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domingo, 6 de abril de 2014

SOBRE A PESQUISA DO IBOPE QUE DÁ VANTAGEM A ANA AMÉLIA LEMOS DO PRBS E DO PP

Creio que devo dar razão ao Benedito Tadeu César que disse certa feita que o RS tem um pêndulo político, em que o estado está historicamente embrenhado de eleição em eleição, sempre recuando e avançando...parando e recuando..parando e avançando e assim vai indo...e é assim que eu vejo o atual cenário também, com possibilidades de recuo ou de ficar parado, caso o governador não seja reeleito...

Este pendulo também pode ser chamado de gangorra e a figura pé usada também no futebol em que alguns dizem que existe uma gangorra entre o Inter e o Grêmio. Ma seu não estou tratando aqui no fundo de alegrias de torcida ou de trunfos em jogos. Estamos tratando aqui dos destinos políticos, administrativos e econômicos do estado do Rio Grande do Sul.

Ao pesquisar um pouquinho mais encontrei uma narrativa sobre a gangorra política a favor do PTB e contra o PTB na política gaúcha no período de 1947 a 1964 pelo Sereno Chaise  (escrito com Luciano Klockner. O Diário Político de Sereno Chaise: 60 anos de história. Porto Alegre. Editora AGE, 2007, 217p. ) creio que se avançarmos um pouco em uma análise, vamos encontrar este fenômeno hoje mas com uma nuance diferente, por conta da sucessão de partidos PMDB (1986-1990), PDT (1991-1994), PMDB (1995-1998), PT (1999-2002), PMDB (2003-2006), PSDB (2007-2010), PT (2011-2014). Desde Amaral de Souza (de 1979-1982) da ARENA)indicado pela ditadura e que foi sucedido por Jair Soares (PDS, 1983-1985), sempre mudaram os governos e ao contrário do que Chaise chamou de ”muitos avanços independentemente de quem estava no poder” (p. 19) aqui no RS de hoje isso não é mais o caso mesmo desde 1982 e não sou em quem vai ser generoso e ingênuo aqui às custas do estado, seus recursos e sua gestão. 

Ao mesmo tempo, todas as eleições deste período de redemocratização foram intensamente disputadas. Somente na última 2010, na eleição de Tarso Genro, não assistimos a um segundo turno dramático e intenso, como se deu em 1994, 1998, 2002, 2006. E em todas as eleições desde 1982 assistimos a intensos arranjos políticos, grandes disputas internas em quase todos os partidos e em nenhum do casos os governadores não haviam sido ungidos com mandatos anteriores.    

A pesquisa também publicada no UOL que compartilho aqui e na Zero Hora de domingo, páginas 6 e 7, de 6 de abril de 2014, deu que a pré-candidata Ana Amélia Lemos (PP) tem uma vantagem na estimulada de 7 pontos percentuais sobre Tarso Genro (PT) na disputa para o Piratini. 38% a 31%. Com baixo índice de não sabe e não respondeu.  Já na espontânea temos certo contraste pois há uma inversão relativa Tarso tem 11 pontos e Ana Amélia 8 pontos, com um número importante de 71% de não sabe ou não respondeu. Alguém mais triunfante poderia corre para o já ganhou e outros poderiam desistir da peleia considerando seriamente uma derrota e colocando a violinha no saco. Ao mesmo tempo, não imagino José Ivo Sartori do PMDB com menos de 20% dos votos. Não creio que a fatura está fechada e que deva se estimular isto nem pensar assim.

O resultado da pesquisa é prima facie ruim para o Tarso, mas dá um choque em toda a opinião pública, também, e traz a baila o desafio a todos em parar um pouco para pensar nos destinos do RS. Fiquei pensando nisto e considero melhor desta forma, posto que com esta pesquisa abre-se o debate sobre a natureza do atual governo em desvantagem e se evita a velha soberba que é somente a pior conselheira política neste caso.

Posto que se Tarso estivesse na dianteira poderíamos viver um momento de falsa tranqüilidade, salto alto e um triunfalismo para o seu campo de apoiadores e uma  certa segurança muito prejudicial à sua campanha e ao seu maior desafio que é fazer saber ao povo e aos eleitores em que mesmo que ele avançou nestes 4 anos de governo, e assim uma possível vitória de Ana Amélia Lemos e do PRBS ficaria praticamente garantida pelo véu da ignorância. Agora com esta pesquisa IBOPE não. 

E ela abre um debate sobre a posição de todos os gaúchos em relação à volta ao passado e em relação ao atual governo de forma mais intensa.

Há que se debater mesmo o que é melhor, sem paixões e mesmo quem seja portador e defensor de uma visão exclusivamente corporativa – e na minha área de atuação profissional isso é bem possível - , ou daquele simplismo que espera soluções absolutas para uma realidade que não tem e não oferece instrumentos para isto, inclusive para os que julgam Tarso ruim.

Minha posição política aqui é que eu prefiro mais do Tarso do que às outras duas opções. Até mesmo porque vislumbro um segundo governo bem melhor que o primeiro, com soluções para diversos setores como o meu próprio e tenho convicção que um estado forte vai ajudar com mais avanços econômicos e culturais.

Eu não tenho temor frente à resultados eleitorais mais, para mim não se trata a política como uma tábua da salvação da minha categoria profissional e espero que mais gente pense assim, sem desistir de lutar e de fazer uma disputa ideológica na sociedade. Não vejo alternativas mais à esquerda com viabilidade e sustentabilidade e não aposto à direita e nem ao centro, como aliás sem nenhum arrependimento nunca apostei.  Mas também penso mais como creio que qualquer um que não é capaz de pensar em Ana Amélia como alternativa ou a volta de um PMDB mais à direita como alternativa - que as outras opções são retrocessos e não estou disposto a deixar acontecer ou me omitir nesta disputa.

Para mim não é mesmo tudo igual e se alguém acha que está ruim vou lembrar só dois governos: do  Antonio Britto e o da Yeda Crusius, cujas ideologias originais neoliberais e privatistas e depois de déficit zero tendem a perder e serem consideradas mitigadas para as duas opções atuais da direita e do centro do estado que se avizinham. Não sei se é preciso que todos nós tenhamos que passar por isto, por um avanço da direita e da ultra direita no estado ou se vale a pena passar por isto de novo ou cousa pior, que é o que vejo.


Então, cabe sim discutir as pesquisas eleitorais tendo em vista que papel militante e reflexivo cada um de nós vai ter neste cenário e em suas conseqüências eleitorais e para a gestão do nosso estado.

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