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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

É PRECISO FILOSOFAR E DAR SIM RAZÕES PUBLICAMENTE NUMA DEMOCRACIA: COMENTÁRIO À POSTAGEM DO FILÓSOFO RENATO JANINE RIBEIRO

Concordo com todos os argumentos do Renato Janine Ribeiro e já escrevi sobre todos os temas que ele arrola e pontos que aponta entre suas razões com concordância quase em detalhes, mas se for provocado, se alguém não considerar suficiente eu ainda acrescentaria alguns mais de reforço e m diversas áreas que tem tido baixa consideração do eleitorado ou nos debates. Porém, me surpreendo que ele tenha que postar algo desta forma e suponho uma pressão sobre ele nisto. vejo uma regressão na nossa democracia também a partir disto. Pois a desconsideração de um conjunto de razões é ruim e a consideração de uma única razão para votar contra ou a favor também é ruim na minha franca opinião. O reducionismo, para mim, nunca foi um bom guia político. E fiquei pensando nisto nos últimos dias quando algumas pessoas me disseram que não assumiriam apoios publicamente porque se sentem muito constrangidas com a pressão da direita, a patrulha conservadora e pseudo-liberal às suas posições em diversas matérias. E fiquei preocupado com nossa democracia, não pelas ameaças, mas pelo atraso que significa um médio empreendedor, um funcionário de carreira, um profissional liberal, uma doméstica, um motorista de táxi, um garçom, um professor e mesmo um porteiro não poderem assumir seus apoios à Dilma e ao Tarso aqui no sul. Tem algo errado, na tal nova política que alguns preconizam por aqui e por ai em São Paulo e abre mão de partidos, mas vota em Aécio ou em qualquer coisa contra o PT. E pelo visto, pelas bancadas eleitas a desunião da esquerda tem contribuído e muito para a soberba e a ofensividade desavergonhada de muitos reacionários. Das manifestações de junho e julho do ano passado, não restaram votos afirmativos de causas progressistas, mas a fragmentação da esquerda, uma batelada de votos nulos e brancos e uma grande ascenção da ultra direita que agora oprime tanto a liberdade de pensamento, a liberdade de opinião a liberdade de expressão e defesa de posições e promove uma política sectária, de ódio, raiva e obscurantista. A tolerância à diferença faz muita falta e se não houver um esforço de união daqueles que estimam tal virtude democrática, as cosias podem ficar piores. Por isto também, meu voto é #DILMA13 e #TARSO13, que são do PT e tem, sem nenhuma dúvida, virtudes democráticas, propostas sociais e que são republicanos no trato com a coisa pública. Vamos ultrapassar esta borrasca conservadora...

O Texto do Filósofo Renato Janine Ribeiro que comento acima segue abaixo:

“Negócio seguinte: numa eleição como esta, não há bala de prata. No sentido de definir seu voto por uma única razão.
Ficam amigos me questionando se as denúncias da Petrobras não me fariam votar no Aécio.
Não.
Porque meu voto é definido por muitos fatores:
1. No caso da corrupção, não me parece que as acusações ao PT - que geralmente são apuradas, e exploradas a granel na mídia - sejam mais graves do que as dirigidas ao PSDB, as quais são silenciadas;
2. Quanto a má gestão ou gestão temerária, a administração da USP sob o reitor escolhido por José Serra, contra a vontade da maioria da universidade, está sendo chamada de temerária pelos próprios ex-pro-reitores do mesmo; isso para não falar do panorama paulista em termos de falta d'água e de deficiências na educação, saúde, transporte e segurança públicos;
3. Quanto a políticas sociais, o PT continua sendo o melhor para conduzi-las;
4. Quanto à economia, que é o grande argumento tucano, o problema que vejo no PSDB é que ele sempre tem a mesma receita, para qualquer circunstância: reduzir as despesas estatais (inclusive gastos sociais), aumentar juros, flexibilizar o trabalho etc etc.
Eu poderia concordar que uma ou mais destas medidas, em determinadas circunstâncias, são as melhores.
Mas o receituário é sempre o mesmo, ou próximo de.
Com isso, não pretendo convencer os amigos tucanos a deixarem de votar em seu preferido. Mas gostaria pelo menos que eles ENTENDESSEM que a decisão política não se toma com base num ÚNICO ponto, ainda mais quando este único ponto é o que ELES elegem, descartando os demais.

Na verdade, o respeito à opinião alheia está nisso: reconhecer que os valores são múltiplos. Não há uma questão única. Não nesta eleição.”

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