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sábado, 29 de novembro de 2014

NIETZSCHE DELIRANTE

Algumas pessoas que admiram Nietzsche - e Nietzsche é uma das maiores modas filosóficas de todos os tempos - gostam de atentar e se apaixonam pelo personagem "delirante" presente nele e em suas ideias e gostam também de fazer de conta que o lúcido e o hiper-crítico nele é somente uma exceção, uma certa excepcionalidade. Creio que não percebem que são somente duas facetas do delírio: tanto a extrema lucidez e sua crença em si mesma, quanto a extrema loucura ou delírio e seu dionisíaco impulso. 

E Isto é o que explica parte da “dialética” entre dionisíaco e  apolíneo. Nietzsche jamais foi um detrator da lógica ou da ciência, ele é um demolidor de ídolos e, neste sentido, se a lógica e a ciência, ou a fé e a moral, ou toda a metafísica ocidental tiverem – de alguma forma - passado a erigir ídolos, então a lucidez dele e a nossa vigilância vai apontar justamente para este delírio. E a nossa própria tenacidade não poderá se sentir confortável enquanto ainda há muito por fazer....por um demasiado humano....

e esta é só minha pequena nota para a ótima dica abaixo do Jônadas Techio que cita comentário de Rogério Lopes hoje no Facebook à seguinte passagem:


“A ciência exercita a capacidade, não o saber. – O valor de praticar com rigor, por algum tempo, uma ciência rigorosa não está propriamente em seus resultados: pois eles sempre serão uma gota ínfima, ante o mar das coisas dignas de saber. Mas isso produz um aumento de energia, de capacidade dedutiva, de tenacidade; aprende-se a alcançar um fim de modo pertinente. Neste sentido é valioso, em vista de tudo o que se fará depois, ter sido homem de ciência.” (NIETZSCHE, Humano, demasiado Humano, I, 1878: 256)

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