras e os diagnósticos e propostas, é preciso muita práxis educativa e concreta para construir alternativas dentro das escolas e em diálogos com os educadores.

Penso que este processo de esvaziamento da educação e de afastamento da comunidade e dos pais das escolas se deve também ao esvaziamento do sentido da escola e de sua importância pelo especialista ou palpiteiro externo, mas também pela adoção de um hábito pernicioso e irresponsável e que é carregado de desprezo e desconsideração pela voz dos educadores.

Eu expresso isto não por preconceito com intelectuais, teóricos ou cidadãos, mas é que percebo um processo pesado de aumento da responsabilidade, censura e intervenção tecnicista na educação e um esvaziamento do papel reflexivo e político do sujeito educador. O exemplo é que está cheio de imbecil falando besteira sobre educação, inclusive com mandatos e a última coisa que fazem é perguntar democrática e coletivamente aos educadores o que eles acham, pensam, sabem, consideram melhor e etc.

Nos tratam, em muitos e demasiados casos, como se nossa pauta fosse exclusivamente economicista, como se nós fossemos exclusivamente funcionários desta sociedade em que vivemos e não sujeitos comprometidos e que dão sentido a suas existências participando deste processo social. Esquecem ou não refletiram ainda que se a questão economicista fosse determinante e prioritária de nossa escolha pela profissão com educação, não estaríamos mais trabalhando nisto. E a imprensa tem sido muito hábil e perfeccionista em excluir a voz do educador de suas páginas. Não vemos os professores serem perguntados sobre a escola.

Agora mesmo no RS, em SP e em PR, e também em São Leopoldo, os educadores tem muito a dizer e o que vemos são gestores públicos, secretários de educação e técnicos que sequer botaram um pé em sala de aula na condição de professores do ensino básico. A grande maioria deles são gerentes de contas ou produtos de barganhas políticas conjunturais e eleitorais. Há um sequestro da educação e uma tunga do nosso trabalho e reflexão sobre educação, por sujeitos que mal compreendem nossas condições, ideias e atividades reais.  A educação e os educadores merecem muito mais respeito e muito mais consideração e o fato de termos no Rio Grande do Sul um governador eleito que fez piada sobre o salário dos educadores demonstra que este respeito não deve vir apenas da classe política, que esta conta não é somente uma conta política, mas sim também uma conta social,  porque também nos deve mais respeito a maioria da sociedade.

O que tem de nababo, especialista, consultor, sabidinho e metido falando em educação isto e educação aquilo que não trabalharam um dia com tal atividade e com ares de especialista por ai é um negócio para lá de estúpido. Estão completamente por fora, emitindo opinião e juízo sem saber da missa a metade. E a maioria gera apenas mais confusão sobre o assunto. Um exemplo disto foi a lei de gestão democrática de nosso estado e outro é a proposta de promover censura ou filtro ideológico na escola.   

Curiosamente também conheço milhões de pessoas que vivem dando palpite, mas que já recusaram a educação básica como opção de trabalho. Assim, baseiam suas opiniões em grande parte em suas frustrações próprias e incompreensões próprias do processo educacional, de sua realidade, desafios, objetivos e dos próprios cavacos do ofício. Dai fica fácil falar...Alguém acredita mesmo  que a solução da educação será construída por quem não está comprometido com ela? Ou por quem frente ao primeiro insucesso, ou boato ou desafio, opta por correr da atividade e não encarar e superar suas mazelas? Por quem está de passagem ou circunstancialmente envolvido com a educação? Ora, já faz muito tempo que todos sabemos e que nos ensinaram que não é razoável perguntar ao inexperiente como tornar a experiência melhor. A voz da experiência não pode ser negligenciada e aqueles que são comprometidos com a educação devem ser mais considerados e ouvidos.

Para terminar e contemplar aqueles que já devem estar refletindo sobre as implicações do que digo, vou enunciar algo que é para mim radicalmente fundamental no tema da educação: se queremos uma sociedade realmente democrática, e se reconhecemos que para tal precisamos de uma educação democrática, então todo projeto educacional deve passar sim pelo crivo, discussão, debate, apreciação e reflexão dos educadores e ser bem adequado a uma “vontade geral dos educadores” senão será sempre um projeto passageiro, transitório e episódico que não irá contribuir para a consolidação de uma educação de qualidade para todos.


Sendo assim, poderemos finalmente superar e consolidar avanços na educação brasileira, gaúcha e leopoldense, sem sofrer tanto com suscetibilidades eleitorais e prioridades alheias e externas à educação e sujeitas ao sabor e flutuação da ignorância, da insensatez ou do capricho coletivo.

domingo, 15 de novembro de 2015

SOBRE LUTAS E ADESÕES - UM DOMINGO PARA PENSAR

SOBRE LUTAS E ADESÕES - UM DOMINGO PARA PENSAR

Coloquei a bandeira da França em minha foto de perfil depois dos atentados de Paris. isso não quer dizer em hipótese alguma que não me dói o que ocorreu em Minas Gerais com o Rio Doce e o povo de lá, com mortes e a tragédia ambiental ou que não esteja terrivelmente aborrecido com a violência e a insegurança de minha cidade. Porém, creio que enfrentamos de fato uma crise global e que nossa solidariedade precisa ser exercida. Me sinto chamado para toda luta sempre e luto sempre. Meu perfil expressa isto claramente, então....

E vi muitos amigos colocando outras cores em seus perfis. Perfis de lama, das cores de Minas Gerais, outros continuam Guaranis Kaiowas e etc. Mas também vi um patrulhamento em relação a isso: acusando esta solidariedade de seletiva. Bem, poderia ser uma solidariedade global e sou daqueles que gostaria de ter uma única bandeira para toda a humanidade, mas não há, assim como não há uma única luta que seja melhor ou mais importante que outras o que há são as urgências e emergências, as lutas continuas e quase permanentes.  

Algumas pessoas parecem ficar em repouso por dias, semanas, meses e anos e de repente saem das catacumbas para cobrar dos outros que militam aqui e na vida real o tempo todo, posições ou adesões certas. É a patrulha despertada e logo ali na frente volta a dormir de novo. E eu posso e qualquer um pode lutar pelo que quiser e creio que é uma perda de tempo ficar definindo que luta com mais justiça ou engajamento que outros. E, além disso, estão a ficar construindo rivalidades a partir de coerências verbais ou retóricas e não práticas e concretas.

Este processo de patrulhamento é mais um aspecto do ódio em suas diversas formas de expressão...O mecanismo é mais ou menos assim: precisa se encontrar um motivo para não aceitar o outro, para recusar acordo e paz. Precisa se marcar e demarcar a diferença e corrigir ao outro. Estes são aqueles que preferem ter razão do que construir a paz. E tem em seu espírito racional e reflexivo, crítico e exigente uma grande disposição a vencer o outro em todos os quesitos possíveis e ser melhor que o outro em qualquer caso ou situação. Isto é para mim uma típica competição pequeno burguesa...(quem tem o melhor emprego, quem tem a melhor casa, quem tem o corpo mais bonito, o melhor carro, a causa mais nobre e as ideias mais brilhantes...é vaidade de burguês e falta de contato com a vida real e pedestre.) Na esquerda isso é querer ser mais marxista, leninista, bolchevique, trosko ou revolucionário, radical ou crítico que todo outro...é aquela ambição vaidosa e grandiloquente que estufa o peito e faz discurso de pureza. De uma pureza ainda não testada ou que ainda não foi submetida ao juízo de outros. Para mim nenhum ser humano merece violência...

Tenho muito orgulho de meus amigos que se posicionam e que lutam. E a maioria deles faz exatamente isto: tem alguma causa e adere a outras causas que julgar necessárias ou dignas de apoio. E para mim qualquer luta vale, porque não conseguimos mesmo lutar em todas as frentes. Por exemplo, não fiz nenhuma postagem sobre O MENINO MORTO NA PRAIA, e isso não quer dizer que não fiquei extremamente furioso e indignado com a forma como os refugiados foram tratados em toda Europa, dos chutes da jornalista até o incêndio no abrigo de Calais ontem onde morreram queimados 100 refugiados de diversas nacionalidades. Não fiz nenhuma postagem sobre O CRIME DE MARIANA, onde uma represa de resíduos de extração de minério extravasou inundando cidades e tornando o Rio Doce um rio de lama poluindo de Minas Gerais ao Espírito Santo, mas isso não quer dizer que não me indigno com aquilo lá. Não considero um acidente e compartilhei uma coisa ou outra sobre aquilo. Não negligencio também ou, pelo menos, não desconsidero como pertinente a questão da Privatização da Vale do Rio Doce por FHC como relacionada à definição de propósito da empresa e ao seu desleixo e descuido com o meio ambiente e a tragédia na vida de todas aquelas pessoas atingidas, os mortos, feridos, casas perdidas, bens e vidas prejudicadas. Também não postei nada sobre a Crise na Siria e o ISIS. Tenho razoável dificuldade não para ir contra as guerras, mas para saber o que está por traz daquilo tudo lá. Não apoio nem guerra e nem massacres, nem destruição de monumentos históricos e meu silêncio não se deve por indiferença também. Tem muita gente responsável se posicionando e enfrentando estes e outros temas, me sinto feliz ao ver isto, curtir e quando sinto segurança ou tive tempo de ler sobre o tema compartilho com firmeza.

Compartilhei uma trollagem sobre o tal de Bolsonaro, porque já ando pelas trampas com seu facismo disfarçado de moralismo e seus seguidores que simplesmente ignoram a história e não tem a menor noção do perigo que ele representa não para mim, mas para eles mesmos. Os ALUNOS QUE OCUPAM ESCOLAS EM SÃO PAULO, os JOVENS QUE LUTAM CONTRA AS TORRES EM RECIFE, meus amigos e amigas que combatem o PROJETO DO CAIS DO PORTO DE PORTO ALEGRE e diversas outras lutas tem meu apoio também. Mas eu também tenho minhas lutas aqui bem no meu nariz, na escola onde leciono e na cidade onde vivo, aqui no estado onde vivo e no nosso pais. E ainda tenho meus problemas pessoais e familiares e tenho conseguido compatibilizar tudo isso e me sinto feliz. Fui capaz de militar no último período no CPERS bem mais do que muitos que ficam patrulhando a combatividade, as posições e a coerência dos outros ou tentando ensinar o que não sabem. Em minha cidade lutei neste período todo em defesa da cultura, do patrimônio histórico. No meu partido propus um ciclo de formação política que teve só um evento de todos os dez propostos, mas não tem problema, porque eu sei que a melhor formação é a luta. Acompanhei com muito orgulho o mandato do Renato Janine Ribeiro Janine Ribeiro no MEC, e sei que a luta continua com ele onde ele estiver. Apoiei de primeira o Richarde Mickael Bartikoski desde o seu primeiro passo na rua. Então não creio que a questão seja patrulhar adesões ou provar quem faz mais ou menos.


Tenho orgulho dos meus amigos e amigas. Noto também que são todos eles envolvidos no cotidiano e no chão da rua, da Escola e da vida nesta luta. Nenhum deles é um teórico, discursivo ou palpiteiro, todos tem trabalho e militância mais com as pessoas do que com gabinetes e escritórios. Em especial nós que somos professores e que temos que dar ser o exemplo de solidariedade e de cuidado com o outro indiferentemente de ideologia, credo religioso, posses ou qualquer atributo. Lutamos pela humanidade e quem faz isto não faz exclusão, nem e discricionário, seletivo ou parcial. Não gostamos de nenhum tipo de tragédia, guerra e temos posição radical contra toda forma de guerra, violência e ódio. Se você expressa isto nesta ou em outra questão cotidianamente não tem modinha. Tudo é luta e que todos lutem e sejam apoiados nesta luta! Não gosto de tragédias de nenhum tipo...e precisamos reagir e nos solidarizar sim.

domingo, 8 de novembro de 2015

QUEM SE IMPORTA?

Quem se importa realmente com alguma coisa? Quem se importa realmente com a tua existência ou inexistência? Quem se importa com a tua vida, a tua liberdade, menoridade, inocência, decência ou essência? Quem se importa se você tem que chega para viver? Se você tem ou não oportunidade? Quem se importa realmente com a ordem do mundo? Quem se importa com justiça? Quem se importa com a verdade? Quem se importa realmente com o destino da humanidade? Quem se importa realmente com a vida do próximo? Quem se importa realmente com o amor? Muito poucos, sim, meu caro, muito poucos...a maioria vem com um discurso que é pura balela, uma retórica vazia sobre a culpa, como os outros deveriam ser e com pouco caso sobre tudo o mais. Há o pouco caso, inclusive, sobre si mesmo. Enquanto puderem viver ensimesmados e satisfeitos, NO PROBLEM! A imortalidade é o único modo de vencer a morte e isso só é possível, se você suportar esta condição e fizer algo apesar disso tudo...a parte mais importante do existencialismo não é o mero existir, mas ultrapassar isso de alguma forma...nada é mais humano do que isso....nada é mais humano do que superar tudo isso...

A ANÁLISE TÉCNICA DA ECONOMIA DO GIANETTI ESBARRA NA RACIONALIDADE POLÍTICA - INÉDITO DE 2014


Com todo respeito à diferença de opinião. O problema da credibilidade do Brasil não é a Dilma. Não é a credibilidade de um presidente que afasta investimentos. Presidentes piores que ela e menos honestos que ela foram incensados por investidores. A banca joga no risco. Nós temos problemas de credibilidade sim no Brasil em relação à diversas instituições. A começar pela Imprensa, passa-se ao Judiciário, passa-se ao Legislativo e mesmo a ciência brasileira - em diversas áreas - que não é um sujeito unitário, mas sim uma grande federação de especializações e doutrinas, que não é um sistema articulado, mas que é tão fragmentado quanto alguns partidos políticos tem também problema de credibilidade. Não deve ser considerado um problema ordinário o que ocorre hoje no congresso nacional, por exemplo, em relação à reforma política e ao ajuste fiscal.

E nós não vamos aumentar nossa credibilidade fazendo sacrifícios mensais, trimestrais, semestrais, anuais ou decenais de uma vaquinha ali e outra aqui. Ao contrário, é preciso corrigir muitas condutas, começar a vetar certos pleitos corporativos e também fazer a sociedade e o empresariado nacional assumirem a responsabilidade por este país efetivamente. Sobre o Congresso e sua gestão política resta perguntar que gestão política é esta que é pedida? Esta é a boa? Convenhamos...por fim, deveria dizer com muito carinho que a oposição precisa dizer quando alega que a política precisa mudar qual  é a sua proposta  de política econômica. Não é com a alegada moralidade do PSDB que vai se promover um efetivo combate a corrupção. Convenhamos que quem bate records nisto de corrupção não apurada, não noticiada e abafada, pouco pode oferecer aqui. Os reis da impunidade deveriam descer dos seus pedestais tirar a fantasia de vestais e começarem a limpar seus próprios erros.

É a BOLHA ESPECULATIVA, que foi gerada a partir da crise do petróleo. Os bancos funcionam como salvaguardas ao risco, porém, também tem suas políticas de risco que são negligenciadas pela maior parte dos investidores. Aqui, os bancos acabaram virando garantidores e achacadores dos estados e é assim que as dívidas públicas são trocadas  e exploradas. A Grécia é vítima disto. E o Brasil lida com este processo que envolve a submissão da soberania nacional a interesses financeiros e rentistas. Aqui voltamos ao tema da autonomia do banco central. Na interpretação de alguns Joaquim Levi está ali como fiador da banca, porém ele me parece mais um fiador da política para a banca. O Brasil não merece sofrer o que está sofrendo que é um ataque especulativo atrás do outro reforçado pela oposição que no país tem atuado a qualquer preço contra os interesses nacionais. Isso a parece em relação à Petrobras e mesmo contra as demais empresas nacionais.

E a credibilidade não aumenta um milimetro com instabilidade política e com um governo golpista. Itamar Franco poderia ter todos os defeitos, mas não foi golpista e mesmo assim a credibilidade brasileira não retornou com ele. Temer merece mais respeito, porém não podemos dizer que terá mais credibilidade que a Dilma com o congresso no seu atual estado de coisas. Não se resolve acrise com mais crise ou com o caos. O Gianetti pode viajar para NY se as coisas piorarem aqui. E outros podem ir para Miami por uns tempos. Eu e meus concidadãos não.

Agradeço também, porque è a primeira vez que comento uma postagem de alguém do PSDB e que aceita o bom debate de ideias. Penso, que o Gianetti merece respeito sim, gosto da obra mais filosófica dele, mas a história tem mostrado que muitos intelectuais muito bons embarcam em erros de natureza política com razoável facilidade. Então, eu te diria que gosto de seguir uma regra que aprendi nos idos de 1991, vá com calma, alegro ma non troppo, porque os lobos nunca estão só de um lado do bosque. E ninguém deveria ser mais prudente em juízos políticos do que os intelectuais. Ser sério deveria nos afastar de medidas drásticas e absolutas, Não existe mágica neste terreno a história não é um processo que se faz no subjetivo.E sabemos que podemos estar errados e sob este acordo podemos dialogar sem extremismos, nem excessivas paixões cognitivas ou morais.

Nesse sentido a estabilidade democrática e institucional é o suporte mais importante para a mudança que todos nós queremos.

Nós temos discordância quanto as causas do mal. Eu tenho confiança nela e não é uma confiança acrítica ou ingênua. As instituições precisam trabalhar mais e melhor. E quanto à profecia eu creio que o aperto passa até as eleições municipais. Mas isto é uma crença e tem tanto valor cognitivo quanto o seu contrário. Quanto ao Congresso espero que seja corrigido, mas sei que é um processo. O radicalismo de direita, anti-político e o desespero de alguns insuflados por um excessivo terrorismo midiático fez isto que está ali. Se tivermos acordo de que o resultado dos que cevaram na direção contrária ao governo foi pior do que o problema do governo já é um grande passo. E podes crer que é pior...


http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,analise-cenario-provavel-para-o-brasil-e-de-quatro-anos-em-recessao,1727269

ME FALTA JUÍZO?

A presunção que alguns tem de que os que escrevem ou pensam ou que expressam um pouco mais detidamente suas posições, não tem juízo ou responsabilidade é para mim somente uma demonstração a mais de o quanto as pessoas não querem vencer as primeiras páginas dos livros, as primeiras camadas dos fatos e as meras aparências. Devo ser respeitoso sim, devo ser moderado sim, contudo, mas isso não me impõe aceitar toda negação fácil como refutação ou toda acusação como verdadeira. Seria muito bom que fossemos todos verdadeiros, sábios, justos e honestos, mas às vezes parece que só os outros precisam pensar e ser honestos e que para alguns resta apenas concordar ou não...

A PALMATÓRIA DE THOREAU

De uma publicação da amiga, professora e tradutora Denise Bottmann:

“Dia dos professores: Thoreau, depois de se formar em Harvard, foi dar aulas numa escola em Concord. O problema era que ele não gostava de palmatória e se recusava a usar. O diretor, por sua vez, não gostou da insubordinação de seu recente contratado, entrou na sala, chamou Thoreau, deu uma bronca nele por fomentar a indisciplina em sala de aula e mandou que passasse a usar a palmatória. Thoreau ficou louco da vida, entrou na sala, chamou uns alunos aleatoriamente, aplicou uma valente palmatoriada em cada um deles, virou as costas, foi embora e nunca mais voltou.”


Esta é a primeira e última palmatória. Para Thoreau e para mim. E imagino como a educação sobreviveu a isso e ou o quanto é prisioneira disto ainda. Talvez exista uma palmatória invisível e mais incompreensível que a primeira.