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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

TEORIA DO AUTO-ENGANO

Hoje comprei de novo, um livro que me foi de muito interesse em meados dos anos 90 e que eu li com intensa reflexão. Naquela época eu estudava duas coisas combinadas da filosofia moderna e contemporânea, de um lado a filosofia da consciência de Descartes a Kant e, de outro lado, a filosofia da lógica de Kant a Wittgenstein. Não preciso dizer que era um embrulho conflitivo este. Mas em filosofia bons problemas são assim mesmo.

Pois bem, na época de lançamento comprei o livro e emprestei para um parente que nunca mais me devolveu. Ou devolveu e eu não fui capaz de fazer o registro adequado. E andei, de certa forma, desde a primeira leitura do livro a 15 anos atrás até a sua recompra ontem na Feira do Livro de Porto Alegre, meditando sobre os problemas deste tema.

Comprei o livro antes de uma reunião da setorial estadual de educação do Partido dos Trabalhadores (autre chose). Onde você que me lê, deve imaginar que não nos permitimos auto-enganos individuais, muito menos coletivos, depois de diversos anos e experiências partidárias, sindicais e de gestão. Ou seja, é uma instãncia do PT-RS com acúmulo suficiente para ser extremamente rigorosa e qualitativa como os novos tempos nos exigem mais ainda. (detail)

Estava com saudades do livro e do tratamento que o autor dá a ele, porque na minha primeira leitura, a obra me suscitou um conjunto de interrogações de filosofia da psicologia, filosofia moral e da ação e, também, de teoria do conhecimento que me são muito caras desde o início da minha formação. E que, por fim, combinadas com a minha logiquinha elementar e minha interpretação da teoria do conhecimento e da filosofia da consciência me trazem bons e velhos problemas de filosofia.

O livro é o AUTO-ENGANO de Eduardo Gianetti da Fonseca e foi reeditado em versão Pocket Book pela COMPANHIA DAS LETRAS agora COMPANHIA DE BOLSO da EDITORA SCHWARTZ. Editora que surgiu justamente no primeiro boom das ciências humanas e sociais logo ali no início dos anos 90.

Ao retomar as reflexões me dispus a colocar, com todas as hesitações possíveis e ressalvas necessárias o debate em aberto para uma comunidade do Orkut. Para ver o que dali pode advir. E também para excitar os meus pensamentos com as intervenções dos jovens e não tão jovens filósofos que ali argumentam.

Assim:

TEORIA DO AUTO-ENGANO
Há já algum tempo que tenho pensado se proponho ou não um debate sobre este tema aos colegas de comunidade, incluso aqueles que não se consideram colegas. Minha dúvida em relação a esta iniciativa tem sua base na minha completa situação de pouca fé em relação a qualidade dos debates deste tipo de comunidade.

Para evitar a lambança tradicional e aos exibicionismos argumentativos.

Partirei do princípio de que somos todos honestos quando argumentamos.

Vou usar como base para exame e discussão da teoria o trabalho de Eduardo Gianetti da Fonseca que me parece resumir adequadamente, salvo correção de vocês, tanto a teoria geral do auto-engano quanto as implicações da sua admissão. Pelo menos assim me parece.

A questão inicial para mim é: Quais as implicações de uma refutação ou comprovação desta teoria?

Quem vai começar a argumentar contra ou a favor disso?

OBs. Peço desculpas de antemão se minha apresentação não é a mais adequada, e com isso aceito propostas melhores.

ORELHA DO LIVRO
Estarei usando a versão do Pocket Book da Companhia de Bolso, edição 2009.

Nesta edição o resumo que vou usar agora está na contracapa. (Poderemos, depois de avançarmos um pouco mais, providenciar um resumo mais técnico.)

Cito:

"Mentimos para nós mesmos o tempo todo: adiantamos o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, lembramos e esquecemos de acordo com nossas convicções. Para o nosso bem ou nossa ruína, o auto-engano permeia grande parte das opções e julgamentos que fazemos. Corrente também no plano biológico - um vírus altera a própria estrutura química para iludir o sistema imunológico -, esse fenômeno se baseia na capacidade que temos de acreditar que somos aquilo que não somos. O economista Eduardo Gianetti faz, aqui, uma reflexão profunda e original sobre a necessidade que tem o ser humano de iludir a si mesmo, bem como sobre as implicações éticas dessa tendência na vida pública e na vida pessoal."

SIC...

Um comentário:

  1. As falsificações realizadas são auto-enganadoras e formadas como mitos pessoais. No sujeito, isso ocorre geralmente desde a infância, em busca de escapar das emoções difíceis em vez de enfrentá-las, ou seja, na linguagem de Bion esse
    processo está intimamente ligado ao da evasão do conhecimento das verdades. Conseqüentemente, afeta a função do pensar.
    Sabe-se que tudo isso ocorre no plano do inconsciente, por isso configura uma
    falsificação da verdade, diferente do conceito de mentira, porque na mentira predomina uma deliberação consciente ou pré-consciente.
    Regina Porto

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