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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

ARTE COMO DIVERSÃO

Fiquei pensando nos meus próprios limites sobre esta questão. E também olhando em volta de mim - nestes aqui 4.500 amigos, amigas, colegas, conhecidos e próximos em alguma coisa, em quantos destes aqui e daqueles lá fora disto aqui se percebe bem que olham para as artes,a literatura e mesmo para o pensamento como diversão. Não diria que olham sempre assim, mas olham e pensam assim na maior parte do tempo. Uma diversão, ou uma certa variação e diversificação do cotidiano, do imaginário. Um adorno ou incremento estético, um presente agradável à sua própria sensibilidade. A busca de um conforto ou de uma zona de conforto também na linguagem - as belas imagens, belas palavras e boas canções - em meio aos desconfortos e inadequações cotidianas. Beleza, sim, este refrão saudação cativante e diverso do mundo cão, da vida dura, da terrível exposição de maldades e perversidades. E quando se pára de fazer isto? E porque isto ocorre? Quando prestei um pouco mais de atenção em Iberê Camargo praguejando não contra um erro conceitual ou de classificação, mas sim contra um poder de errar, uma espécie de direito que alguns julgam possuir de poderem errar. E fiquei pensando que, então, um erro com arte será sempre um grande erro, pois será apreciado, adorado, curtido e compartilhado. Não tenho o direito de furtar a qualidade de diversão da arte, mas fico pensando quando é que ela passa a ser mais do que isso e nos dar um outro tipo de conforto, um outro tipo de horizonte para o nosso real. Sim, sei bem que sonhadores não estão em moda e que é mais farto o leito dos que gozam esta vida numa busca maior de defeitos do que de precisões, mas penso sim que a arte pode ser mais do que pura diversão e que a escritura também pode ser mais do isto. Entendi à pouco - lendo um texto de  Foucault sobre Delleuze em que Platão anda como um fantasma pairando sobre nós - porque certos filósofos nos aborrecem, em especial aqueles que pensam aquilo que não queremos pensar. E, concluo, então  que se a filosofia não tem salvação, nem o homem muito divertido e satisfeito terá também.... 

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