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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A CONJUNTURA POLÍTICA ATUAL E O MORALISMO NO PT

O projeto real é destruir a esquerda de forma definitiva..e uma parte da esquerda não percebe e se alia com a direita e o anarquismo que tem o mesmo propósito...e é tão bom não ter medo....ou não reconhecer razões e fatos... a negação simples é tão descomprometedora...é um ALIVIUM MORAL

O moralismo no PT é um equivoco raso...e bem confortável para a classe média que usou isso como justificativa para aderir ao PT e disputou anos dentro do PT com este discurso moral que as vezes guina para o republicanismo, com fortes influências positivista aqui no sul, mas esquece mesmo da questão social...E estas pessoas são aquelas que condenam mesmo no PT o Bolsa Família e outras políticas sociais e é muito interessante isso, porque a questão não é para mim negar a necessidade de uma moralidade pública, mas apegar-se a isso como se esta fosse a principal bandeira do PT.

Ora, para mim, ela está subordinada ao tema da igualdade e da transferência de renda, ao tema do investimento público e do desenvolvimento social. E qualquer partido que defende um estado forte deve necessariamente defender a moralidade pública. Mas isso não deve servir para o cultivo de uma paranóia ou para o inchaço de instrumentos de controle e fiscalização como o que vemos hoje. Eu aposto na transparência e no controle público ou social disso tudo, creio que há hoje um superdimensionamento desta função e, curiosamente, com polpudos salários e altos investimentos que efetivamente só demonstram uma desconfiança nos instrumentos mais simples de controle e mais imediatos. Há hoje uma superestrutura de controle e mesmo assim....pegam muitos erros por inépcia e imperícia, não por ímpeto criminoso ou doloso, mas aqueles que são os ladrões mesmo se safam...por sua alta especialização e algumas vezes por sua forte  resistente rede de influência ideológica e de classe e que atravessa diversos poderes.

Então a discussão sobre moralidade pública é uma pauta de classe média, mas também é uma pauta que não pode ser abandonada e que nos interessa sim e precisa ir para além do simplismo grosseiro e corrente.  A origem histórica de uma pauta reduzida destas deve ser compreendida lá na formação do PT e no seu primeiro impulso de acumulação de forças e construção de razões para as adesões de setores mais ao centro do espectro ideológico. Nós sabíamos que havia corrupção na ditadura militar e sabíamos também, nos anos 80, que algumas agremiações políticas democráticas e de centro abrigavam quadros cuja distinção entre o público e o privado, não a distinção conceitual, mas a distinção material e de interesses materiais não era cultivada nem prezada na gestão. E foi neste campo justamente que o PT cresceu para alêm do seus adeptos de formação  marxista, comunitária, sindical e de formação mais ideológica. Foi neste tema que o PT se expandiu para a classe média e foi a partir dele que iniciou as conquistas de prefeituras, a eleição de fortes bancadas de deputados, com  a preservação ads demais bandeiras de reivindicação de direitos sociais. Mas isso se explica porque para esta classe média haveria que haver um motivo para aderir ao novo que o PT representava e este não poderia ser o antipatrimonialismo ou o anticapitalismo - já que as ideologias radicais dos comunistas, socialistas, troskos e leninistas eram intragáveis. Assim, o PT sofreu um crescimento, mas sofreu um encurtamento de dois lados...de um lado resumir o discurso do PT ao moralismo... de outro virou tática corrente despacho de qualquer coisa ou de qualquer um na primeira suspeita..e disso se derivou a condenação fácil e a suspeita que é causada mais por um sentimento de aversão do que propriamente uma apuração de fatos. E isso teve vítimas, muitos ônus até que começou a se virar contra o próprio PT, no caso Celso Daniel de 2002 temos o paradigma realizado disso, já na CPI da Segurança Pública talvez a primeira tentativa articulada pelos adversários do PT neste sentido. O que os adversário do PT compreenderam rapidamente nestes dois episódios ai foi que, mais importante do que a verdade, é a versão alardeada e que esta tem eficácia política razoável. Ou seja, que a suspeita e suficiente para a condenação.   

Esta é para mim uma forma preguiçosa na política de julgar os fatos. E ela é bem vantajosa para a direita porque ela possui os instrumentos mais eficazes de disseminação de versões e ao meu ver, isso leva até a AP 470 que de certa forma coroa esta reação.


Eu, entretanto, prefiro a crítica contra as políticas efetivas do PT do que esta condenação moral que só tem conteúdo na imprensa e nos atos de um tribunal que de moral, justo e legal num tem nada... o STF não é o Tribunal da Razão Brasileira e alguns dos melhores juristas e pensadores políticos apontam o absurdo do Mensalão e da AP 470...e eu não estou preocupado mesmo com o PT ....o problema é bem outro amigo e agora fica cada dia mais nítido qual é o problema através desta grande reação conservadora...que pretende não somente destruir o PT, mas toda a esquerda brasileira, nos mesmos moldes do ataque sofrido pelo velho PTB, Getúlio, Juscelino e Jango nos idos dos anos 50 e que levou até o golpe de 1964...o que o esquerdismo e os demais partidos de esquerda ainda não entenderam,s alvo nossos velhos companheiros do PCdoB...que tem um trauma carnal do ciclo ditatorial desde os anos 30...Para finalizar recomendo que se olhe respeitosamente e compreensivamente para o PDT ou PSB neste cenário atual...para ver como suas forças internas estão organizadas e dirigidas e sob qual hegemonia ideológica... 

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