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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SHAKESPEARE - SONETO 66 - VERSÃO DE IVO BARROSO

Farto de tudo, a paz da morte imploro
Para não ver no mérito um pedinte,
E o nulo se ostentando sem decoro,
E a fé mais pura em degradado acinte,
E a honra, que era de ouro, regredida,
E a virtude das virgens violada,
E a reta perfeição ser retorcida,
E a força pelo fraco subjugada,
E a prepotência amordaçando a arte,
E impondo regra o tolo doutoral,
E a verdade singela posta à parte,
E o bem cativo estar do ativo mal:
Farto de tudo, a morte é o bom caminho,
Mas, morto, deixo o meu amor sozinho.

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