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domingo, 12 de janeiro de 2014

CHESTERTON E SUAS LISTAS

isso ajuda...
como método e como tábua de salvação...
para escrever e para pensar...

“Crusoe é um homem que se encontra numa pequena rocha, com os poucos confortos que, a custo, conseguiu arrancar ao mar; a melhor coisa do livro é precisamente a lista das coisas que foram salvas do naufrágio. O mais grandioso poema é um inventário. Cada um daqueles utensílios de cozinha se torna ideal pelo simples fato de que Crusoe podia tê-lo deixado cair ao mar. Nas horas vagas, ou nas horas amargas de cada dia, é um bom exercício olhar para uma coisa – seja o balde do carvão ou a estante dos livros – e pensar que felizes nos sentiríamos se tivéssemos conseguido tirá-la do navio em vias de se afundar, podendo contar com ela na ilha solitária. Um exercício ainda melhor é recordar que todas as coisas que existem escaparam por pouco, que tudo o que existe foi salvo de um naufrágio. Toda a gente viveu uma aventura horrível; toda a gente podia não ter nascido, como aqueles bebês que nunca chegam a ver a luz do dia”.


Trecho de: G. K. Chesterton. “Ortodoxia.”

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