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sábado, 14 de junho de 2014

A DECADÊNCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Desculpe a TESE, mas eu creio meu querido professor Renato Janine Ribeiro que isso – a inserção de falas ultrapassadas de Ferreira Gullar e Julio Medaglia na radio cultura de SP, é um sintoma paulista típico, da conjuntura e do passo ou descompasso histórico em que São Paulo se encontra. Há ai claramente uma falta de conselho de administração nestas mídias e de uma decadência passadista e falta de renovação e atualização cultural na linha editorial destas mídias.

Elas são midias estatais são e estão relacionadas à políticas e a concepções políticas também ultrapassadas. Creio que é preciso discutir isto profundamente porque também envolve certos senso de limites para certas pessoas que se julgam eternizadas por suas grandes obras e importantes contribuições. Agora me diga como aposentar ou dirigir "personas" como estas e outras? No domínio político temos eleições que deveriam nos ajudar a substituí-las e a aposentá-las com dignidade. Mas me parece que ninguém é muito dado a sabedoria de saber a hora de sair ou de passar o bastão. Parece que não criam discípulos melhores que os mestres por ai ou com estes homens que temos aos milhares e que aparecem com mais vigor hoje tendo em vista a ampliação da longevidade. Mas penso também que esta midia que tem se desenvolvido desde os anos 50 sofreu pouca renovação no resto do Brasil o que só foi agravado pela posição de monopólios nela herdadas da ditadura.

E em São Paulo o caso parece ser mais grave. No Brasil ainda tem os monopólios políticos da grande globo e suas afiliadas, das concessões ad ditadura e do sistema político monopolista brasileiro, e ma TV Cultura que permanecem os mesmos dada toda esta inalternância no Poder em SP desde Montoro, Covas, Serra, Alckmin e os "gênios de gabinete" que estão a 32 anos governando SP (Safatle pontuou isso ao sair, com muita precisão crítica) e levando o maior estado do país a um estado de decadência ideológica e cultural, econômica e administrativa inimaginável. O atraso é tão grande que eles estão discutindo a dívida da USP olhando somente para a conta DÉBITOS e não para os CRÉDITOS CULTURAIS E TECNOLÓGICOS desta universidade. Sendo que todos os reitores da USP foram indicados por membros desta mesma escola de Montoro, Quércia, Covas, Serra, Alckmin. Não consigo destrinchar em SP o PMDB do PSDB, por mais que eles queiram fazê-lo. Por mais que se deva respeitar as contribuições destes paulistas e seus limites, compreender seus projetos no quadro histórico adequado é preciso dizer que São Paulo parou no tempo e aquela elite que vaiou a Dilma, a proliferação dos "coxinhas" e de outras versões de néscios paulistas é só um dos muitos síntomas disto meu grande professor e filósofo.

São Paulo precisa ser repensada e se abrir de forma correta para o resto do Brasil para sair desta crise. Eu olho para o RS - meu estado - e vejo Tarso Genro e seu governo com todos os limites e objetivos ainda a atingir. O que envolve desde o cumprimento da lei do PISO NACIONAL DOS PROFESSORES - preservando o atual Plano de Carreira dos mesmos, fazer o estado crescer em índices superiores ao resto do Brasil, tendo as menores taxas de desemprego e implementando políticas públicas e vejo que deve haver algo sendo feito certo aqui e algos endo feito muito errado ai em SP e não dá para usar mais o argumento recorrente de que SP é uma MEGALÓPOLE para não fazer nada.

É preciso mudar a política ai de verdade e tratar o Estado de São Paulo com a grandeza e a coragem que ele merece. E meu caro filósofo deve se construir ou reconstruir um estado com gestão e com objetivos mais generosos e ambiciosos do que estes que ai se cumprem. SP não pode ser mais governada por ZELADORES de CONDOMÍNIO decadente coimo tem sido. E no ano passado quando a polícia baixou o pau nos Manifestantes pelo Passe Livre detonando e gerando toda a reação que ouve é preciso que se diga claramente que o ZELADOR deu sinal claro de não compreender o processo que enfrentava e de não ter juízo atualizado para exercer o Poder. Assim, as falas decadentes de Julio Medaglia e de Ferreira Gullar são a ponta da decadência cultural e política de São Paulo dando as suas caras mais uma vez. E desrespeitar a memória de Vladimir Herzog é o cúmulo da perversão que esta decadência torna possível.

Bem, talvez olhar melhor para o quadro brasileiro seja uma tarefa necessária mesmo para os paulistas. Sobre o RS e o RJ creio que deve valer aqui a análise rigorosa também. A minha percepção de SP é desagradável também para mim mesmo. Eu percebo – a partir do olhar Ed um estudante de filosofia - que claramente a tradição cultural paulista contribui com um grande crescimento e auge nos anos 80 – na redemocratização - indo das publicações das editoras Brasiliense, Cia das Letras, a Folha de SP, caderno Leia, as produções da USP, e da Unicamp, o CEBRAP, TV Cultura e muitas outras instituições e depois uma queda vertiginosa. Neste tempo estudava na UFRGS e tinha muita admiração pela Escola Paulista. Aliás, foi neste tempo que conheci teus trabalhos sobre Hobbes e que me fascinava com a filosofia moderna por força e arte, engenho e precisão do Brum Torres e do Balthazar. Eu lia Rouanet, Barbára Freitag, Gianotti e Chauí, Schwartz, Antônio Cândido, Florestam Fernandes, Sérgio Buarque de Hollanda e muitos outros. E isso se somava ao meu cardápio prévio de Oswald de Andrade e Mário de Andrade. E percebia a produção cultural paulista engatada na brasileira e fazendo a recepção e crítica palmo a palmo dos debates internacionais. Mas a decadência tem este efeito é dolorosa para quem assiste e para quem a vive.


Escrevo aqui de um impulso pensando mais na Crise da USP que é algo que me perturba e me deixa muito indignado, porque ela mostra os limites terríveis daquilo que o Nassif e outro grande paulista chama de a política dos cabeças de planilha. Creio que a política em São Paulo - e isso significa a política do PSDB de SP - fez uma seleção selvagem - alguns culpam o Serra disso (mas ?)...e confesso que sou um grande fã de outros paulistas que são pouco ouvidos ai  e que curiosamente pertenceram, ao PSDB ou foram aliados do PSDB também. Bresser Pereira é um deles entre outros. Então debater SP me parece também uma tarefa para os brasileiros porque é uma peça chave para o desenvolvimento do Brasil. E é exatamente nisto que o nosso Lula está de olho. Qualquer um de nós sabe que se colocarmos os vagões de SP na locomotiva Brasil a andar na mesma direção, mas contribuindo e afinado, diferenciado e respeitado, este país pode crescer muito mais. Por isto vejo a decadência, mas ainda sou otimista, SP vai passar  e vai sair desta fase.

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