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quinta-feira, 28 de junho de 2012

LUIS BRASIL: MAIS UMA MEMÓRIA

conheci ele com uns dez anos de idade...

eu e meu irmão Rafa - que ele chamava de Falcão quando jogávamos futebol em frente a casa do estudante - ali onde hoje é a Câmara de Vereadores - 

tinha uma expressão que me encantava: Vagabundo Mental!!!! 

um símbolo da liberdade de pensamento e também da falta de direção do pensamento quando se põe a devanear...

pintava com muito carinho....

eu já chorei vendo e ouvindo ele explicar os pássaros...

as mulheres e as flores...

ou os meninos de rua...

.tinha um carinho no coração que era inesquecível....

entendi com ele porque alguns homens e mulheres maravilhosos se afundam na bebida ou nas drogas....

é uma dor incurável que afunda a alma....

e que precisa ser aliviada, esquecida ou substituída por outra dor....

e também entendi com ele porque a maldade humana surge muitas vezes entre inocentes....

a ignorância e o desdenhar do outro andam sempre juntos....

Jefinho, Rogério Tosca e outros amigos aqui sabem exatamente do que estou a falar...

Grande Brasil....

grande pessoa....

quando fui no hospital visitá-lo afaguei o teu coração porque ele merecia todo o calor humano dos seus iguais, mas recebeu fogo, golpes da vida, por poucas moedas.....

merece nossa memória e nossa lembrança....

talvez tenha sido um dos primeiros a ensinar arte de graça para qualquer um que topasse começar.....

um verdadeiro artista popular....

para o povo...

ele que me contou a história de Victor Jara e de outros latino-americanos....

quando alguns metidos a comunistas pensavam que iam resolver tudo na teoria...

que nada...

é na dura práxis da vida que os problemas da existência humana são colocados....

sempre me lembro dele quando passo nas praças da cidade...

quando passo em frente ao Palói que fechou...

quando me sento no antigo Mak....

quando lembro do banda de Cima...

do Parada 1 e do Parada 2...

do Xis da praça...

dos cachorros quentes de madrugada e também das trocas, dos papéis, das tintas e de todos nós que um dia privamos juntos do convívio dele e de nós mesmos....

tava mesmo tentando começar a falar dele por um motivo mais nobre do que simplesmente o chorar ou o rir...

por uma marca na terra...

um lugar e uma morada para este espírito que merece a nossa eterna gratidão e homenagem, 

por bem mais motivos dos que listei aqui...

a sorte está lançada...

vamos ver os dados...

AS LAVADEIRAS DO RIO DOS SINOS: CIRCA 1907



sábado, 23 de junho de 2012

FAZER O ANTES, DEPOIS & O DEPOIS, ANTES: NÃO DÁ CERTO!

Uma daquelas descobertas que a gente faz no dia a dia de trabalho com as pessoas: 

fazer o antes, depois, e o depois, antes, nunca dá certo.....

mas o que é o antes ou o que deve ser anterior? 

Invista em pensamento organizado e em planejamento de prioridades. 

Aprenda a desenhar a tarefa e hierarquizar as coisas. 

Pode não dar certo, pode dar errado, mas vai facilitar muito a tua vida. 

Caneta e papel na mão e siga em frente. 

Vivendo e aprendendo....

sexta-feira, 22 de junho de 2012

DECISÃO, JUSTIFICATIVAS E CONDIÇÕES DE FAZER

quando as justificativas para a decisão são inferiores a ela, então é só uma questão de decisão...

discordo deste recurso generoso da gente em buscar razões onde elas não se encontram...

não é um tema conceitual, de mérito ou de princípio, a decisão de não fazer é só uma decisão..e ela começa justamente quando as condições para fazer não são criadas...

PENSAMENTO APLICADO A UM CASO QUE ME DEIXOU SOPESANDO ARGUMENTOS E RAZÕES.....

preciso pensar mais nisto...

domingo, 17 de junho de 2012

QUEM VAI VENCER NO FINAL?

Assisti noites atrás Luzes da Ribalta de Charles Chaplin com meu pai ao lado....e recomendo que vejam este filme....as lições mais importantes da nossa vida, muitas vezes não podem ser ditas e renunciar a tentativa de dizê-las é um ato de profunda humanidade...cada um deve descobrir com seu próprio esforço o seu melhor juízo...e não tem nenhuma importância saber quem vai vencer no final....

HOUSE, DESISTÊNCIA E DEPRESSÃO

Uma aluna me olhou nos olhos esta semana e me pediu para não desistir....eu sei muito bem do que ela fala...escrevi um texto para os professores uma vez sobre isto....dizia ao final que temos que desistir de desistir todos os dias...e é verdade....eu não sabia o que era depressão até pouco tempo atrás...bem a gente descobre isto de uma forma muito triste....mas eu estou muito melhor....agora olhando os últimos capítulos da Série House aparece a mesma coisa: a questão da desistência do Dr. Wilson e as manobras de House para tentar evitar isto o que incluir encher o restaurante de "ex-pacientes" dele, no penúltimo episódio. Cara se enchessem uma sala com alguns dos meus ex-alunos eu acho que eu sairia correndo de vergonha. Pois é triste precisar de tudo isto para ter certeza da importância do nosso trabalho. Agora...pensando bem...é muito triste ver a forma como pessoas que não tem a mínima noção do que você faz, te tratarem de forma mesquinha ou medíocre. Eu sei que isto não vale só para mim. Penso aqui nos milhares de profissionais que mantem as coisas andando neste mundo, que se anima e desanimam, com a falta de compreensão dos outros. E com a segunda parte disto que é o desrespeito e desconsideração pelos teus serviços, qualidades e conhecimentos. E mesmo quando você está sobre pressão extrema para produzir resultados e produz te olham com aquela cara como se fosse só a obrigação. Mas tudo bem. Recomendo não desistir também. Persista e valorize muito quem te reconhece e quem realmente presta atenção ao que está acontecendo.

domingo, 3 de junho de 2012

TEXTO GUIA SEMINÁRIO INTEGRADO: AS RELAÇÕES SOCIAIS NO MUNDO ATUAL

As relações sociais no mundo atual A temática do projeto que propomos pela área de Ciências Humanas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia) tem por objetivo a reflexão do aluno sobre as relações sociais que desenvolvemos no mundo contemporâneo em suas múltiplas dimensões; culturais, ambientais, políticas e econômicas. Pensar e refletir de maneira profunda sobre estes fatores torna-se essencial para compreendermos as formas de vida que estamos construindo nestes novos tempos em que as nossas relações de sociabilidade são afetadas por mecanismos que incrementam e aproximam as pessoas. Como exemplo, citamos o uso cada vez maior por parte de nossos jovens de celulares, IPODS, computadores, smartphones, bem como diversos outros dispositivos eletrônicos que modificam em um grau muito alto as relações sociais contemporâneas; seja em relação ao mercado de trabalho, aos contatos humanos ou em relação às horas de lazer. Ao compreendermos melhor os aspectos positivos e negativos dessas mudanças, ampliando o entendimento dos nossos laços e ligações com as pessoas, percebemos que a interdependência das pessoas umas em relação às outras se torna mais explicita nos dias de hoje. Para tanto, propomos para os alunos um singelo exercício de mapeamento das relações sociais, em suas dimensões familiares, de vizinhança, de convivência comunitária, de amizade e de parentesco, entre outras. Seja através de entrevistas ou questionários, desejamos que os alunos descubram as múltiplas relações de interesses, preferências, hábitos de lazer, hábitos de saúde, consumo, e, também, de circulação no espaço social presentes em nossa sociedade. Tudo isto pode ser mapeado, ajudando na construção de novos olhares por parte do aluno, seja para o mundo do trabalho, para a criação cultural, para os hábitos de lazer ou para os cuidados com a saúde.

A MEMÓRIA DA CARNE: FREUD, DUALISMO E IMORTALIDADE DA ALMA - NOTAS AO GILSON

Te confesso que Freud é um intelectual que eu jamais ousaria subestimar. Creio que deves pensar bem mais sobre o que ele diz ali relativamente ao rompimento entre passado e futuro com a morte. Ele não é um Deus, nem suas idéias são sagradas, mas é preciso ler o que ele pensa com excessiva atenção e prudência. Sugiro que pense em que substância ou qual é o lugar depositário da sua memória. Parece-me que Freud considerava o nosso corpo físico como depositário de nossas memórias, mas só me parece. Eu mesmo quero pensar mais sobre isto. Considero, pensando melhor agora, muito mais ousada a perspectiva de Freud que envolve admitir que o corpo e a carne são depositárias da memória. É muito fácil, confortável e consolador seguir a abordagem tradicional que simplesmente desvincula o corpo da alma. A ousadia de Jung talvez tenha sido tentar recolocar a doutrina de Freud de novo submetida ao dualismo cartesiano com este belo otimismo sobre o destino das nossas almas, memórias e lembranças de nossa identidade. Mas veja só então: e quem sofre de Alzheimer amigo? - perde a alma ou perde a conexão com a sua memória? A ligação passado futuro, representada pela nossa memória, pelo nosso feixe de experiências organizadas sob um fio de Ariadne comum, que não sobrevive a morte! Esta é a questão! é por isto que andei usando aqui também a expressão desaparecimento para falar da morte física e espiritual de todos nós. Aos poucos vão se extinguindo nossas conexões, aos poucos esta grande trama de aço vai se transformando em barbantes esfarrapados. Se vivermos até aos 100 anos veremos. Uma entrevista com Niemeyer é ilustrativa também. E tenho ao meu lado diversos exemplos de pessoas cujas memórias nítidas sobre o passado mais remoto ou sobre experiências sentimentais se desvaneceram. A coisa que eu mais respeito em Freud é que ele não tenta colocar esperança onde não é necessário. Muletas que não servem são jogadas fora. E tem um ponto na vida em que você pode decidir exatamente isto: se vai continuar esposando doutrinas confortáveis ou aceitar os indícios que a realidade e a reflexão sobre a vida te apontam. Nós não precisamos de uma outra vida para que nela o valor desta vida ou os danos desta vida sejam reafirmados. A conta acaba já no primeiro desaparecimento. E você pagar ela ou não, é indiferente para a natureza. Me parece assim que diversas doutrinas procuram insistentemente impor supremacia cultural e humana sobre a natureza. Não digo com isto que você é obrigado a abandonar toda a tua perspectiva respeitável de reencarnação, roda de sansara, vida após a morte e etc, mas digo simplesmente: isto é uma doutrina! tens o direito de seguí-la, defendê-la. E é muito respeitável que o faça! Mas porque fazes isto? Freud perguntaria: é por causa da verdade que você precisa fazer isto? Ou é porque você prefere e deseja que assim seja? Bem amigo, há um abismo aqui entre o que podemos saber e que preferiríamos que fosse o caso. Inclusive a possibilidade, muito interessante, de podermos ter uma outra vida mais feliz que esta que temos agora. Parecemos jogadores perdedores que continuam confiando na possibilidade de surgir uma rodada melhor, na possibilidade que na outra mão venham ao acaso e pela sorte cartas melhores para nós. É uma imagem pueril esta para nós. O que você pensa sobre tudo isto amigo?