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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

SOBRE CRISES DE ADOLESCÊNCIA E O TEMPO DE CADA UM: PARA OS MEUS ALUNOS E A ALUNAS

Bom Dia...

Tenho notado aqui muitos alunos e alunas em crises de relação, de amizade, de confiança e por diversos motivos que os deixam bem aborrecidos e chateados...sem querer ser o vovô sabe tudo, mas isso é bem coisa de adolescente mesmo. Já passei muito por isto e vejo inclusive alguns adultos que ainda passam por situações assim deste tipo de por em crise as relações, as confianças e gerar insegurança e infelicidade...vocês estão numa fase que é marcada por diversas escolhas, indecisões, impulsos, uma fase cheia de rolos para desenrolar na cabeça de vocês que passa também pela relação com pais, com a escola, com figuras de autoridade de diversos tipos.

Tudo isso gera uma inseguranças e também gera sentimentos, situações e coisas que são aparentemente meio estranhas também...eu vejo situações do tipo querem mas não querem, vejo situações do tipo sou adulto, mas quero continuar sendo criança, vejo situações em que vocês gostariam de pode fugir para um lugar melhor, mas não tem para onde - dai sobre somente para a BALADA a ALTERNATIVA...Olha só, se é que eu posso falar algo sem ser chamado, se é que posso me meter neste assunto de vocês isso é uma coisa bem típica...tenham calma, aproveitem a juventude de vocês e não fiquem levando tão a sério esses lances de amigas e amigos, porque as vezes alguns de nós são mais centrados e exigentes afetivamente e socialmente, culturalmente e moralmente e os outros mal sabem para que lado sopra o vento - estão meio que perdidos mesmo...uma sensação de estar no mundo sem uma bússola para se orientar, sem um líder ou uma luz para seguir e ficam assim mesmo batendo cabeça, correndo para lá e para cá...a consequência disso é que dai fica esse lance meio atravessado entre vocês...

Vale aqui a analogia que usei sobre a alfabetização e o aprender a filosofar. Eu disse que o estalo do aprender a ler é um momento tão especial que deveríamos pagar os maiores salários para as alfabetizadoras  e alfabetizadores porque na minha cabeça este momento muito particular de cada um de nós vai determinar nossa relação com a linguagem, nossa relação com o conhecimento e a aquisição do conhecimento e a nossa  forma também de lidar com desafios e nosso modo de passar por etapas, vencer obstáculos e superar limitações, receber pressão, compreender a expectativa dos outros sobre a gente e também sobre nossas próprias expectativas  e a forma como lidamos com elas. A gente descobre ao observar este momento uma verdade quase absoluta e que se aplica a muitas situações nossas que ocorrem ao longo da vida e que nos diferenciam dos demais: CADA UM TEM UM TEMPO PRÓPRIO PARA CRESCER.

E não adianta a gente ficar equivalendo as pessoas por idade ou fazendo perfil do jovem de 16, 17 ou 18 anos achando que todos estão iguais. Na verdade, cada um deles e cada um de vocês dadas as suas condições próprias, conformações genéticas, redes de estímulos e relações sociais, interesses e curiosidades tem um tempo para determinadas coisas, um tempo próprio para dar certos passos e conseguir crescer nestas ou em outras questões. 

É claro que a sociedade por uma razão econômica e também por uma razão bem produtiva trata todos vocês como se vocês fossem carrinhos numa linha de montagem que vão sair da fábrica prontinhos após o segundo grau ou coisa que o valha, mas nem o baile de debutantes transforma uma menina em mulher, nem a formatura de ensino médio faz vocês virarem adultos e nem a carteira de motorista transforma vocês em motoristas responsáveis, ou seja, não existe esta coisa que a partir de tal data - completei 18 anos por exemplo - se vira adulto, maduro e se tem uma personalidade e um caráter desenvolvido. 

Vocês todos estão em formação, em um processo que dura para alguns até os 18 anos, para outros até os 24 e para outros até os 30 anos - podem escolher a data viu se quiserem - e se a gente não der umas cobradas em vocês, vocês vão ficar desse jeito batendo cabeça até os 50 anos de idade. 

Mas mesmo assim é preciso ter calma. Vocês não crescem todos juntos na real e nem aprendem tudo ao mesmo tempo. Alguns são muito rápidos e ligados digamos assim e outros se enrolam em emoções, desejos e substituem coisas que não tem em relações que nem são tão maduras assim, mas todos fazem isso tentando ser felizes. Mas então qual o problema professor? Ora, ora, o problema é que no meio de tudo isso  vocês erram, acertam, as vezes acertam de forma maravilhosa inclusive, mas tudo isso acontece com um montão de desentendimentos, mal-entendidos, confusões, controvérsias, negações, recuos, vacilações, choques, confrontos e indiferenças e insensibilidades também. 

Sim alguns de vocês andam como um trator passando por cima de tudo que para na frente de vocês e não dando à mínima para o sentimento dos outros e dai acontece estes desgastes, atritos  e este sentimento de frustração de uns em relação aos outros. Eu recomendo irem com mais calma nisso tudo, porque todos nós erramos e podemos ser melhores, muito melhores se nos dispusermos a ser mais compreensivos. E eu tenho certeza que os pais, mães, irmãos, amigos, vizinhos, professores e professoras e todo mundo que está em volta de vocês também pode entender isso e se vocês ficarem mais suaves ou mais macios as coisas serão bem mais fáceis de resolver. Faz parte de um preceito básico na nossa vida buscar o prazer e evitar o desprazer e eu creio que se vocês começarem a entender isso melhor, inclusive aceitando que o prazer não pode ser permanente, nem que o prazer imediato é melhor terão mais paciência e farão o esforço necessário para crescerem e aprender e se educarem e melhorarem as relações entre vocês e com os demais seres humanos.  

Cada um tem um tempo próprio de amadurecimento e suas próprias etapas e entender isso nos leva a ir com mais calma nas nossas relações e nas nossas expectativas.

Bem, por fim, A GREVE ACABOU E AGORA É AULAS...um abração amigo... 

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