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terça-feira, 30 de julho de 2013

A TAXONOMIA DE POEMAS E POETAS DE EZRA POUND

O Jarí da Rocha e o seu livro Textículos me jogaram na aventura de ler poesia de novo (veja o blog dele Texticulosdojari.blogspot.com.br, veja a primeira versão minha do que um amigo chamou de resenha aqui, o livro recém lançado pela Editora Carta Capilé, 2013, faz um Tour por ai). Assim, ele é o culpado por me provocar a ler poetas de novo e nisso me reencontrar também com Sonetos. Poemas e Cantos de diversas latitudes e longetudes. 

Alguns dizem que a poesia é o esconderijo do pensamento quando os tempos são difíceis, outros que é a expressão máxima da liberdade literária. E eu não tenho nítida na memória agora a anotação de quem disse o que. Mas vá lá. Por isso se fala em LICENÇA POÉTICA as vezes. Em todo caso. 

Nisto reencontrei e passei a reler um grande Poeta e crítico do modernismo, o norte-americano Ezra Pound, que também fez crítica literária da boa. Ele desenvolveu uma 'taxonomia' dos poetas e dos poemas que merece nossa atenção sempre, em parte porque nos faz pensar de outra parte porque permite observar melhor as diferenças e também ter um inicio de desenvolvimento do gosto pela poesia e de um juízo crítico sobre ela.

Cito aqui José Lino Grunewald na Introdução aos Cantos (p. 17 – Editora Nova Fronteira, 2006.)

Há um “Pound teórico (com duas instigantes modalidades de classficação de poemas e poetas e que, até hoje, preservam sua funcionalidade: 1°) a classificação de poemas, como melopéia, quando predomina o aspecto sonoro, musical, sendo que EP apresenta, como exemplo máximo, a obra dos trovadores provençais; fanopéia, quando predomina o elemento imagem e, então, EP oferece como exemplo por excelência a poesia chinesa; logopéia ou, como ele disse, “a dança do intelecto entre palavras”, algo que predomina no universo especificamente verbal, que os efeitos de imagem e som não conseguem suprir, em suma, ironia ou sátira, sendo que as manifestações típicas estariam na obra de um Propércio, de um Laforgue; 2°) a classificação dos autores, na seguinte escala: 1. inventores: homens que descobriram um novo processo ou cuja obra existente nos dá o primeiro exemplo conhecido de um processo; II. mestres: homens que combinaram um número de tais processos e que os utilizaram tão bem ou melhor do que os inventores; III. diluidores: homens que chegaram depois das duas primeiras modalidades de escritor e não conseguiam fazer tão bem o trabalho; IV. bons escritores sem qualidades proeminentes: homens que são suficientemente afortunados de haverem nascido quando a literatura de um dado país anda em boa ordem produtiva ou quando alguma ramificação específica do escrever está “sadia”. Por exemplo, homens que escreveram sonetos no tempo de Dante, homens que escreveram poemas curtos na época Shakespeare ou durante várias décadas depois ou que escreveram romances e contos após Flaubert demonstrar-lhes como fazer; V. os beletristas: quer dizer, homens que na realidade nada inventaram, mas que se especializaram em algum aspecto peculiar da escrita, que não podiam ser considerados como “grandes homens” ou como autores que estivessem tentando propiciar uma representação completa da vida ou de sua época; VI. os iniciadores de manias: neste caso, dispensam-se comentários.”


Parte da obra de Ezra está disponível na internet, neste site: POUND. 

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