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domingo, 5 de janeiro de 2014

SHAKESPEARE - SONETO 116 - TRADUÇÕES

William Shakespeare

SONETO 116 - Trad. Thereza Christina Rocque da Motta

Não há empecilhos quando mentes
Verdadeiras se afeiçoam. O amor inexiste
Quando se altera por qualquer motivo,
Ou se curva sob o ímpeto apressado:
Ah, não! É um olho inabalável,
A mirar as tempestades sem se alterar;
É a estrela-guia de todo barco à deriva,
Cujo valor se desconhece, embora alta viva sobre o mar.
O amor não serve ao Tempo, embora as róseas faces e lábios
Cedam ao arco de sua longa foice;
O amor não se altera com suas breves horas e dias,
Mas sustenta-se firme até o fim das eras.
__Se tudo que eu disse se provar um engano,
__Jamais escrevi, nem amou qualquer humano.

Soneto 116 – Tradução Valéria (Ordem do Amor)

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora,
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
__Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
__Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou

Soneto 116 – Tradução de Jerônimo de Aquino

Nada embaraça a união de almas amigas, nada.
Amor não é o amor que se afrouxa, se altera,
Perante alterações da criatura amada,
Ou se apaga e se esvai, como simples quimera.
Oh! não, jamais. O amor é um farol permanente
Que enfrenta os temporais, fazendo-se invencível;
É para o barco errante estrela refulgente
De insondável valor, mas de altura medível.
Do tempo o amor não tem a fúria, ainda que faces
E lábios róseos há rente à sua foicinha.
Imarcescível, forte assim, vai sem trespasses,
Com o ente amado, ate da dor a extrema linha.
__Quem de falsos tachar os versos que ora digo,
__Não tem nem goza o amor do verdadeiro amigo. 


Soneto 116 – Tradução de Ivo Barroso

Que eu não vejo empecilhos na sincera
União de duas almas. Não amor
É o que encontrando alterações se altera
Ou diminui se o atinge o desamor
Oh, não! amor é ponto assaz constante
Que ileso os bravos temporais defronta.
É a estrela guia do baixel errante,
De brilho certo, mas valor sem conta.
O amor não é jogral do Tempo, embora
Em seu declínio os lábios nos entorte.
O amor não muda com o dia e a hora.
Mas persevera ao limiar da morte.
__E, se se prova que num erro estou,
__Nunca fiz versos nem jamais se amou.

Soneto 116 - Tradução de Geraldo Carneiro.

Não tenha eu restrições ao casamento
De almas sinceras, pois não é amor
O amor que muda ao sabor do momento,
Ou se move e remove em desamor.
Oh, não, o amor é marca mais constante
Que enfrenta a tempestade e não balança,
É a estrela-guia dos barcos errantes,
Cujo valor lá no alto não se alcança.
O amor não é o bufão do Tempo, embora
Sua foice vá ceifando a face a fundo.
O amor não muda com o passar das horas,
Mas se sustenta até o final do mundo.
___Se é engano meu, e assim provado for,
___Nunca escrevi, ninguém jamais amou.

Sonnet CXVI

"Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove.
O, no! it is an ever-fixèd mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come;
Love alters not with his brief hours and weeks
But bears it out even to the edge of doom;
___If this be error, and upon me prov’d,

___I never writ, nor no man ever lov’d."

4 comentários:

  1. Obrigado pela coleção de traduções. Esse soneto é de enlouquecer o mais sóbrio.

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    1. Não de enlouquecer,mas de clarear com sua luz o verdadeiro amor,incondicional e eterno sim enquanto eu viva e morra na esperança de o ver em outras cores.

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  2. As traduções são ótima. . a minha favorita é a primeira tradução.

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  3. SONETO 116 – Trad. Vasco Graça Moura (2005)

    Não haja impedimentos à união
    de almas fiéis; amor não é amor
    se se alterar ao ver alteração
    ou curvar a qualquer pôr e dispor.

    Ah, não, é um padrão sempre constante
    que enfrenta as tempestades com bravura;
    é estrela a qualquer barco navegante,
    de ignoto poder, mas dada altura.

    Do Tempo o amor não é bufão, na esfera
    da foice curva em bocas, róseos rostos;
    com breve hora ou semana não se altera
    e até ao julgamento fica a postos.

    E se isto é erro e em mim a prova tem,
    nunca escrevi e nunca amou ninguém.

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