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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

HANS KELSEN: A RONDA

Vou começar a leitura de Hans Kelsen...porque o debate jurídico sobre o Tribunal da Razão Brasileira precisa subir de nível e eu quero muito que isto aconteça....O BRASIL PRECISA E MUITO DE JUSTIÇA...e esta justiça não será construída apenas pela elite....peguei o livro entre as minhas mãos e pensei na necessidade...

A QUESTÃO MAIS FUNDAMENTAL DA FILOSOFIA - AO QUE TALES ESTAVA INTERROGANDO?

SOBRE A QUESTÃO MAIS FUNDAMENTAL DA FILOSOFIA: NOTA DE REFERÊNCIA

Vejo um Heidegger que olha pela janela da sua cabana em direção ao sul e que talvez pensa: como isto é possível? Como isto foi possível? E desiste imediatamente da tentativa vã de responder esta questão fundamental...mas anota em seu caderno e se interroga pelo sentido desta interrogação em que eles está enredado. Não se trata somente do ser, mas o pensar está ali imbricado na possibilidade de uma compreensão preliminar da questão e também da própria autocompreensão. Afinal, Tales sabia ao que estava interrogando? 

Jamais saberemos, mas há que se suspeitar que tamanho esforço de pensamento não foi um acaso ou estalo que não tenha sido procurado, intencionado e desejado.      

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PENSAMENTO E CORAGEM NA ORIGEM DA FILOSOFIA

Não basta ser inteligente, experto, ligeirinho, bem informado ou ter muito estudo...cultivar boas opiniões muito sensatas, nem compreender e ler a todos os filósofos ou ter coleções de ideias....na minha aula de hoje eu deu uma ênfase ao fato de que a pergunta mais importante não é: o que é a filosofia?, mas como a filosofia é possível? e a coragem certamente está lá na origem da filosofia para mim....e cada vez que penso nisso meu coração entende o mistério ou um pedacinho do mistério da sabedoria...

MEUS SENTIMENTOS RELIGIOSOS POR DARWIN: E PARA MIM

"Quanto aos meus sentimentos religiosos, acerca dos quais tantas vezes me têm perguntado, considero-os como assunto a que ninguém possa interessar senão a mim mesmo. Posso adiantar, porém, que não me parece haver qualquer incompatibilidade entre a aceitação da teoria evolucionista e a crença em Deus." (Charles Darwin, Auto-Biografia)

Para os meus alunos que me perguntaram a minha religião ontem e eu respondi que era uma questão privada minha, ou seja que era um tema de escolha pessoal e íntima...esta aí uma das minhas fontes e de pensamentos que me estimularam, após muito pensar e a refletir sobre esta questão... 

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

DEPOIS DA CHUVA, VIOLÃO, GUITARRA E A DESPEDIDA DE PACO DE LUCIA

Amanhece um dia nublado após muitas chuvas...e eu não tenho lembrança de ter visto uma chuva tão intensa quanto esta desta noite....mas a primeira notícia que li hoje foi do desaparecimento de PACO DE LUCIA. aos 66 anos de idade e lamento porque talvez tenha sido - na minha opinião foi - o violonista mais importante do século XX tanto por conta de popularizar o flamenco no mundo todo, quanto de estabelecer uma ponte entre o flamenco e o jazz, o flamenco e o rock...e mesmo nos aqui no sul que somos um povo bem afeiçoado aos violões e às canções e ritmos ibéricos lhe devemos muito também pois o VIOLÃO é hoje um dos instrumentos musicais mais importantes de nossa cultura também pelo status superior que ele conquistou não somente em virtude do virtuosismo e da emocionante criatividade de Paco de Lucia, mas também porque ele trouxe aos ouvidos modernos a tradição andaluz e contribuiu para que muitos se entusiasmassem neste mundo pela música e hoje a guitarra - como eles chamam o violão - anda em mais braços e mais cantos por conta do belo trabalho dele de resgate e de renovação. E eu me curvo ao seu gênio e a sua humildade impressionantes. E quem o viu carregar sua caixa com uma modéstia profissional e executar as canções que ele compôs ou resgatou há que se lembrar de sua contribuição eterna. Com John Maclaghlin e Al di Meola gravou talvez uma das canções mais entusiasmantes e emocionantes para quem gosta de música, de dedilhar um violão, uma guitarra e seguir de forma ascendente e descendente qualquer escala musical, tanto pela velocidade inaudita dos três quanto pela sonoridade e o diálogo entre eles, eu tenho a convicção de que esta composição e gravação de MEDITERRANEAM SUNDANCE é uma marcação histórica da música do seculo XX. Sem a existência, o talento, a dedicação e o trabalho de Paco de Lucia esta maravilha não seria possível. Assista, se não assistiu ainda e veja e escute por si mesmo:MEDITTERRANEAN SUNDANCE

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

LIBERDADE E FENOMENOLOGIA: ALGUNS PLANOS PARA 2014

Adquiri hoje, após longo estudo e muitas pesquisas paralelas, o livro de Gunter Figal: Martim Heidegger: Fenomenologia da Liberdade. Tradução de Marco Antonio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005, 384p.

Eu creio que é o livro que vai me guiar sobre uma intuição minha lá da época de faculdade de que pode haver um núcleo de emancipação filosófica na filosofia de Ser e Tempo.  Um núcleo de emancipação filosófica deveria nos libertar da filosofia ou pelo menos daquilo que uma aparente e aprazível boa filosofia tem de poder sobre nós, seja num engano, seja em uma ilusão.  Quero dizer com isto que é possível se libertar de certas zonas de conforto filosóficas que são muito aprazíveis e estáveis, mas que não levam para lugar algum.  Jamais falei disto e falarei mais quando me sentir à vontade não com a solução do problema – até que ponto a filosofia nos aprisiona e nos mantém também cativos de uma visão de mundo e de uma perspectiva da verdade. Mas quando tiver encontrado com uma formulação mais clara e, então,  talvez explicite mais sobre esta ideia que me veio a cabeça ao perceber o aprisionamento em que eu mesmo me enredava nos estudos e nas questões.

O resumo atual é que penso que a questão do esquecimento do ser – como diz Heidegger em Ser e Tempo,   pode ser a questão do esquecimento de nosso próprio ser em um enredo e uma trama filosófica com  a qual nos ocupamos. Confesso que tambem vi muito disto nos sofrimentos e na ocupação e no envolvimento intenso de Wittgenstein dos Notebooks ao Tractatus.

Este livro vai ser par, afinal, do livro do amigo Chico Xarão, Liberdade em Hannah Arendt. E que, em tempos de novo ano, novos problemas, novas soluções, novas aulas e novas leituras, será bem vindo.

Me cai em boa hora entre as mãos, após anos de outros estudos no entorno de Heidegger, Hannah Arendt e a tradição hermenêutica, algumas duradoras incursões práticas, após anos de tentativas de lecionar filosofia contemporânea no ensino médio com uma carga horária reduzida, com pelo menos uma experiência notável de leitura de Ser e Tempo em 2009 no terceiro ano, e neste ano com a ampliação da carga horária e considerando as bases desenvolvidas nos primeiros e segundos anos creio que vamos avançar nesta formação  introdutória.

Creio também que neste ano vai ser possível dar conta melhor da história da filosofia e, ainda que isto seja feito de forma introdutória e panorâmica,  com as temáticas as áreas de estudo e pesquisa em filosofia, e será possível fazer algumas ligações e mostrar as linhas principais de pesquisa filosófica, e suas aplicações e influências  nos campos das ciências, da política e das artes. Bem como, retomar algumas questões éticas.  

Será possível pelo menos visualizar e situar algumas tradições filosóficas contemporâneas que se seguem ao século XX a Existencial, a Analítica, a hermenêutica, a Marxista e a Filosofia Política.  Ainda estou elegendo os quatro principais autores para trabalhar na Filosofia contemporânea este ano, com cronologia da vida deles, suas obras e alguns excertos para leituras. Tenho convicção sobre Wittgenstein, Tractatus e Heidegger, Ser e Tempo, mas estou pensando ainda nos outros dois. Se adoto o Colin McGuinn – sim aquele mesmo de A CONSTRUÇÃO DE UM FILÓSOFO: minha trajetória na filosofia do século XX, para dar uma popularizada analítica e também Gadamer, VERDADE E MÉTODO, um excerto da introdução e uma passagem de A IDÉIA DO BEM ENTRE PLATÃO E ARISTÓTELES, para lidar com a temática hermenêutica e ética.  

Os alunos tem mostrado, nos outros anos e já na primeira aula, um interesse notável e que não é surpreendente ou incrível em Nietzsche e estou pesando em montar talvez um seminário sobre isso para o último trimestre, com eles – os interessados - iniciando a leitura de uma obra dele para apresentar no final do ano aos colegas. Quanto à Escola de Frankfurt me parece que Walter Benjamim seria bem vindo para outros alunos.

Ficariam, entretanto, de fora aqui – em um plano do ensino médio -  alguns elementos de debates mais recentes quanto ao Externalismo e o que vou chamar de tradição pós-Kripke e Putnam, que eu creio que ainda está sendo assimilada e devidamente compreendida, inclusive por mim mesmo. Mas do que quero tentar dar uma notícia e estimular a pesquisa individual dos alunos que se mostrarem mais interessados em certas questões de teoria do conhecimento, filosofia da psicologia e filosofia da linguagem.  

Salvo correções melhores dos colegas, adotarei a divisão da filosofia contemporânea em três capítulos temporais Século XIX, da tradição continental de Hegel a Schopenhauer, Kierkeegaard, Marx, Nietzsche e Freud, Século XX, de Frege a Bertrand Russell, Edmund Husserl, Heidegger, Wittgenstein, Analíticos e o que vou chamar de pós analíticos, considerando-se o fim da guerra e a globalização do método sobre as tradições francesas, alemãs, inglesas, americanas e a supremacia de certa combinação entre Classicismo em Filosofia, Filosofia Crítica e Filosofia Analítica.

Se alguém estranhar os rótulos e as caixinhas que eu estou usando, devo dizer que a artificialidade delas se esgota naquilo que eu considero que ocorre hoje como fenômeno determinante da filosofia: uma espécie de interpenetração entre todas as escolas cujas linhas de fronteira vão sendo dissolvidas, a partir do surgimento de um cânone e de um método filosófico comum, tanto de leitura, interpretação e comentário de textos clássicos, quanto de criação, invenção e novas descobertas ou sobre o surgimento de uma filosofia original, após anos de muitas aventuras – pós-modernismo, logicismo  et alii – e certa conexão com o presente e o alargamento do público leitor.

No Brasil este processo – que me é mais visível parece encenar uma disputa de gerações, mas, também, mais fundamentalmente uma disputa de espaços e um regime de disputa mudo em que se silenciam os contendores a medida que conquistam posições. Quer saber? Isso não importa tanto assim e eu creio que as novas gerações não vão caber nestes arranjos atuais e nada disto terá alguma importância mais daqui à menos de 20 anos.

Usei o título fenomenologia e liberdade acima por provocação da obra adquirida, mas também por perceber um fenômeno disruptivo e libertário a ocorrer na filosofia para o qual as barreiras de contenção atuais serão irrelevantes e os mecanismos de controle, repressão, e depressão da atividade filosófica em geral pouco ou nada vão interferir no andamento desta história. E tenho a firme esperança de que o eruditismo, como aponta Casanova – o tradutor da obra de Gunter Figal acima citada, usando um aríete de Nietzsche, em seu belo comentário na entrevista a seguir, não vai acabar, mas vai reduzir sua margem de influência e talvez nos ajudar na libertação ou em uma emancipação filosófica como disse ao início. Libertação que torne a verdade possível e os limites do conhecimento mais aceitáveis e melhor pensados  Vou citá-lo aqui para encerrar:

M.A. Casanova: “O importante é saber, a princípio, o que o Nietzsche critica no eruditismo. A grande crítica do Nietzsche ao eruditismo é exatamente a ausência de perspectivas orientadoras na interpretação. O grande problema do erudito é que ele padece da falta de princípio de seleção. O erudito é alguém que se dedica a alguma coisa, que controla enormemente alguma coisa, mas que é incapaz de se apropriar daquela coisa de uma tal forma que ele possa, a partir dali, dar voz a uma nova forma de  vida. Ou seja, a uma nova configuração, a um novo modo específico de realização do pensamento. Neste sentido, vale para o erudito aquilo que o Nietzsche diz na Segunda Intempestiva: "Um fenômeno completamente compreendido é inútil para aquele que o compreendeu". Por que é inútil? Porque depois que você compreende completamente um fenômeno, você já não tem mais condição alguma de se apropriar dele. Para que  você tenha uma apropriação, é preciso que de certa forma você faça injustiça ao fenômeno, é preciso que você dê a ele uma voz que não é só dele, mas que é sua também. Neste sentido, o Nietzsche está falando sobre o problema da autonomização dos processos interpretativos. Da pressuposição de que é possível reconstruir a verdade de um fenômeno alijando, excluindo por completo, a intepretação propriamente dita, o exercício interpretativo, as apropriações dos fenômenos. Isso não é alguma coisa que  diz respeito apenas à avalanche de saber histórico no final do século XIX, não é um privilégio dos eruditos do século XIX. Diz respeito também ao mundo contemporâneo, à transformação, por exemplo, da informação na essência do conhecimento. Diz respeito também a isso que nós vemos hoje: à tendência cada vez maior da informação ser pensada como o caráter propriamente dito do conhecer, o estabelecimento de um contexto em que conhecer é poder, de algum modo, determinar coisas que podem ser Entrevista comunicadas. O que você tem na compreensão da essência do conhecimento como  informativa é uma radicalização da situação que o Nietzsche quer criticar. Ou seja, a  radicalização da ideia de transmissão de conhecimento. O problema disto é que parece que tem alguma coisa que se conhece, e uma coisa que independe daquele que conhece. Isso é uma forma de você perder de vista a essência do próprio acontecimento interpretativo. Toda vez que você tem algo assim, você tem o risco de autonomização dessas estruturas em relação às possibilidades vitais que aparecem com elas. Nós estamos passando por um momento em que a situação da crítica ao eruditismo pode ser radicalizada na crítica a essa pulverização de atividades que têm no seu cerne o mesmo caráter que é o caráter da erudição. Não há mais eruditos hoje. Não há mais aquele que conhece realmente de maneira descomunal não apenas uma coisa pontual, mas todo um conjunto específico de fenômenos. Ao mesmo tempo, você tem uma pulverização infinita dos mesmos tipos de elementos componentes. O que você tem em um artigo hoje não é uma expressão de erudição, é exatamente como a erudição, desprovido desse princípio interpretativo fundamental que torna possível para você, por exemplo, pensar em configurações vitais que surgem a partir daí. Acho que esse é o grande problema da erudição.” CASANOVA, M. Ensaios Filosóficos, Volume III - abril/2011. - link: Entrevista Marco Antonio Casanova - ENSAIOS FILOSÓFICOS - ABRIL 2011

P.S. fiquei pensando em algo agora....ao reler este plano com suas notas: TODO MEU ESFORÇO é dedicado - na verdade - não a mudar um modo de um pensamento ou outro, ou a criar um pensamento novo, mas a lutar contra o ABANDONO DA REFLEXÃO....e Hannah Arendt tem razão mais uma vez...ao esquecimento da questão do ser corre paralelo o abandono do pensar...ou da reflexão...o primeiro é um fenômeno ou aparência do que o último é a razão ou causa...e isto é o que aprisiona o filósofo...urge emancipar-se ainda mais do que antes...:


            


domingo, 23 de fevereiro de 2014

SOBRE OS 100 ANOS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL E 50 ANOS DO GOLPE MILITAR - BREVE NOTA DO PENSAMENTO

Eu vou lecionar Filosofia Moderna para os segundos anos e Filosofia Contemporânea para os terceiros anos do Ensino Médio na Escola Estadual Olindo Flores da Silva, em São Leopoldo, e este ano vou lecionar com um olho na Primeira Guerra Mundial....na qual Wittgenstein lutou como jovem austríaco com um caderno de anotações de seus pensamentos na mochila que se transformou de 1914 a 1918 no Tractatus Logico-Philosophicus, com um olho no centenário desta guerra na qual meu avô como jovem alemão também lutou e, ao meu ver, aonde tudo que levou a segunda guerra mundial, revolução russa e também ao uso de armas de destruição em massa e de muita tecnologia militar e onde começaram os assassinatos em massa com armas químicas e bombardeios de populações civis ...e com o outro olho  no tempo presente...Ao ler autobiografia de Stefan Zweig durante o ano passado - O MUNDO QUE EU VI - compreendi algo que já desconfiava a partir de Freud - MAL ESTAR DA CIVILIZAÇÃO - e de Rosa de Luxemburgo - Socialismo ou Bárbárie, mas que eu preferia não saber às vezes...Penso que este é o piro fantasma que ronda o nosso pensamento e racionalidade saber que todo o trabalho realizado, que tudo que de mais alto pensamos, criamos e constyruímos pode ser edstruído por esta forma de pulsão de morte que vem revestida de romantismo, heroísmo, voluntarismo, mas que ao fim e  ao cabo nada tem de revolucionário sendo somente a destruição de um sistema por aqueles que não o compreendem para aperfeiçoá-lo ou superar seus limites. Assim,  por mais alta que vá uma cultura ela não se afasta ou se imuniza de um impulso destrutivo - de uma pulsão de morte - que envolve inclusive a sua auto destruição...Minha mãe é alemã e ela tem no coração um sentimento sobre a Alemanha muito duro, que para mim é de a Alemanha não existe mais, que só restaram cacos, mas que para ela é bem pior que isso...de quem viveu na infância uma guerra....e eu entendo esta dor dela e de outros alemães...sem inocentar ninguém pelo que ocorreu, mas me parece que é muito pesada a carga de decepção que sobrevém depois que o avisado acontece...principalmente para aqueles que não foram avisados , que não compreenderam e que seguiram a manada mesmo sem saber. Sou, desde a minha juventude um cara de ação, de linha de frente e hoje vejo o quanto a prudência e a sabedoria é importante para que o grande sonho, não vire um pesadelo. Então eu olho para a primeira guerra e olho para o presente e fico pensando, afinal, na coruja da filosofia que segundo Hegel só faz o sobrevoo dos fatos, tentando ver como o pensamento pode incidir sobre a reflexão de cada um e evitar o pior e construir uma saída, uma janela para um mundo de paz, sem barbárie e sem mais militarização. Fico, enfim, pensando no que mesmo pensam os homens e mulheres de minha geração, que nunca tomaram iniciativa política alguma e agora parecem possuir toda a coragem do mundo para por em risco o que a duras penas construímos nestes 34 anos de democratização de um país que enfrentou à 50 anos um golpe militar que também trouxe consigo a ausência de pensamento e a omissão como elemento cotidiano que permeia as relações violentas entre classes, da maioria frente às minorias e dos que detém o poder e daqueles que não possuem nada. Agradeço ao professor Renato Janine Ribeiro que citando Bárbara Tuchman me deu uma referência que eu desconhecia para a Primeira Guerra Mundial e que também está de olho no presente e no passado como diria Hannah Arendt em relação ao pensamento e a história.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O DOMÍNIO DO FATO PODE ENGENDRAR UM PESADELO JURÍDICO?

O DOMÍNIO DO FATO PODE ENGENDRAR UM PESADELO JURÍDICO?

RECEBI UMA PERGUNTA MUITO INTERESSANTE DE LUIS HENRIQUE SOBRE A CORTE E A TESE DO DOMÍNIO DO FATO: e respondi assim: Pensei exatamente nisto agora grande mestre. Ao tomar banho após carregar as pedras do meu pátio me dei conta de uma hipótese, que pode ser confirmada ao se verificarem as suspeitas de que um membro da corte recebeu benefício de determinado esquema. (É uma hipótese arrasadora para o sistema judiciário brasileiro a partir da conduta e de acusações que eu não tenho a menor ideia se são verdadeiras ou não, de Gilmar Mendes) Fiquei pensando qual o vínculo aos demais membros da corte, se se descobrisse um delito relacionado a um dos juízes do STF em esquema criminoso: neste caso a teoria do domínio do fato seria aplicada? e poderia ser considerado então formação de quadrilha dos membros da corte nesta ou naquela suposição? É uma hipótese terrível, mas vale integralmente na comparação com o que foi feito com José Genoíno. E ao presidente da corte restaria então o mesmo caminho que o de Genoíno. Nossa, isso é terrível!!!

A pergunta dele foi esta: "REVISTA VEJA, ROBERTO JEFFERSON E CARLOS CACHOEIRA, O NOME COMUM DISSO É MÁFIA ...SEGUNDO A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO O STF TEM CULPA OU NÃO TEM?"


Assim, parece mesmo que um fantasma ronda o judiciário brasileiro. Aliás, me tranquilizo porque mesmo assim isso é uma parte da justiça brasileira....e para mim não vale impugnar o todo pela parte...mas que é preocupante é...

TRABALHANDO O NOVO ANO LETIVO

Trabalhando no planejamento colaborativo (on line) de aulas, em uma notícia sobre o início do ano letivo no Olindo Flores, na segunda versão de Como vai a vida, professora? 12 anos depois...e vendo os materiais, referencias nos livros didáticos  e textos para compartilhar no PLANO DE ESTUDOS DA ÀREA DE HUMANAS E FILOSOFIA da escola que terá neste ano um plano de aulas único e todo articulado nas suas 4 disciplinas de Filosofia, Sociologia, História e Geografia, dando seguimento aos trabalhos e planos dos anos anteriores e graças aos acordos e decisões já tomadas no ano passado com participação de todos os educadores da área. Além disso, este ano se comemoram 190 ANOS DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ EM SÃO LEOPOLDO, 100 ANOS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, iniciada em 1914, e é a efeméride de 50 ANOS DO GOLPE MILITAR DE 1964, havendo ainda COPA DO MUNDO NO BRASIL e ELEIÇÕES GERAIS PARA PRESIDÊNCIA, GOVERNADOR, DEPUTADOS (AS), SENADORES (AS), 25 anos após 1989, fechando-se portanto a primeira quadra completa de democracia plena no Brasil...  

DEFESA DE GENOÍNO POR PACHECO E A JUSTIÇA NO BRASIL

Este nobre advogado do José Genoíno nos traz razões em sua defesa dele no último dia 20 de fevereiro de 2014....veja aquiPacheco faz corajosa defesa politica de Jose Genoino

Penso que o tema do Mensalão deveria servir também para rediscutirmos o tema da justiça e darmos uma revisada nas teorias de argumentação usadas pelos acusadores e defensores. Ao assistir esta arguição vejo o quanto escapa tanto ao cidadão comum quanto à imprensa o sentido de um processo, as regras de apuração e mesmo o regime de condenação e o quanto falta  na geleia geral da opinião e da disputa de opinião a precisão jurídica e valores democráticos. Fica consolidado para mim a impressão que a nossa democracia hoje precisa de não somente melhores políticos e melhores partidos, mas melhores leis e melhores juízes. O conforto do poder e a inconstrastável decisão é fonte de absurdos processuais e a venalidade invade o juízo com ares de soberba e seriedade, sem nenhuma base fatual, abandonando a cognição para se concentrar num julgamento moral que só responde a vendettas de uma elite que se julga sacralizada por diplomas, bacharelismo e prestígio. 

Um pais que precisa ainda da realização de uma Revolução Democrática, que precisa ainda modernizar-se, urbanizar-se melhor, industrializar-se com mais tecnologia, levar mais a sério a educação e a saúde, a segurança e a infraestrutura precisa sim de uma justiça mais rigorosa e também abandonar este ímpeto litigante por qualquer coisa ou qualquer dúvida e desinflar o poder judiciário para que ele trate de causas  necessárias e se abandone de vez as causas caprichosas, as causas cujo propósito é manobrar e encobrir os crimes objetivos. 

Toda vez que eu penso no "mensalão" eu gostaria de saber em que pé anda aqueles caras lá dos correios - onde tudo começou - e me é de certa gravidade e me gera dubiedade na justiça o fato de saber que somente ontem o aparente denunciante - que é o líder da agremiação que fazia e acontecia nos Correios - foi preso em regime semi aberto  ali não vale, afinal, o "domínio do fato"? Aliás, no Trensalão e nas bandalheiras de MInas Gerais, também não vale o domínio do fato. E é algo vergonhoso que o mesmo tribunal que julgou celeremente o "mensalão" e da forma que o fez deixe caducar o Mensalão Mineiro ou do PSDB e não me admire que os dois pesos e as duas medidas tendam a continuar como prática de uma justiça que francamente se posiciona punindo alguns e aliviando outros. 

O histórico de Habeas Corpus concedidos no STF, e todo este festival de suspeitas sobre o STF é de deixar vexado qualquer um que não queira impugnar este tribunal, mas que o deseja legitimado e corrigindo em última instancia os processos e as causas legais tão importantes na vida dos brasileiros, incluso ai em especial as causas constitucionais. O combate a corrupção não se fará com raciocínios tortuosos ou manobras punitivas, mas sim com provas, leis e muita clareza processual, o que falta à granel neste processo AP 470. 

Esta é a minha opinião e qualquer avanço neste debate deveria sair do acho isso e acho aquilo e passar aos autos do processo, sem ser espetaculoso ou tonitroante como muitos que mal sabem das bases processuais sobre as quais foram construídas estas provas e determinadas estas penas. E ainda há algo duvidoso naquilo que foi sonegado ao corpo do processo que daria mais clareza à putabilidade ou imputabilidade de muitos destes réus. E é uma lição para todos passar pela apreciação disto. 

É lamentável que se consagre este atraso jurídico a esta altura do campeonato em especial porque dá satisfação ilusória à plebe, ao povo, e à classe média e grande satisfação aqueles que deveriam ter sido punidos por mais de um ato e se veem saindo ilesos destes 25 anos de história política no Brasil em que fizeram e aconteceram, pintaram e bordaram sem no entanto caírem na malha policial ou judiciária. Mas eu lhes garanto, enfim, que isto não é o Brasil, é somente uma parte dele que já está indo embora e deixando de existir. Ainda que sejamos governados pelos mortos, como diz a tradição, é possível e eu tenho a esperança que o alcance de tradições nefastas e de elites perversas esteja se reduzindo. 

Que os mártires deste processo tenham tido tanta solidariedade assumida e transparente na sociedade deveria ser indício de que há algo de errado no reino do supremo...e nem é tão difícil saber o que exatamente...e nãos e trata de que a esquerda pode tudo, justamente ao contrário, são os poderosos que podem tudo e passam incólumes pela história mais uma vez...e eu lembro bem de outras personagens da história do Brasil cujos algozes triunfaram no tempo finito, mas perderam definitivamente honradez no curso da história...e em 50 anos do Golpe de 1964, nem dá muito trabalho lembrar deles e das omissões e comissões que cercaram os crimes contra a justiça e contra a democracia...mas vamos lá...pode-se pouco, mas se pode ser justo...     

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

NADISMO LGBT?

Vim dar minha opinião aqui também sobre as regras do movimento Rede Brasileira LGBT para apoio a candidatos, por conta de eu ser petista, participar e compartilhar de muitas posições e ser de esquerda e tal e andar preocupado, nem tanto com a derrota do PT, mas com esse nadismo que agora aparece na esquerda e dentre as minorias brasileiras que pode ter sérias conseqüências que eu não gostaria de assistir. Isso para mim é de fato uma questão importante para a atual conjuntura de fortíssima reação conservadora no Brasil e na América Latina. E esta reação procura criar todas as condições para varrer do mapa todos os governos de esquerda e criar todas as condições, por qualquer meio, de exterminar a esquerda no Brasil e na América. E eu sei que tem muita gente que duvida disso, que adora praticar o esporte de bater no PT, com o propósito de ver sua força crescer e criar condições de chegar ao poder, aumentar bancadas e conquistar posições. E é legítimo este propósito deles, mas o mar não ta pra peixe meus camaradas de todas as minorias e isso vale para todos eles, baleias, tubarões, cações, e até os mandinhos de água doce e as traíras com um pouco de leitura histórica sabem do que falo aqui. E eu, então, meio que desconfiado me perguntei ao ler se  não era mais um manual para não ter que apoiar ninguém, é? Bem, vi que não. Mas o veto a Dilma é gritante no cenário atual.

Penso nisso porque na atual situação isso – que é um veto ou um bloqueio deliberado - vai aparecer muito por conta do grande acirramento e da reação conservadora concentrar seu fogo exclusivamente no PT, batendo agora nos Black Blocs e no Freixo PSOL, mas prosseguindo em seu propósito eleitoral exclusivo, no que a crítica à COPA DO MUNDO é só uma tática auxiliar, de desestabilizar a credibilidade da política econômica da Dilma e derrotá-la na perspectiva de conseguir através do uso aberto e franco de boataria e da tática de vale tudo neste sentido de desestabilização econômica. Tudo isso para levar água ao moinho da crise institucional e econômica.

Ora uma regra de um grupo brasileiro de uma rede LGBT que discute política não pode desconsiderar simplesmente assim a candidata do PT. E daí resolvi falar a partir deste contexto.

Eu achei muito ruim o que li acima. Pois, a gente faz com eles e dentro do PT a luta cotidiana e uma briga do cão para que a gente assuma a comissão de direitos humanos da Câmara derrotando qualquer ameaça contra as minorias e a repetição do que o Feliciano fez piorado como o Bolsonaro prometeu, e a resposta é esta em moto contínuo?

Sei lá, a Dilma é do PT, o PT decidiu segurar esta ponta – nenhum dos outros candidatos sequer miou em relação a isso e ai eles são agora os aliados LGBT?, em que sentido mesmo isso? Eu me reconfortaria se isso fosse mais claro. O Dudu não é flor, a Marina não é rosa, o Randolfe assistiu a comissão despetalada...e ta bem que o Jean Willis é PSOL, mas onde mais tem ajuda ai? Poxa...

E tem mais,  dai os caras do PP e PMDB aqui do Sul, os deputados Heinze e Moreira batem pesado em todas as minorias  - essa gente que como nós não presta – praticamente só nós reagimos como partido e os demais de novo ficam calados, e eles dizem isso nesta regra. Por exemplo, os RADICAIS, BLACK BLOCS nem miaram também contra os dois. Poxa, tamo bem heim....

E este movimento ou organização que eu não conheço está bem de aliados, assim quando a política deles se reduzir ao NADISMO, com a gente junto, nós vamos fazer o que? Vamos dizer que num deu para segurar?

TÁ BOM


É dureza..isso....

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

RESPOSTA A UM DEFENSOR DA CIDADE FEIA, DO NADISMO E DA CHORADEIRA EM SÃO LEOPOLDO – O PROJETO DO PSDB/PMDB/PP

Você vai ficar reproduzindo este discurso falso, esta versão que só serve para justificar o NADISMO do governo de vocês, ou tens conhecimento objetivo da questão orçamentária? Não se discute este tema de contabilidade, dívidas, receitas e finanças assim. Isto é pura retórica vazia. Me admira muito que vocês tem a cara de pau de levar isso em frente, promover esta onda de pessimismo e de discurso depressivo e trágico que é vergonhoso. Divulgar na cara dura para todos os professores e professoras e para os demais servidores e cidadãos esta bobagem de vocês que é só uma tática para se imunizar na próxima eleição e justificar o que não conseguem fazer porque não sabem como fazer e não querem fazer. E da forma como fazem e as alegações de vocês, mesmo nós do PT poderíamos ter feito em 2005 em diante, mas isto não vale e não serve. Nós decidimos matar no peito as dívidas e tudo que assumimos do passado, baixar a cabeça e trabalhar muito em vez de ficar reclamando do passado.

Aliás, só para destacar o nosso único litígio efetivo sobre herança maldita foi contra o CONTRATO DE 20 ANOS FEITO NA CALADA DA NOITE DE 2004 PARA RECOLHIMENTO DE LIXO, por conta dos seus termos e valores. E não admira que esta seja justamente uma área onde o Choque de Gestão não atinge meio wolt. Porque a cidade esta suja, a cidade está feia, acidade está horrível, ou seja, vocês não estão cuidando da cidade onde todos nós pagamos impostos, trabalhamos e vivemos   

Contabilidade é, afinal, preto no branco e a pior retórica de vocês é justamente esta retórica cinza e nebulosa para encobrir o NADISMO. Nem de gestão, nem de finanças entendem, porque não dá para aceitar mesmo que o governo de vocês graças a todo o nosso trabalho e empenho anterior em promoção e captação de investimentos e organização da máquina pública,   arrecade mais, e gastem mais com CCs e folha de pagamento e não façam nada. Se não é para prestar serviços, nem para trabalhar então nem precisa contratar CCs. Que a qualidade de todos os serviços seja a cada dia pior é injustificável...que falte água sistematicamente e vocês neguem com cara de pau isso não dá, que a cidade mais pareça hoje um panorama lunar cheio de buracos, crateras, não dá....que o atendimento aos cidadãos cada dia seja mais reduzido também não...e ainda tem junto esta coisa facista, reacionária, nojenta e atrasada de mandar bater em pessoas, promover a violência, promover o racismo e a discriminação, promover o machismo e usar de violência onde não há argumento...isso também não dá para aceitar, engolir sem denunciar e ir contra...., assim, o NADISMO de vocês é inaceitável.


Ora essa. Esta cidade não merece este retrocesso e enquanto continuarem com este papão furado o PROJETO DE VOCÊS VAI SER CHAMADO DE CIDADE FEIA...

LAVAGEM CEREBRAL E DOGMATISMO

Veja um bom tema para debates e para alargar a nossa compreensão e reduzir o impacto negativo desta espécie de LAVAGEM CEREBRAL feita pela mídias em geral...os efeitos manada, isso que chamam já da invenção de um conceito por dia, do novo reacionarismo discursivo...e de um esquerdismo irrefletido e irresponsável

e também do dogmatismo...

que é um elemento presente tanto nas ideologias de esquerda quanto direita...e um elemento que aprisiona as mentes em uma  redoma de crenças, convicções, opiniões e pseudo conhecimentos que são então reproduzidos como verdade, mas que não sobrevivem a um exame mais sério e mais crítico

E é um elemento que gera a resistência ao grau zero do diálogo, que é a audição ou a paciência para ouvir o que o outro expressa, afasta as pessoas umas das outras, impede o entendimento ou desentendimento com clareza e o debate honesto frente ao que é bom e conveniente. Seria tão bom se fosse possível imunizar as pessoas e nós da educação devemos ser vigilantes e muito autocríticos nisso também....porque nós cuidamos dos jovens e das crianças e nos relacionamos com adultos e devemos promover os debates sempre com mais respeito e mais racionalidade, seja para libertá-las disso, seja para viabilizar mudanças na nossa sociedade através de debates mais razoáveis e de clareza sobre as coisas. Isto esta sendo abordado também neste outro artigo da SUPERINTERESSANTE...que trata da LAVAGEM CEREBRAL.

Destaco uma passagem do texto bem precisa:

"Outro fator que Kathleen Taylor cita em seu livro é que, quanto mais redes cognitivas o cérebro de uma pessoa tiver - mais associações, ideias, opiniões, informações, experiências -, menos manipulável ela se torna. Desenvolver a criatividade, pensar sobre a vida, questionar o que é escutado e lido, aprender coisas novas, estudar as relações entre assuntos aparentemente não relacionados, tudo isso deixa o cérebro mais resistente a manipulações. Isso não significa apenas resistir a casos extremos de controle da mente mas também enxergar com senso crítico o horário eleitoral, as conversas de bar, as mensagens publicitárias e, por que não, tudo o que sai na mídia."


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O HOSPITAL É PÚBLICO OU PRIVADO? – meu depoimento e discordância respeitosa

Para os netos da Mãe Geca, os jovens lutadores e cidadãos Murilo Tamujo Merlotti e Amanda Tamujo Meyrer.

Vou fazer uma narrativa bem pessoal, não por vaidade, mas para dar testemunho e veracidade máxima ao que relatarei e dar também uma perspectiva e razoabilidade às minhas opiniões. Agradeço, primeiro, a tua deferência Murilo, e sei que minha honestidade ou o valor do meu trabalho só pôde ser mostrada se alguém me der confiança, como o Vanazzi principalmente e outros na administração municipal deram em uma longa oportunidade e importante experiência. Estive trabalhando na educação, na saúde, nos gabinetes do vice-prefeito e do prefeito e terminei a administração na cultura. Em todos estes lugares vi muito trabalho e sei que a cidade conquistou algo com isso entre colegas, amigos e colaboradores inesquecíveis.

Digo isso com muita alegria porque sei que não foi bom somente para mim, nem para os meus colegas, mas foi bom para o povo e para a cidade ainda que alguns desconheçam e que a maledicência, boataria e o denuncismo tenham contribuído para desgastar a nossa administração e enganar o povo sobre isto tudo. Participei de tarefas que envolviam mais de uma secretaria, em comissões, em projetos, na captação de recursos e aprendi muito neste tempo com os servidores e também com os políticos. Não me arrependo nem me envergonho de nada – ainda que possa ter cometido alguns erros sei que foi no intuito de acertar, assim estou bem tranqüilo em relação a tudo isso para falar aqui da forma como vou falar. Tenho uma memória muito nítida e adotei o hábito de anotar, avaliar e registrar ações, pois estas envolviam concepção, planejamento, debates, desafios e execução com mais de um colaborador e interlocutores.

Assim, tenho mesmo muito orgulho de ter feito parte e te garanto que é orgulho mais sincero e honesto que posso ter e por isto defendo a administração da qual fiz parte, caso não houvesse razão, me calaria. As minhas diferenças de opinião aqui, então, são relativas a pontos específicos e à visão geral que julgo ter tido o privilégio de atingir, não fortuitamente, circunstancialmente, mas por longa observação, atuação e exame desta realidade. E me desculpa se a resposta for longa, mas creio que contribui muito para solução, ter sempre mais clareza no geral e nos detalhes.

É correto que de certa forma o povo imaginou que a saúde seria prioridade em sua gestão, mas o cavalo de batalha foi basicamente o hospital velho contra a prefeitura nova. Do que, provavelmente, e sem modéstia eu sou uma das pessoas que mais escreveu sobre isto e recomendo meu blog, para quem interessar possa.

São Leopoldo não estava mesmo mal das pernas. De fato o que ocorria é que havia uma grande campanha para fazer as pessoas pensarem que São Leopoldo estava mal das pernas e que envolvia as denuncias contra o Paulo Borba, o Vanazzi e outros membros da administração, das quais nenhuma chegou a efeito ou a prova comprobatória ainda e havia uma situação de forte disputa na área da saúde por conta de interesses da corporação, disputa esta que dividia a área em três blocos corporativos nos últimos 4 anos, de um lado Alexandre Roso, de, outro lado, Carlos Arpini e, de outro lado ainda, Anibal Moacir, e eu não preciso dizer quem venceu esta disputa política do ponto de vista local.

E sobre o tema da São Leopoldo mal das pernas recomendo ainda uma análise econômica, de emprego, renda, e etc, para não se fazer uma análise turva e de senso comum de uma das cidades que teve mais avanços nos primeiros anos do século XXI em toda a região metropolitana. E eu incluo ai – apesar de não ser uma iniciativa nossa – a instalação do Pólo Tecnológico da Unisinos que nós apoiamos intensamente e, na minha opinião, o próprio ressurgir da Universidade, através das políticas nacionais de acesso a educação superior e outras. Mas se olhares para o nível de emprego na cidade, eu só vejo uma única possibilidade de crise no horizonte se a administração municipal continuar nesta linha de terra arrasada e recessão que ela adotou para se livrar do passado e se imunizar para a próxima eleição, porque isso terá forte e pesado impacto negativo, não somente nos serviços públicos, horários de atendimento e etc, mas também na circulação econômica no consumo e na geração de renda na cidade.                 

Do meu ponto de vista pessoal, na ponta deste iceberg de debates, eu entrei no Hospital Centenário em todos os anos da administração do Vanazzi de 2005 a 2012. Nos primeiros anos vi a transformação do hospital que não foi só na aparência externa, ainda que tenha notícias das difíceis e árduas lutas com a corporação e as culturas internalizadas no hospital. Sendo que nos últimos quatro anos entrei naquele prédio, o freqüentei e dormi lá dentro não como paciente, mas como acompanhante, também por doenças familiares, primeiro porque minha mãe teve uma embolia e foi salva, em segundo com a doença do meu irmão que foi transferido da rede privada para o hospital público e que possuía uma doença que era gravíssima e ele acabou por falecer – o que não culpo o hospital que fez a última e dura parte daquilo que a rede privada não remediou ou curou que foi tentar segurar um situação que chegou ao limite e, por fim, o meu pai que também sofreu um AVC em uma cirurgia aparentemente segura na rede privada e que acabou levando a diversas complicações e duas internações no Centenário. E neste último ano a última internação no Hospital Centenário do meu pai coincidiu com os últimos quinze dias de campanha e você não imagina o clima de terror que andava o hospital neste período, para veres como a disputa entre aqueles três blocos é pesada e foi  perturbadora na rede pública. Apesar disto, devo dizer que não posso falar mal do hospital e dos médicos, mas eu sabia do zum zum e percebia que muitas coisas eram parte de uma espécie de terrorismo branco na saúde o que para mim era muito perceptível.     

Discordo profundamente que as gestões passadas não deixaram uma boa herança para a cidade. Isso som pode ser dito por quem desconhece o que foi feito, quem fez e quando foi feito, o que envolve uma história das administrações municipais.

Vou listar, resumidamente, aqui as coisas que foram feitas na saúde com a nossa participação direta ou indireta para dar exemplos bem objetivos de melhorias. Foram implantados diversos programas de melhorias na saúde e todos eles eu creio que tem continuidade hoje. Dentre os quais os 13 PSFs (havia um somente em 2005). Foi implantado o Samu/Salvar na cidade em 2007 em convênio com o estado e a união, com instalação própria junto ao Centenário. Foi implantada a Farmácia Popular do Brasil em 2007. E foram construídas Unidades Básica de Saúde em locais onde as estruturas eram precaríssimas, não existiam e onde eram necessárias e a maioria destas instalações foram votadas no Orçamento Participativo.         

Discordo, assim, que a nossa administração empregou dinheiro público de forma ineficiente.

E discordo, portanto, que a última gestão não priorizou as necessidades do povo.

O Dr. Moacir foi candidato a Prefeito em 2008 e em 2012 e foi apoiado em especial por aqueles que foram derrotados por nós em 2004 e em 2012 obteve a adesão de um aliado importante nosso durante todos estes anos que foi o PP o qual pelos números com certeza fez abalança pender para a vitória do MOA e esta é uma análise bem objetiva, calcada em números. Mas venceu e, na minha opinião, não sabe mesmo fazer  uma gestão eficiente.

A atual gestão utiliza sim os “cofres públicos”, como eterna desculpa para justificar a sua ineficiência em gerir esta cidade e nisto eu concordo com a Amanda e o pior disto é que não é fato isto, pois a dívida municipal, não é maior que 170 milhões, boa parte da dívida municipal está programada para 25 anos. Mais do que isso de 2004 a 2014 o orçamento municipal se ampliou, os repasses de recursos federais e estaduais, constitucionais ou por programas aumentaram. Além disso, hoje a estrutura física e tecnológica da administração é muito melhor. Isto inclui todos os postos de saúde UBS novos para realizar a saúde preventiva que é muito melhor e mais eficaz que esta saúde centrada em uma abordagem hospitalar. E, assim, ainda que estas unidades tenham que ser ocupadas por médicos cubanos que vieram para cá e já estão mostrando serviço, temos que considerar que esta estrutura está construída aguardando que as novas gerações de médicos mais focados na saúde comunitária como a UNISINOS muito sabiamente quer formar ingressem na rede e gerem uma saúde melhor para o povo da cidade e da região. Assim a situação estratégica, logística e financeira da Prefeitura Municipal de São Leopoldo é extraordinariamente superior à que encontramos em 2005 e isto é produto do trabalho, do planejamento e das relações que a gestão Vanazzi foi capaz de constituir em 8 anos. Eu não vou discutir aqui o tema do Hospital novo, porque creio que precisamos sim é de melhores médicos, mas não desprezarei se este governo construir isso. Mas não tenho dúvida de que o problema de gestão irá continuar se continuarem seguindo está lógica da culpa do passado e da dívida, porque quem faz isso não veio para construir, resolver e fazer gestão. E vou lembrar que ninguém viu o governo Vanazzi falando do passado porque era uma proposta clara nossa construir uma NOVA CIDADE. Bem ela foi feita, ainda que muitos ainda não tenham compreendido e que outros prefiram esta CIDADE FEIA, suja e mal cuidada. 

O caso escandaloso do RBS notícias ocorre em São Leopoldo na lógica e dentro de uma cultura corporativa que, se diga de passagem, não é de todos os médicos mesmo, mas ocorre aqui em São Leopoldo, à revelia da administração, do partido da administração e também só se sustenta pelo temor do povo de sofrer algum ônus em denunciar estes médicos.

A pergunta então: se afinal de contas, o Hospital Centenário é público ou privado?

Merece uma resposta bem mais detalhada que envolve sim a atitude e a política da gestão, mas que também envolve a conduta dos médicos e a atitude dos cidadãos em relação a eles e ao sistema de saúde. Vou fazer uma pergunta importante e ilustrativa aqui. Quantos cidadãos vocês acreditam que trocam seus votos por atenções, consultas, fichas, receitas e procedimentos na saúde? E antigamente isso ocorria muito por remédios, havendo nossa administração encerrado este procedimento que eu gostaria de saber se não voltou na farmácia municipal. Ou seja, qual o alcance ainda do clientelismo em São Leopoldo? E com isso perguntar quem faz e como faz isso impunemente? E como isso se sustenta politicamente nesta cidade. Porque é o clientelismo e esta forma clássica de atenção especial que propicia esta manobra para a cobrança por fora e etc. Tudo se passa, como certa vez tentou aplicar um neurologista na minha mãe com o meu testemunho indignado de promover um atendimento melhor ou mais rápido via consulta particular ou tratamento ou cirurgia particular. E saliento que o mesmo neurologista já foi denunciado. E isto ocorre, infelizmente e tristemente,  dos partos até as cirurgias de idosos e as doenças crônicas e em diversas especialidades é feita esta oferta.
   
A causa deste evento não é mesmo dos problemas com os “cofres públicos” ou somnete da “gestão” e nisto eu concordo com a direção da pergunta da Amanda porque ela precisa sim ser feita. Perguntar se o hospital é publico ou privado leva a nos perguntar quem quer privatizar ele? E também se a atual gestão defende interesses públicos ou provados.

Apesar de ser de oposição, por filiação política, divergência política e pela rivalidade que tanto mal fez para a cidade já e o banho de boatos e outras perversidades que sofremos em 2012 e que tanto acirrou a disputa eleitoral e azedou muitas relações, eu garanto que não quero mesmo que a administração do PSDB/PMDB/PP vá mal. A minha preocupação nem mesmo é pessoal com este ou aquele, me preocupo mesmo é com a política e à serviço do que esta política é realizada. Quero que ela seja uma administração ótima para que nós possamos discutir na próxima eleição não os retrocessos, mas os próximos passos, mas isso tem sido difícil  e resumo este ponto dizendo que quem gasta mais, como eles estão gastando, quem arrecada mais, como eles estão arrecadando, não tem desculpa alguma para trabalhar menos, pior e causar tantos danos. Eu nunca vi São Leopoldo tão suja e nunca vi tantos problemas na saúde pública, como eu vejo hoje e olha que observo isso a mais de 30 anos meus queridos meninos e meninas.  

E esta é a minha mais sincera opinião pessoal, que não é livre da minha ligação com o PT e que é tributária do meu amor pela minha cidade, pelo trabalho que aqui realizei e ainda vou realizar e pela vida de meus amigos, colegas, parentes e concidadãos para os quais sirvo como professor público e cidadão.

Assim, eu discordo também porque não me julgo um dos poucos honestos engajados não. Poderia citar um monte de gente engajada que é muito honesta e séria também. Que apenas você desconhece Murilo. E o fato de fazer parte da administração anterior não é uma razão suficiente para impugnar minha opinião. Com certeza uma só andorinha não teria feito o que foi feito em São Leopoldo nestes 8 anos, e citei aqui apenas na saúde.

É verdade que ideologia política não cura ninguém, mas também é bem verdadeiro que algumas ideologias sabem como deixar a vida do povo bem pior. E é um erro político e uma injustiça fazer o juízo simplório de que é tudo igual, não é não. O que qualquer comparação mais rigorosa da Gestão Vanazzi com a Gestão Moa deveria te fazer perceber a diferença sim o que você tem a opção  de não aceitar, mas não se torna falso por isto.

Eu fico feliz que você tenha reconhecido que a gestão passada fez bastante coisa pela cidade.

Mas quando diz que também deixou muito a desejar em muitas áreas seria bem bom para o debate que apontasse quais áreas, porque aqui nesta resposta tratei da saúde e das finanças municipais, onde a gestão anterior deixou mais avanços do que retrocessos. O que eu lamento apenas é que o Ronaldo Zulke não tenha obtido a aprovação do eleitorado para ser o gestor máximo do município porque eu não tenho a menor dúvida de que ele estava muito preparado para isto, de que ele iria levar a cidade para um outro patamar a partir das bases e das estruturas que o Vanazzi criou e não ia voltar as costas para o Brasil – o governo federal, e o estado como tem ocorrido agora. E devo anotar enfim aqui que tanto o Vanazzi, quanto o Zulke, quanto a Ana Affonso, quanto o Alexandre Roso não viraram as costas para a cidade ou saíram reclamando do povo.

Todos nós  assumimos a derrota plenamente e hoje tentamos ainda trazer benefícios para São Leopoldo, ainda que os atuais gestores tenham muita dificuldade para entender isto, estabelecer uma relação republicana e aproveitar isto e tenham, inclusive, devolvido muitos recursos e jogado fora a realização de projetos bem avançados para a cidade e cito, como exemplos, a quinta ponte na Avenida Thomas Edson a UPA da Zona Norte e diversas obras do PAC Habitação e Mobilidade Urbana que estão paradas.


Obrigado pelo espaço e agradeço o respeito, desejando que este debate continue em alto nível e com cada vez mais informação e melhores análises. 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A DUPLA SARTRE E SIMONE DE BEUAVOIR: ISSO NÃO É AMOR?

(Boa tarde - - - terminei a revisão e reescritura de um texto sobre SARTRE  & SIMONE- ISSO NÃO È AMOR?..e gostaria que alguns amigos - por afinidade temática, dessem uma olhadinha, então vou citá-los aqui - - - se quiserem excluir da TIMELINE DE VCS fiquem á vontade: Giane Portal , Alexey Dodsworth Magnavita,  Renato Janine Ribeiro , Suzana Guerra Albornozi é para vcs...)


O comentário fino e arguto do professor Renato Janine Ribeiro sobre a mais nova polêmica em torno do casal Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, despertada pelo lançamento em português da biografia “Um Relação Perigosa” sobre os dois, de Carole Seymour Jones, me leva a desaguar uma pitadinha só de algo que estou ruminando a alguns tempos sobre amor, relacionamento intelectual, fidelidade e confiança, culpa e liberdade..

Este é um dos temas no qual ando circulando e arrodeando desde o ano passado. Tinha planos de publicar um ensaio específico sobre Sartre e Simone, junto com o outro sobre o par Heidegger e  Arendt aqui, mas não saiu. Meus planos sobre isso se frustraram e também em  muitas outras coisas a partir da Páscoa do ano passado. O mundo não acabou por isso e nem deixei de pensar ao longo do ano sobre isso, com algumas leituras aqui e ali. Além disso, alguns filmes tem abordado este tema aberto durante todo o século XX. Constatei rapidamente ao dar mais atenção para este tema que “quase tudo” que é possível pensar, viver e tratar sobre relacionamentos já foi praticamente encenado também em diversas outras linguagens e teatro, seja na forma de comédia ou tragédia, drama ou novela mas não fiz isso que eu queria fazer. Na literatura, na poesia, na música e também na pintura e fotografia temos um acervo gigantesco que tende a ser aumentado porque este tipo de conteúdo parece ter certa perenidade, mudando apenas a forma e a concepção moral ou cognitiva ao longo do tempo.

Acabei publicando um esboço sobre Heidegger e Arendt, cheio das minhas velhas imperfeições de abordagem e revisão, mas publiquei para um dia retomar melhor isso, em melhores condições.

Mas no caso destes dois pares, me salta aos olhos a necessidade que muitos analistas, versionistas e biógrafos, tem de buscar uma condenação moral seja de um seja de outro. E o caso da obra de Carole já nas resenhas, no excerto publicado pelo Estadão e nos releases é gritante. Isso já começa no título do livro que faz paralelo com Ligações Perigosas de Cloderlos de Laclos e prossegue na narrativa construída a partir de testemunhos das “vítimas”.

Para mim se instalou uma profunda resistência e aversão a este tipo de “curiosidade” que me parece satisfazer somente como desvio e tentativa de impugnação das idéias destes intelectuais. Assim, tendo a não aceitar ou julgar o lado podre das relações. No fundo parto de  uma posição que não aceita nem isso e nem aquilo sobre os dois casais.

Sartre, para começar, era tão machista  e tão vil como a autora do texto, que gerou esta discussão, aponta? Para mim não! Eu fico imaginando que ele foi praticamente o único homem do século XX que efetivamente tolerou uma relação aberta, com os dramas todos que isso pode gerar. Mas não abriu mão um milímetro do seus desejos, assim como não impôs a usa companheira necessária de travessia isso também.

Mas é claro que esta sociedade conservadora e repressiva tem que encontrar um traidor neste homem e é claro que um feminismo decadente como o que se vê muito hoje por ai também precisa condenar ele e elogiar ela. Eu sou um homem e entendo perfeitamente a maravilhosa Simone em sua profunda admiração intelectual e afetiva, com os aspectos críticos e não tão elogiáveis de Sartre e dela mesma. É preciso ver que, sobretudo, ela tinha alta estima por Sartre e muita confiança e que provavelmente a questão fundamental entre os dois não foi corporal ou física.

E devo dizer - porque é assim que percebo todos os sinais dos dois, mesmo aqueles distorcidos, por interpretações bem tendenciosas, que o amor ou estima dos dois não tinha nada de simulação e tinha os mesmos altos e baixos que toda relação real e duradoura possui, seja ela aberta, seja ela encerrada  numa fidelidade verdadeira ou num castelo de mentiras cujas cartas tem todas valor trocado...

Algumas relações inclusive migram para uma zona intermediária entre a paixão e  o amor e são mais cultivadas como amizade e companheirismo hoje em dia.

Sobre os jogos de gato e rato entre Sartre e as outras mulheres e as ardentes paixões de Simone por dois homens e uma outra mulher, eu penso que seria difícil não encontrar o mesmo enredo em diversas outras pessoas da contemporaneidade. E não é por perversão que isso acontece, como uma mente repressiva ou reprimida poderia pensar. Isso acontece simplesmente, porque a pessoa não tem esta tão almejada fixação sentimental que faz com que somente uma pessoa seja objeto de seu desejo, que faz com que o afeto seja cativo e tenha certificado de propriedade.  Já a sociedade não aceita com tranqüilidade ou como uma normalidade tais idas e vindas e isso é introjetado na mente das pessoas, seja como uma culpa dolorosa ou vergonhosa, seja como um segredo precioso e delicioso. É numa sociedade como a nossa que estas coisas acontecem.

Assim, provavelmente a “reinvenção do casal” de Sartre e Simone, foi uma atitude não somente experimental e conveniente para eles, mas pioneira e de vanguarda para alguns de nós que precisam dar outra solução para seus afetos, desejos e etc.

O Renato aponta que eles falam de "amores necessários e amores contingentes". E é meio que bem assim que muitos hoje se comportam não somente entre os solteiros. E o que determina o status de necessário ou contingente deve ser um afeto que se desenvolve ou s e desenrola. Assim, pode mudar também o status de necessário para contingente e vice versa. Mas o que há de errado nisso afinal? Que pecado é este meus amigos e amigas?

Isso tudo leva para a pergunta de fundo nestas relações de amizade, namoro, casamento e nestes tipos de relações: porque você fica com esta pessoa?

Todos gostariam de dizer que é por amor, mas, pelo que tenho refletido, às vezes isto é apenas um ingrediente entre vários outros. E em outros momentos se fica só por desejo mesmo. Mas para quem estas opções dizem respeito para além dos dois?

Poderia fazer a analogia crítica de que cada um  é responsável pelo que cativa, mas nem sempre, porque na maior parte das vezes a relação só evolui se você não é responsável pelo outro, mas apenas que os dois colaboram e realizam alguma forma da ajuda mútua.

Às vezes parece haver uma tentativa de impugnação da possibilidade de uma eterna busca de afinidades eletivas, ou de uma eterna busca da melhor afinidade eletiva. Porque?
 
Penso que Sartre conseguiu ser “a pessoa mais importante do mundo para” Simone, mas que este título ou status foi posto à prova várias vezes. Em especial com os casos de Simone com Nelson Algren e Claude Lanzmann.

A acusação de "manipulação" me parece que pode ser feita à muitos outros. E isso não torna Sartre inocente, mas também não o torna culpado, salvo que todos recebessem algum tipo de atestado ou certificação de ausência de manipulação em seus afetos o que não ocorre, por mais sincero, honesto e verdadeiro que se seja. Aliás, o afeto parece ser tão dissociado disso e de outras coisas, ainda que componha com elas e que seja às vezes difícil de discriminá-lo. Mas aqui eu fico sempre pensando na dialética do senhor e do escravo. E em muitos casos não consigo visualizar quem é o senhor e quem é o escravo nestes affairs. Vendo, inclusive, que estes papéis podem ser trocados ao longo do tempo e em relação a outras coisas.

Aqui abro uma outra dúvida sobre estas coisas. Tenho desconfiado e muito que a combinação entre duas pessoas tem certa singularidade que independe do perfil da pessoa com outros. Isso pode parecer – e de certa forma é – uma abordagem relativista da questão, mas é exatamente o que tenho percebido. Que algumas combinações de pessoas são variáveis de uns para outros e que como na química ocorre que certas combinações de elementos que isoladamente são inofensivos são muito perigosas ou mais intensas o que com outros elementos. E assim ocorre certa variância e alteração contingente no perfil das pessoas na dependência de frente a quem, como e quando, tais relações se dão. Assim como me dou conta recorrentemente que cada um de nós está num tempo próprio e que os encontros, os afetos e também as trocas dependem também desta relação pré-experiência, na experiência ou pós-experiência. Esta variância coloca uma dimensão muito singular para mim sobre este tema específico. Assim a alegada manipulação pode ter só uma dimensão aparente, como pode ser simulada mais facilmente ou mais oportunizada pelo perfil, pelas carências e pelo tempo de cada um.

Eu vejo neste tema uma espécie de atribuição excessiva sobre Sartre de uma performance de um intelectual onipotente e superior aos demais seres humanos. Mas daí a pergunta deveria estar focada no que mesmo que ele fazia, dizia ou tinha que seduzia as mocinhas e não mais no seu caráter. E como ele recebia a colaboração de Simone. Eu acabo tendo dúvidas sobre qual é mesmo o lugar do Pathos nestes circuitos de relações que os dois desenvolveram. Mas lembro de um filme em que justamente se imagina que ter uma relação com este ou aquele pode ser atraente, confortável ou lhe dar prestígio. E não sei da conta, mas parece que havia mais de uma personalidade que ostentava nas horas boas o rótulo “da amante de” ou “do amante de” e nas horas más a peia de sofredor, manipulado ou capturado pela armadilha desta dupla de aranhas perversas. Isso é de doer de engraçado sinceramente, não somente pela metáfora, mas pela possibilidade de alguém se sujeitar a isto e o tipo de satisfação que obtinha combinada como desprazer que vem junto e é inerente na natureza desta aposta relacional. 

Eu escrevi tudo isso agora após revisar meu impulso matinal na questão.

E tendo a fazer um par nesta longa reflexão com Heidegger e Arendt, que sofrem a mesma vigilância moral e mesquinha, o mesmo patrulhamento. Creio que temos que compreender estes existencialistas no seu direito de escolha e no fato de que todos eles arcaram completamente com suas escolhas, bem ao contrário de outros antes e depois deles que ficaram dando curvas e culpabilizando o outro ou os outros.
E isso para mim - com o ônus e o bônus em um ou outro - é libertário, é saudável e me gera mais compreensão do que confusão.

E eu não vou, como deve ter ficado claro acima, tratar as "outras" ou os "outros" nisso tudo como vítimas e coitadinhos como ocorre geralmente nestas narrativas sobre estes dois pares. E te digo que a relação entre Sartre e Simone, me parece tão verdadeira que boa parte da verdade dela se encontra na esfera da intimidade de ambos, por mais que tentemos interpretar, deduzir ou revelar a partir de cartas, biografias e testemunhos deles e de outros. E ao estar na esfera da intimidade se torna indevassável.

A verdade nunca sai inteira em um depoimento ou em um texto, e aqui também entendo o que Platão queria dizer com a vantagem arriscada da oralidade em relação ao texto. Tem muito mais coisas para se discutir nesta relação destes dois como diz a professora Suzana Albornoz Stein.

O problema mesmo é que alguns querem lançar interpretações absolutas e serem os portadores de uma verdade que escapava até mesmo a eles. Sim estou dizendo que o mundo de Sartre, Simone, Arendt e Heidegger não era mesmo absolutamente interpretado e refletido e esta é uma ilusão de quem olha para a vida de um filósofo buscando uma coerência integral entre idéias e ações, fatos e versões, emoções e razões.

Isso pode servir para muitas coisas sim. Para vender livros? Para ser a mais nova revelação de veleidades e banalidades, segredos e intimidades dos outros? Eu acho isso muita pretensão e uma tremenda falta de respeito com a vida que o outro conseguiu realizar, pensando e trabalhando, com dilemas e problemas que ele encarou. Falar depois é fácil...

Agradeço, de novo, ao Professor Renato porque com esta finesse e delicadeza no tratamento de todos os debates ele faz um belo ponto médio que permite com que as diferenças importantes sejam vistas e compreendidas. E isso também permite que se saia do maniqueísmo monotemático e irrefletido, tão freqüente nisto tudo aqui. Como se a responsabilidade ou culpabilidade fosse resultado de uma análise, opinião, vivencia ou experiência.  O facebook também não é o tribunal de condenação e nenhum de nós é juiz do outro, ainda que alguns tentem sistematicamente cumprir este papel em sociedade, nas comunidades científicas e neste mundo. E isso é feito com muita freqüência contra aqueles que não tem mais nenhuma possibilidade de se defenderem ou argüirem ao contrário. A fantasia de onipotência e infalibilidade gera este tipo de monstruosidade e perpetra o pior fruto do racionalismo para mim: esta vã idéia de ter um ponto absoluto sobre este ou aquele episódio.

Entendi, enfim, que a cobrança é com eles...e o fundamental - de um ponto de vista moral ai - fica guardado para a situação de consentimento ou não no jogo de sedução - o desejo é um dos principais expediente para provocar uma traição da moralidade...Porque seria assim?

Talvez o desejo seja uma espécie de grau zero da moralidade - para usar uma figura – quer dizer para desejar o outro fisicamente é preciso certa liberdade que a moralidade não deveria permitir, e isto me aprece algo no que devemos pensar aqui - e vale na reciprocidade.

Por fim, tentei explicitar aqui que eu tendo a ver isso tudo de uma forma diferente, mas confesso que ainda estou elaborando muito sobre isso e não há nada de muito maduro que possa ser exposto sem ser completamente incompreendido ainda...


Mas penso que ousei me arriscar um pouco aqui...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

GOSTO MUITO DE ESCREVER E LER: E É SÓ ISSO

Leio muitas coisas aqui com muito prazer e gosto muito de escrever como você também.

Uma vez me criticaram, bem carinhosamente digo de passagem, porque eu escrevia tanto no facebook, que meus períodos eram muito grandes, que eu postava textos grandes, que ninguém lia aquilo e tal. E outra vez me disseram que não adiantava nada, que não haveria nenhum resultado ou efeito nenhum, que eu tinha uma grande ilusão de estar fazendo política ou produzindo cultura aqui...sim...pode ser...

Eu disse para mim mesmo: creio que pior seria se eu não escrevesse...porque aí mesmo é que ninguém iria ler...

Então eu digo: escreve guri, escreve o que acha correto, escreve mais porque até vai melhorando teu texto e pensamento com o tempo...às vezes e muitas vezes isso é de qualquer forma um gesto de resistência contra a barbárie e a imediatez sem sentido de uma vida cotidiana superficial e pobre de espírito....

E este gesto pode ser também contra a sua própria barbárie na medida em que podes gerar um debate – com os interlocutores que te querem bem, e descobrir algumas coisas com eles, apesar de pensarem diferente de ti – e que isso possa te libertar de algo entranhado em tua cabeça pela força do hábito ou por uma assimilação da qual nem te dás conta. Pode ser também que ao escrever e debater isso te liberte de uma zona de conforto ideológica que aparentemente te dá todas as razões e motivações, mas nenhuma responsabilidade sobre o que há, o que houve e o que vai haver no mundo...

Penso, portanto, que as pessoas devem escrever e cada vez escrever mais...e dentre todos em especial aqueles que ainda tem uma pitada de disposição de transformar esse mundo em algo melhor, mas sensível e humano...

Publico tudo que eu julgo sinceramente de alguma serventia para a causa mais nobre na conjuntura da hora, do dia, semana, mês, ano, década, centena e milênio.

Em alguns casos me puxo muito tentando lançar setas para o futuro, mas uso sim tudo que posso...BLOG, TWITTER e meu PERFIL aqui...e tento ir melhorando os textos que as vezes começam em um comentário na página de um amigo ou amiga, trago para aça e melhoro e depois até copio e colo no word para corrigir e finalmente publicar no blog.

Eu dou valor ao que penso simplesmente. Só isso. Talvez tenha valor, talvez não, mas tento pensar da melhor forma possível e escrever sobre isso. Entretanto, confesso que não me levo tão a sério assim...isso é somente um hábito, uma velha ocupação que agora é mais livre e desimpedida digamos assim.  

Sobre conflitos, diferenças ou problemas sou bem mais tranqüilo e à vontade hoje em relação a isso do que antes. Já bloqueei pessoas que julguei levianas ou desleais, apelativas e extremosas ou deselegantes...não me importo tanto com o que publicam no seu timeline, salvo quando é algo que me ofende a sensibilidade ou me chateia...mas dificilmente vou debater no mural de alguém que não tenha alguma afinidade...não vou na timeline de ninguém SÓ PARA CONTRARIAR...mas considero que tenho ganhado mais do que perdido, porque mesmo na diferença ou divergência prezo por me desentender com clareza e sem ofender...e aprendo e aprendi muito sobre isso desde o Orkut e em outros blogues..eu julgo que se vai constituindo uma ética de redes sociais...apesar da turma do VALE TUDO ao lado ou contra agente sistematicamente, mesmo sem refletir muito só por blague ou por hábito de desdenhar do outro na cara dura...prefiro uma ironia mais fina do que grosseria sem sentido, porque isso também é um gesto de delicadeza com o outro e de respeito maior que a mera bangornada ou espinafrada...

Também acho uma rematada bobagem a discussão sobre privacidade ou super exposição no facebook. E curiosamente ela provém de pessoas que na prática ainda estão se adaptando a este tipo de coisas e que expressam com um discurso teorizante ou moralizante da privacidade alheia somente as suas inseguranças.

Não há nada que eu coloque aqui que não pudesse ser colocado por qualquer outra pessoa deste mundo. E nem julgo tão original assim, E mesmo que seja não é  a partir de mim que isto se definirá. E nem irá depender de minha existência. Assim o que parece, para alguns, vaidade é para mim mera simplicidade e a idéia de que sou um homem comum, em nada superior ou extraordinária em relação aos demais. E - sem vaidade alguma - o que mesmo que os outros escritores da história da humanidade escreviam ou diziam que não sofreu censura prévia deles mesmos. Ou vamos julgar em que sentido que eles “revelaram demais a si mesmos”?....ó glória...Vamos considerá-los vulgares por isso ou aquilo? Dois exemplos que eu gosto muito Bukovski e Kerouac deveriam servir para curar esta dor de barriga moral.

E se um ou outro escreveu e publicou foi por opção deles. Você lê se quiser. Então, porque a censura à s revelações alheias que você só acessa, se quiser.

Meus descuidos, assim, são todos voluntários e já foram piores ou melhores e pouco da minha privacidade realmente aparece. Quem, se for o caso, se importa com isso? Quem eu quero que se importe vai acabar me dizendo, só isso. Dizem respeito estas coisas aos meus amigos e amigas, e quem não gosta, basta não ler. Entro no cinema que eu quero e leio o livro que eu quero ler. E gosto de escrever e escrevo.


para não falar de flores....

A CONJUNTURA POLÍTICA ATUAL E O MORALISMO NO PT

O projeto real é destruir a esquerda de forma definitiva..e uma parte da esquerda não percebe e se alia com a direita e o anarquismo que tem o mesmo propósito...e é tão bom não ter medo....ou não reconhecer razões e fatos... a negação simples é tão descomprometedora...é um ALIVIUM MORAL

O moralismo no PT é um equivoco raso...e bem confortável para a classe média que usou isso como justificativa para aderir ao PT e disputou anos dentro do PT com este discurso moral que as vezes guina para o republicanismo, com fortes influências positivista aqui no sul, mas esquece mesmo da questão social...E estas pessoas são aquelas que condenam mesmo no PT o Bolsa Família e outras políticas sociais e é muito interessante isso, porque a questão não é para mim negar a necessidade de uma moralidade pública, mas apegar-se a isso como se esta fosse a principal bandeira do PT.

Ora, para mim, ela está subordinada ao tema da igualdade e da transferência de renda, ao tema do investimento público e do desenvolvimento social. E qualquer partido que defende um estado forte deve necessariamente defender a moralidade pública. Mas isso não deve servir para o cultivo de uma paranóia ou para o inchaço de instrumentos de controle e fiscalização como o que vemos hoje. Eu aposto na transparência e no controle público ou social disso tudo, creio que há hoje um superdimensionamento desta função e, curiosamente, com polpudos salários e altos investimentos que efetivamente só demonstram uma desconfiança nos instrumentos mais simples de controle e mais imediatos. Há hoje uma superestrutura de controle e mesmo assim....pegam muitos erros por inépcia e imperícia, não por ímpeto criminoso ou doloso, mas aqueles que são os ladrões mesmo se safam...por sua alta especialização e algumas vezes por sua forte  resistente rede de influência ideológica e de classe e que atravessa diversos poderes.

Então a discussão sobre moralidade pública é uma pauta de classe média, mas também é uma pauta que não pode ser abandonada e que nos interessa sim e precisa ir para além do simplismo grosseiro e corrente.  A origem histórica de uma pauta reduzida destas deve ser compreendida lá na formação do PT e no seu primeiro impulso de acumulação de forças e construção de razões para as adesões de setores mais ao centro do espectro ideológico. Nós sabíamos que havia corrupção na ditadura militar e sabíamos também, nos anos 80, que algumas agremiações políticas democráticas e de centro abrigavam quadros cuja distinção entre o público e o privado, não a distinção conceitual, mas a distinção material e de interesses materiais não era cultivada nem prezada na gestão. E foi neste campo justamente que o PT cresceu para alêm do seus adeptos de formação  marxista, comunitária, sindical e de formação mais ideológica. Foi neste tema que o PT se expandiu para a classe média e foi a partir dele que iniciou as conquistas de prefeituras, a eleição de fortes bancadas de deputados, com  a preservação ads demais bandeiras de reivindicação de direitos sociais. Mas isso se explica porque para esta classe média haveria que haver um motivo para aderir ao novo que o PT representava e este não poderia ser o antipatrimonialismo ou o anticapitalismo - já que as ideologias radicais dos comunistas, socialistas, troskos e leninistas eram intragáveis. Assim, o PT sofreu um crescimento, mas sofreu um encurtamento de dois lados...de um lado resumir o discurso do PT ao moralismo... de outro virou tática corrente despacho de qualquer coisa ou de qualquer um na primeira suspeita..e disso se derivou a condenação fácil e a suspeita que é causada mais por um sentimento de aversão do que propriamente uma apuração de fatos. E isso teve vítimas, muitos ônus até que começou a se virar contra o próprio PT, no caso Celso Daniel de 2002 temos o paradigma realizado disso, já na CPI da Segurança Pública talvez a primeira tentativa articulada pelos adversários do PT neste sentido. O que os adversário do PT compreenderam rapidamente nestes dois episódios ai foi que, mais importante do que a verdade, é a versão alardeada e que esta tem eficácia política razoável. Ou seja, que a suspeita e suficiente para a condenação.   

Esta é para mim uma forma preguiçosa na política de julgar os fatos. E ela é bem vantajosa para a direita porque ela possui os instrumentos mais eficazes de disseminação de versões e ao meu ver, isso leva até a AP 470 que de certa forma coroa esta reação.


Eu, entretanto, prefiro a crítica contra as políticas efetivas do PT do que esta condenação moral que só tem conteúdo na imprensa e nos atos de um tribunal que de moral, justo e legal num tem nada... o STF não é o Tribunal da Razão Brasileira e alguns dos melhores juristas e pensadores políticos apontam o absurdo do Mensalão e da AP 470...e eu não estou preocupado mesmo com o PT ....o problema é bem outro amigo e agora fica cada dia mais nítido qual é o problema através desta grande reação conservadora...que pretende não somente destruir o PT, mas toda a esquerda brasileira, nos mesmos moldes do ataque sofrido pelo velho PTB, Getúlio, Juscelino e Jango nos idos dos anos 50 e que levou até o golpe de 1964...o que o esquerdismo e os demais partidos de esquerda ainda não entenderam,s alvo nossos velhos companheiros do PCdoB...que tem um trauma carnal do ciclo ditatorial desde os anos 30...Para finalizar recomendo que se olhe respeitosamente e compreensivamente para o PDT ou PSB neste cenário atual...para ver como suas forças internas estão organizadas e dirigidas e sob qual hegemonia ideológica...