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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

TORRES 2014

Uma maravilhosa cidade turística gaúcha que me atrai e que parece estar acertando o seu passo, mas....

Já visitei o balneário de Torres muitas vezes desde a minha infância. Minha mãe considera a praia mais bonita do sul e meus avôs maternos tinham muita adoração por este balneário e tinham e nos deixaram um belo álbum de fotos naquele balneário entre os anos 50 e 60. Na minha infância estive por lá algumas vezes, na juventude também e depois fui passando lá por muitos anos sem parar ou dar muita atenção. Mas desta vez foi diferente.

Quando casei com a Regina, entre muitas coincidências entre nós, outra foi alguma referência familiar a Torres. E fomos lá juntos e ela logo - do jeitinho dela - me fez olhar para Torres de uma outra forma mais pessoal ainda . De uma forma mais pessoal, por conta das suas passagens por lá quando criança, jovem e na vida adulta, porquanto Regina possui consideráveis raízes familiares lá e mantém laços com seus parentes que lá residem e vivem. Isso aconteceu porque a mãe dela, Dona Enilde Porto, descende diretamente do Alferes Manoel Ferreira Porto, que é hoje sem nenhuma dúvida o principal vivente e fundador da ocupação que se deu a partir de 1801 na face Oeste do Morro do Farol, que levou a construção da Casa número 1, na qual se hospedou Dom Pedro 1 em 1820, e que depois hospedou também Dom Pedro II. E ali ao lado que foi feita a edificação da Primeira Capela que depois virou a Igreja de São Domingos das Torres, por escolha do Santo de Ferreira Porto.  A história da cidade e das suas ocupações no século XIX é muito interessante e em uma pesquisada rápida encontrei informações bem legais.

Assim, em nossas férias damos uma passadinha lá, para ver parentes e apreciar a paisagem. Eu tenho notado que ela gosta de me levar lá, ainda que sempre faça isso de um modo meio de curiosa talvez para ver o que eu acho e como eu reajo. Neste recesso (dia 28 de julho de 2014) de inverno fomos lá dar uma passadinha de novo. A gente visitou alguns tios dela na cidade, os irmãos da mãe e visitamos alguns lugares dos quais ela tem fortes lembranças da casa do pai dela, do passeio com os filhos ainda pequenos em torno da lagoa do violão e do farol. Bem, mas desta vez fui para lá com a Regina numa segunda-feira de temperatura ótima para o final do mês de julho e algo bateu muito forte na gente. Creio que descobrimos através da minha imaginação e capacidade de fantasiar com bom humor, desapego e sem temor algum, a possibilidade ou um sonho de um lugar novo para vivermos após me aposentar ou talvez antes mesmo disso...vamos ver....

Duas observações finais ainda sobre Torres, saindo do tom pessoal e memorialista e migrando para a política e a atualidade, uma delas é muito boa e a outra problemática.

Fiquei muito feliz ao saber que a prefeita de Torres é do PT e mais que isto, feliz ao ver que a gestão dela tem dado resultados concretos e efetivos, pois as obras e melhorias que ela tem realizado na cidade tem mudado o panorama da cidade que estava estagnada. A orla recebeu um novo calçamento e muitas melhorias e, além disto, vi com meus próprios olhos diversas obras de infra-estrutura pela cidade. Lembrei de uma gestão que fez melhorias como poucas aqui em São Leopoldo. Depois os tios dela, confirmaram que a prefeita está trabalhando muito e que resolveu de vez os problemas de cheias e alagamentos com chuvas na cidade acertando, na parceria e captação de recursos com o governo federal, e dando conta de um plano de macro drenagem. Sai de lá bem contente e animado. Observei que a cidade tem como residentes 35 mil moradores, mas suponho que deva receber na estação de verão aproximadamente uns 300 mil turistas e moradores de estação. Imagino um fluxo permanente de turismo por lá e a possibilidade de expansão urbana não mais em direção a orla que precisa ser preservada, mas entre o centro da cidade e a BR-101. 

Voltamos para casa na quarta-feira a tardinha e no sábado leio em manchete de capa e matéria de ZERO HORA 02/08/2014 – a chamada é sugestiva já em seu título TORRES QUE DIVIDEM TORRES, e aponta que “Cidade do litoral norte discute lei que permitiria construir prédios de até dez andares perto da beira-mar” isso aponta que há uma disputa no bojo do Plano Diretor da Cidade, entre especuladores imobiliários e da construção civil contra preservacionistas e moradores, bem como, contra a nova administração para permitir a edificação de Edifícios de mais de Dez andares na orla da praia. Bem isso me deixou muito chateado, mas comprova a minha vocação para coincidências. Passo anos sem tratar de Torres e quando me atraio por ela e começo a escrever uma pequena memória sobre ela descubro que os abutres e as aves de rapina da especulação e que só representam interesses privados se batem por tungar a cidade de sua paisagem para vendê-la em pequenos lotes – quase resorts verticais - para os poucos privilegiados que podem pagar o CUB e o custo do metro construído na beira mar. Mas isso trará prejuízos e implicará em mais dificuldades de gestão tanto na drenagem como no tratamento de esgotos da cidade e na preservação do seu meio ambiente e daquilo que faz a cidade ser um atrativo turístico nas temporadas de verão ao meu ver em todas as estações quando possuir um plano de gestão turística compartilhada entre a iniciativa privada, hotelaria e etc, e a administração municipal, estadual e federal, um plano adequado e condizente com tudo que deva se exigir de ambientalmente sustentável e socialmente conveniente.

Hoje, 07/08/2014 – sem mesmo ter falado disso antes – a não ser no Facebook da Regina, também por coincidência, recebi um e-mail de Marcel de Rose pedindo assinatura apoio para a campanha contra a mudança no Plano Diretor da Cidade. O e-mail afirma o que disse acima que o debate sobre a urbanização da orla da cidade de Torres (RS) foi capa do jornal Zero Hora e que deu destaque para o abaixo-assinado criado por Marcel de Rose. Descobri com muita alegria – porque a luta continua e não está perdida – que ele é contra a construção de grandes edifícios na praia porque isso pode trazer danos ambientais - aumento excessivo da população e do seu impacto na orla, a redução do tempo de sombra na areia ao entardecer e que, entre outros problemas, também.


Agradeço a iniciativa do Marcel de Rose, li toda a matéria antes e apoio a campanha para preservar a orla de Torres. Apoie você também:  http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/torres-debate-mudanca-na-lei-para-permitir-construcao-de-predios-mais-altos-a-beira-mar-4566113.html     

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