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terça-feira, 18 de novembro de 2014

SOBRE O QUE ACONTECEU COM CERTOS ROQUEIROS DOS ANOS 80?

É somente uma ressaca da pós adolescência e da pós modernidade. Tem coisa muito melhor que eles só que numa dimensão mais fragmentada e em maior pluralidade. A visibilidade de midia que eles tiveram não existe mais. Ontem estava conversando com dois alunos e jovens e me perguntei o que havia na apatia deles e cabei me lembrando que existe também uma falta de referências. Quando eu tinha 15 anos John Lennon morria e não morria de overdose não. Depois foi um passo para conectar referências e maios símbolos de contestação e desejos de mudança. E o que há hoje? Houve uma entre-safra, o país mudou, passou os anos 90, passou os anos 2.0 e agora a internet explodiu com tudo que havia de mainframe e sistema. Só que estes caras estão num outro tempo e não evoluem mais em coisa alguma nem na estética, nem na poética, nem na política e nem na ética. E é notória que todas as saídas e propostas políticas deles sejam sempre individuais e marcadas pelo eusismo, sem nenhuma articulação e senso coletivo. Marcadas por um pensamento focado no seu próprio umbigo, sem transitividade com nenhuma parcela ampla da sociedade, sem ligação nem romântica nem realista com o povo real. Lobão ensaiou a ideia de selo próprio independente e parou lá atrás. Outros estão apegados e muito ciosos de direitos autorais e de suas próprias vaidades. E o mundo passou, o tempo passou, o mundo mudou e não sobrou nada daquilo tudo lá.  Este é um bom momento para dar uma revisada no que era ou não era de verdade e consistente nos anos 80. Quem atinge os 50 anos pós 2.0 tem um bom trabalho para tentar manter uma conexão real com os jovens - esta energia limpa da civilização - e ajudar em alavancar outros passos. Eu sou professor e tenho cada dia mais gosto por cultura e música e sei que isso ajuda a criara espaço para novas ideias, novas ações e novas propostas e também em se retomar os sonhos de mudança e de avanço não realizados e o que ainda é possível passar adiante. Já alguns destes ícones ficaram nos ícones de si mesmos e vendem uma farsa crítica por trás de mera iconoclastia mal aplicada. O senso hipercrítico deles é tão bom que tem apenas renovado o exército dos pessimistas, dos negativistas e dos depressivos ou revoltados. Não servem nem para reformistas e nem para revolucionários, optaram pela opção mais fácil sempre e mais confortável que é se abraçar na elite e buscar uma zona de conforto para falar mal do mundo. Assim, eles são ou bem conservadores ou bem reacionários e nisto ficou o resumo da ópera ideológica deles. Veja-se que a única proposta de ação deles é agitação, aquele papinho adolescente e casmurro contra isso e aquilo ou contra tudo que está aí, só que é piada um marmanjo com mais de 40 anos propor somente agitação nos dias de hoje. Qualquer adolescente atual mais consequente e informado quer soluções objetivas e não blague ou trololó. E a pose e a peia deles é meio vergonhosa e ultra-decadente.CARA. Falta elegância e aquela famosa categoria que dá autoridade a quem fala. Parece até que hibernaram por 30 anos e de repente aparecem pretendendo carregar a boa nova. Só que a boa nova já está ai meu chapa e está mandando ver, só você que não viu. Assim, os queridos e queridas estão por ai e deambulam pelo mundo sob suas sombras e carregam apenas vestígios e sinais do que já foram um dia.  Eles ainda estão lá atrás e não perceberam o que mudou no país ainda estão sentados com a boca escancarada cheio de dentes esperando a morte chegar, e bem na frente da televisão que os deixou burros, muito burros, demais. 

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