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quinta-feira, 25 de julho de 2013

AINDA SOBRE OPINIÕES, DEBATES FACEBOOKIANOS E AS MUDANÇAS DE UM ETHOS NAS REDES SOCIAIS

Tia Eunice - você é uma ótima companheira e debatedora aqui no Face para mim - nestes debates em Facebook eu relativizaria mais a posição de certos amigos e amigas. Porque eles estão tendo as opiniões deles talvez a partir do ponto de vista deles e eles tem todo o direito a isto. E nesta perspectiva eles gostariam de poder entrar com elas no debate ou nas discussões e não mudarem uma virgula depois dos debates ou discussões. São opiniões entronizadas e coroadas por assim dizer. Não estão dispostos a mudar de opinião, corrigir opinião ou sequer entender ou compreender o ponto de vista do outro. E na maior parte dos casos tratam opiniões como conhecimentos e certezas, além de convicções, preferências ou crenças.

Mas isto não nos obriga a omitir aquilo que sabemos e que é indiscutível. Assim, ter o direito a opinião não me impede de apor, postar ou argumentar contrariamente e com rigor.

Aprendi muito no FACEBOOK. E confesso que o FACEBOOK para mim trouxe uma certa evolução ao ORKUT que frequentei a partir de 2005, ainda que eu sinta muita falta das COMUNIDADES DO ORKUT  e de certos tópicos de debate do ORKUT. Mas no ORKUT era meio terra de ninguém e era bem dificil construir uma ética de discurso e de responsabilidade pelo que se dizia lá. Tenho amigos e amigas aqui no FACEBOOK que migraram de lá com estas preocupações também. No começo algumas pessoas achavam que valia tudo nas redes sociais. Bem não preciso dizer que estas pessoas não valem nada ainda hoje aqui.  Havia no começo do Facebook - para mim isto é 2010 - uma certa cobrança de que não podia ter posições e de que não vale a pena discutir ou argumentar contra. Haviam posições que diziam que textos longos ninguém lê. Havia uma espécie de patrulha também que não devemos tomar posições política sou isso ou aquilo. Bem, para alguns o FACEBOOK era apenas território de MIMIMI, coitadismo, imagens pesadas, imagens belas e memes e piadas e as vezes uma musiquinha. Pois o tempo passou e as coisas mudaram. Conheço várias pessoas que argumentam e que discutem aqui com toda a civilidade e educação possível. E meu círculo de amigos aqui tem aumentado muito, assim como também alguns tem ficado para trás também. Alguns destes que se foram se foram sozinhos por sua livre e espontânea vontade, outros eu bloqueei. Os engraçadinhos em sua maior parte já bailaram. Aqueles que não entendem que eu não falo de brincadeira sobre certas coisas já voaram. E - pasme - houve o caso de eu dizer para alguém, certa feita, que havia me enganado a respeito da pessoa e que pedia desculpas por tê-la addicionado aqui indevidadmente. 

Mas eu quero compartilhar coisas e argumentar com quem me entende, mesmo que pense diferente de mim e tento sinceramente entender a posição de outros. Sem apelos, sem acusações, sem baixarias, sem contra-argumentos ofensivos ou pejorativos, sem diminuições, sem arguir a loucura dos que pensam diferente ou a doença, e sem argumentos AD HOMINEM ou AD AUTORITACTEM. A saber, sem negar a alguém o direito a opinião por conta de sua vida pregressa ou dos seus erros do passado ou de nossa péssima opinião ao seu respeito. Ou, no caso mais extremo, os argumentos AD HOMINEM destroem o mensageiro ou impugnam quem argumenta, sem refutar ou argumentar ou corrigir o argumentos contrários. Nos argumentos de autoridade que eu sei que você conhece as pessoas baseiam suas opiniões em outras para vir aqui reproduzí-las. Posso respeitar autoridades, posso admirar autoridades, posso considerar certas autoridades como fontes de boas posições, mas isso não torna as opiniões delas sagradas, inquestionáveis e muito menos irrefutáveis. Aprendi que quanto maior a autoridade mais se exige dela, o que não significa ser concordino nem o imbecil que apõe qualquer argumento de senso comum para questioná-la. O que se diria então de ARGUMENTOS AD IMPRENSAM, que é o que alguns fazem aqui, como se JORNAIS, REVISTAS, NOTICIÁRIOS, SITES OU BLOGS, fossem fontes inquestionáveis da verdade e orgãos oficiais de divulgação científica em que só a verdade figura em seus textos e páginas.    

Apesar de defender posições aqui que alguns consideram radicais. Posições que alguns gostam de reduzir ao meu PETISMO. Tento sempre contemporizar ao máximo. Mas não deixo de responder, salvo quando o absurdo é tão gritante que deixo sem comentário. Em geral respondo por consideração mesmo. Porque, ao considerá-lo digno de resposta ou de prosseguir em diálogo, quero tentar fazer o meu interlocutor, amigo ou conhecido, colega ou próximo ver outro ponto de vista ou outro aspecto. Mas é muito comum que as coisas virem uma acirrada disputa. Claro que alguns preferem ficar sem resposta e ter a última palavra. Mas mesmo isso nem é tão importante assim mais aqui. Muitas pessoas me dizem na rua que leem o que eu escrevo e que concordam com algo do que digo mas que não curtem ou não compartilham porque não gostam de tomar lado. No começo eu não gostava de ouvir isto. Talvez até por vaidade ou por uma fantasia de engajamento radical eu pensasse assim antes. Hoje acredito que isto não acontecer é muito mais importante do que parece. Porque demonstra a amplitude do que você do alcance do que você posta aqui sem as medidas tradicionais. E também porque mostra que é sério mas que também não cria uma fantasia besta de você: SE LEVAR A SÉRIO DEMAIS. Mostra a liberdade de opinião com uma dose oculta de responsabilidade que me parece muito boa para o juízo de cada um. Porque significa que você está sendo julgado, avaliado e interpretado igualmente. E que isto acontece por pessoas que são anônimas que você não sabe quem são. Neste sentido se houver mérito, qualidade ou clareza no que dizes será assimilado, reproduzido e também melhorado. 

Ora, nada mais parecido com um certo conceito de espaço público do que isto. E o espaço público aqui envolve sim uma responsabilidade política, ética, social e cultural. Então tento ser o mais justo e rigoroso possível. Aliás considero isto um dever...não fico brincando de ter opinião.

Devemos, entretanto,  reconhecer que é muito comum ainda no Brasil hoje que as pessoas julgam que ter opinião e escolher é um direito cuja responsabilidade ninguém pode cobrar. Mas isso também pode mudar positivamente. Penso que as redes sociais vão acabar mudando isto também. Cada vez mais somos cobrados e cobramos as opiniões, conhecimentos e juízos dos outros. E penso que quem age em sociedade deve aceitar isto tranquilamente ou se isolar na conchinha, ou na bolha ou no sitio e não se meter nos assuntos públicos sem ter responsabilidade. Para mim então,  desde que se poste construindo uma consciência disto, pensando nisto e se defenda este aspecto já é muito bom. Assim a gente vai discernir quem está para brincadeira e quem está falando sério. O que é muito bom e necessário no Brasil hoje.

por fim: NÃO VALE TUDO...E NÃO É TUDO QUESTÃO DE OPINIÃO MESMO....tanto em política, quando em religião e quanto em futebol...

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