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quarta-feira, 16 de julho de 2014

SOBRE O PT CONCILIADOR

Discordo desta imagem de conciliação que atribuis ao PT. É preciso sempre e cada vez mais  perceber as diferenças entre o Partido e o Exercício dos mandatos no executivo. Tanto por força do respeito as instituições, quanto em defesa da democracia e de uma pedagogia democrática que só pode ser exercida com exemplaridade. Isso pode parecer artificialismo e conciliação para alguns, mas faz parte dos ritos e das liturgias dos cargos e da nossa obrigação de defender as instituições, preservá-las para poder alterá-las conforme a vontade soberana do povo brasileiro expressa nas urnas e de aperfeiçoar a democracia brasileira de apenas 25 anos. Diplomacia e alianças não significa conciliação. A Diplomacia é uma exigência institucional, as alianças são uma exigência política não somente para governar, mas também para não sucumbir a uma aventura autoritária e de monopólio do poder. O PT concilia tanto que disputa inclusive com aliados eleições em praticamente todos os níveis. E as diferenças não são somente personalistas. Envolvem também uma leitura da conjuntura e questões programáticas. Não é muito difícil saber a diferença entre as bancadas dos partidos hoje, nem entre as direções de entidades. Isso passa desde o início e acontece até hoje dos grêmios estudantis, sindicatos, organizações e milhares de entidades e vai até as eleições para os parlamentos e os executivos. Esse velho papo de conciliação para mim é papo de minoria interna ou de arquibancada. Ou de quem quer que o PT faça, mas que não desce em campo para fazer. Se cada militante, simpatizante, cidadão e membro da dileta vanguarda cumprir algum papel de fato, as cosias podem mudar mais. Eu ando devolvendo certas contas para os seus emissários. Teus questionamentos são importantíssimos, mas deverias ver se é possível resolver eles sozinho. O PT não vai resolver eles sozinho não. E não adianta mais vir com MORDE & ASSOPRA com a gente. A democracia precisa mesmo avançar e a disputa de hegemonia não é mais protagonizada somente pelos partidos. Deveria haver uma considerável diferença entre ter medo e ser burro, assim como há uma diferença entre coragem e imprudência. Discordo com o que você diz sobre as familias das capitanias hereditárias e da midia. Vejo e assino embaixo de críticas cotidianas a elas. Temos posições sobre regulação da midia e acreditamos que é necessário mudar este sistema e torná-lo mais regulado e democrático também. Mas não vamos avançar em uma aventura autoritária por conta disto. E isto não é falta de coragem, mas sim sabedoria. Nenhuma medida de força ou que quebre as instituições, desrespeite as leis vigentes e violente o direito dos demais cidadãos deste país será tomada pelo PT nos seus governos. Eles estão se sentindo ameaçados e atacam sistematicamente o PT e alguns membros do esquerdismo cumprem justamente este papel de fazer coro com eles. Não preciso sequer apontar de que lado está a covardia. E as reformas a que aludes pelo visto vão depender exclusivamente dos deputados que o PT elege, dos senadores que o PT elege. Sobre a Globo eu sinceramente não conheço nenhum outro partido cujos militantes enfrentam e criticam a Rede Globo mais do que os petistas.E mesmo aqui nas redes sociais e em praticamente todas as pautas vejo isso também. Não sou o dono do post, nem do perfil em que está este debate, mas creio que você não precisa se desculpar dos excessos não. Enfim, se o PT fosse só pelo Poder, não haveriam tantos projetos e programas que nos últimos 12 anos alteraram a realidade brasileira, o PT seria apenas um gerente da sucata neo-liberal e não teria investido com trabalho e energia política na reconstrução e no fortalecimento do estado brasileiro. E sobre a militância do PT a qual pertenço eu gostaria de dizer uma única coisa: militante do PT que cai deitado ou que reclama de direção ou dirigente, deve fazer sua hora, fazer valer sua voz e isso se faz também com política, e não cabe ficar aqui ou ali se lamuriando. Isso é o tipo de assunto que ou se discute e se vence no PT ou não adianta falar muito fora dele, ainda que possa se fazer a devida sociologia disto, a principal questão ai não é a relação vertical entre militância e direção, mas sim como a horizontalidade foi desconstituída por falta de atuação e reciprocidade de uma ou outra parte e nessa questão tanto a generalização, o coitadismo e uma nostalgia permanente só agravam o quadro. 

P.S.: Compartilho aqui sem nenhuma alteração a resposta a algumas críticas ao PT que se repetem mais por hábito e comodismo do que por ação política e reflexão efetiva. 

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