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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

1999-2009: DEZ ANOS DA BATALHA DE SEATTLE - A PRIMEIRA GUERRA DOS BLOGUES

Vou citar aqui um texto integral.

Depois comentar com uma outra postagem.

Explicando porque nós da esquerda temos uma certa predilecção pelos blogues.

Eles são, de certa forma, incensuráveis. Respeite a etiqueta da net que tudo correrá bem.

Pelo menos assim parece.

30/11/2009 - 17:23

O blogueiro de Seattle

Por Leo V

Do Estadão

Seattle: uma década de ativismo 2.0

por
Filipe Serrano

Existiu uma época – sem YouTube, Flickr, Wikipédia, blogs ou qualquer ferramenta de autopublicação – em que colocar seu relato na internet era muito mais um ato de protesto do que qualquer outra coisa. Uma época em que se buscava uma nova forma de comunicação, mais livre de intermediários.

Toda a ideia de jornalismo cidadão, que inspirou o desenvolvimento de plataformas de publicação na web, tomou forma há 10 anos, em 30 de novembro de 1999, durante os protestos em Seattle contra a reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC – ou WTO, na sigla em inglês), que daria início à rodada do milênio, para negociar maior abertura do comércio mundial.

Ao menos 40 mil pessoas, entre elas ativistas, membros de ONGs, sindicalistas, ambientalistas e anarquistas, reunidos sob uma organização descentralizada chamada de Direct Action Network (DAN), tomaram as ruas do centro de Seattle e furaram o bloqueio em torno do local onde a reunião acontecia. A manifestação ficou conhecida como N30 ou a Batalha de Seattle.

Foi lá, durante os protestos, que os participantes começaram a usar as tecnologias para mostrar o que estava acontecendo nas manifestações – não só para se organizar, mas para interagir com ativistas de todo o mundo que não estavam lá. Eles usavam uma improvisada rede de comunicação, com celulares, rádios, notebooks e modems conectados à web, para publicar imagens e relatos sobre os protestos.

“Seattle foi a primeira grande explosão de protestos por uma justiça global. E juntou muitas pessoas de diversos movimentos, com diferentes ideias do que era necessário mudar no mundo”, diz Margaret Levi, professora do departamento de ciência política da Universidade de Washington e responsável por um projeto de resgatar a história dos protestos em Seattle.

Entre os envolvidos, surgia o coletivo Indymedia, um grupo de ativistas que se reuniu para fazer uma cobertura jornalística alternativa dos protestos em Seattle. No Brasil é conhecido como Centro de Mídia Independente (CMI).

Para cobrir os protestos de junho de 1999, durante o encontro do G8, em Colônia, na Alemanha, o embrião do Indymedia usou uma ferramenta de publicação, um tipo de blog coletivo, criado alguns meses antes por um grupo da Austrália.

Desenvolvido para ser um mecanismo que desse voz a cada manifestante presente nos protestos, o site permitia já naquela época uma cobertura em tempo real da manifestação em Seattle, em texto, áudio e vídeos. Cinco documentários ainda foram produzidos pelo Centro de Mídia Independente de Seattle.

“As pessoas tiravam fotos, colocavam depoimentos, publicavam sua opinião sobre que estava sendo discutido, no caso, na rodada do milênio da OMC”, diz Pablo Ortellado, um dos fundadores do CMI no Brasil, criado quatro meses depois de Seattle. “Muitos grupos dos EUA se interessaram pela ferramenta do Indymedia. Mas, como era aberta, ela era muito mais usada pelos manifestantes individuais do que por revistas e veículos alternativos”, continua.

O site do Indymedia teve mais de 1 milhão de acessos durante o lançamento, no N30, o que sobrecarregou os servidores. “Foi aí que incorporamos a autopublicação como essência do site. Do ponto de vista da web 2.0, era um projeto totalmente radical. Se você for ver, os blogs foram continuação disso. Não é a toa que o YouTube, o Twitter, o Craiglist saíram de desenvolvedores que fizeram parte do Indymedia. O Twitter foi criado para ser usado em manifestações”, diz Ortellado.

Hoje o YouTube faz campanhas por vídeos que defendam a liberdade de expressão no mundo todo; o Twitter serve como troca de informações durante os protestos no Irã; blogueiros palestinos relatam abusos, entre outros exemplos que têm ocorrido nos últimos anos.

Há muitas críticas à incorporação das ideias do Indymedia por sites comerciais, principalmente quanto à privacidade dos usuários, às limitações impostas e à necessidade de gerar lucro e publicidade.

De qualquer maneira, a partir do Indymedia e de Seattle, surgiram muitos outros projetos que procuram dar voz na internet a grupos de pessoas que antes não tinham como expressar suas opiniões ou relatar o que veem e vivem em suas comunidades.

“A tecnologia foi importante para planejar os processos e para trocar informações depois dos protestos. Muito mudou nestes 10 anos. Ainda vejo muitas demonstrações políticas, mas elas são feitas de outra forma. Vemos que há grupos menores, mais comprometidos, não só se mobilizando em protestos, mas realmente trabalhando para mudar o mundo”, diz a professora Margaret Levi.

PS: Texto citado integralmente também no Blog do Nassiff. Faço questão de citá-lo aqui porque lá ele parece se perder nos espaço.

Boa Luta

domingo, 15 de novembro de 2009

1889-2009: 120 ANOS DE PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

E quanto de democracia neste tempo todo? Pouco, muito pouco.

Em 120 anos eu conto apenas os últimos 20 anos.

Tá legal, se você quiser acrescente de 1945 a 1960.

Isto é são 20 anos mais 15 anos.

No total 35 anos de 120 anos de República com democracia.

Porque antes de 1945 não era bem uma democracia não.

Era aquele negócio de Café com Leite e um monte de restrições à democracia plena.

Lembre-se dos livros de história, da política do encilhamento, do voto a cabresto, do cavalo do comissário (como disse o Olívio em 1998), das fraudes eleitorais e do delegado fiscalizando a escolha do seu avô.

Mas lembre-se também que muitos não votavam e não eram eleitores.

Lembre-se que as mulheres não votavam até 1934.

Isto talvez explique porque tem tanto partido de aluguel ainda.

E também porque não há aquela nitidez programática e ideológica na democracia brasileira.

Viva a república ( coisa pública) e uma democracia a ser construída....

sábado, 14 de novembro de 2009

PEQUENA NOTA SOBRE TROTSKISMO HOJE

Para quem leu meu último artigo aqui sobre o Muro de Berlim, notas sobre a China em 1989, as eleições no Brasil de 1989, coloco o problema do trotskismo que me fascina e que parece uma contradição em termos:

- como compatibilizar uma ditadura do proletariado com um regime com princípios democráticos?

ou seja, como criar uma democracia que não permita retrocessos?

Como criar um sistema político que avance para a socialização dos meios de produção?

Por fim, tem muita gente cantando o socialismo por aí que não se colocou jamais este problema.

Tem alguns que se dizem até comunistas, mas que seguem a máxima do capitalismo: acumulação de riqueza combinada com acumulação de poder.

Boa Luta....

1989-2009: SOBRE OS 20 ANOS DA QUEDA DO MURO DE BERLIM - OS OUTROS MUROS E DESAFIOS

MEMÓRIA PESSOAL

Em 1989 eu tinha 24 anos apenas. Estava cursando meu primeiro ano de filosofia na UFRGS, após ter sido aprovado no vestibular e retomava, aos poucos, uma militância estudantil, que havia sido interrompida em 1986. Foi um ano extraordinário para a história, a política e, também, para a minha vida pessoal. Residia em Porto Alegre no bairro Bom Fim, na rua João Telles, e trabalhava na Cooperativa Ecológica Coolméia. Lembro que iniciei o ano num clima de grande expectativa e otimismo e, praticamente, o ano acabou com duas cenas inesquecíveis para mim.

Na primeira cena o preâmbulo é o seguinte: eu voltava para Porto Alegre ao final do dia do segundo turno, num ônibus pinga-pinga da Central, com mais cinco pessoas - fora o motorista e o cobrador - após ter trabalhado o dia inteiro na seção 140, onde voto, como mesário, com alta expectativa de uma vitória de Lula. Naquele dia - lembro bem - coloquei uma calça branca e uma camisa vermelha. Não precisava dizer mais nada.

Viajei no centralão escutando um rádio no fone de ouvido e acompanhando a apuração da eleição. Creio que eram umas 23:11 quando entendi que não tinha mais volta, havíamos perdido a eleição para o Caçador de Marajas da rede Globo e da elite brasileira. Ao chegar em Porto Alegre caminhei com minha mochila verde às costas, no trote, até o Bom Fim e eis a cena: entrei na Lancheria do Parque )ali na Oswaldo Aranha) e já na porta vi a cena mais desoladora que já vi em minha vida: todos os presentes com o olhar baixo, cabisbaixos, muitos chorando e nenhum sorriso nos rostos do garçom ( véio Gerson, Adilar e outros) e até o mais acanhado transeunte chapado tinha tristeza no caminhar e vagar. Era uma desolação total.

Neste dia eu entendi que a esperança que nós tinhamos era gigantesca e extraordinária. Havia feito campanha, mas só vi a medida da nossa empolgação, no dia da derrota definitiva. Até hoje quando entro na sede do PT de São Leopoldo e vejo aquele quadro do Luis Brasil de 1989 - que apoia LULA, que está lá na parede dando testemunho real daquela campanha, lembro de quão grandiosa e generosa foi a doação de todos para aquela campanha.

Também foi 1989, portanto, o ano da primeira eleição para presidente da república após a ditadura militar e, bem entendido, após a eleição de Jânio Quadros, o parlamentarismo com Tancredo e outros, a campanha da Legalidade liderada pelo Brizola, a posse de Jango, o plebiscito e o golpe militar que deu posse aos presidentes militares no Brasil por 20 anos e que embananou a democracia brasileira com Sarney, Roberto Marinho, Antonio Carlos Magalhães, Paulo Maluf e outras criaturas que ainda estão aí seja por seus herdeiros e sombras seja pelas circunstãncias.

Na segunda cena vi aquele Chinês dançando em frente aos tanques na Praça da Paz Celestial naquele protesto por liberdade na China. O que me chamou a atenção não foi a dança, mas o impeto e as respostas sucessivas de quem manobrava o tanque. Todos hoje sabem que a maioria daqueles jovens que protestaram lá foram mortos e que os líderes que, de alguma forma, sobrevivem passam sistematicamente por maus bocados. Toda vez que olho para a China lembro disto e do fato de que lá a Revolução - que não é nenhum pouco questionada no ocidente combina capitalismo com trabalho escravo e coletivismo. Para nós é inimaginável o que lá ocorre hoje. Nauqele momento eu também tinha uma esperança grandiosa. Imagine que eu supunha que haveria alguma forma de revolução mundial por acontecer. Era pura ilusão, nem a leição de Lula se deu e nem o sistema soviético e o sistema chinês sofreram as transformações fundamentais para um processo global. Tudo ao contrário, as coisas ficaram piores pra quem tinha esperança na revolução. E os conservadores surfaram com muita liberdade sobre a história.


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A minha lembrança mais importante da queda do muro de Berlim foi uma ironia desta história. O fato de que o Muro caiu justamente após a grande pressão das pessoas que já saiam dos países da cortina de ferro pelas fronteira com a Polônia e outros países e que na Alemanha o muro continuava ironicamente de pé.

A derrubada do muro, alguns chamam de queda outros chamam de abertura, se deveu simplesmente a uma intensa disposição das pessoas de atravessarem fronteiras, de ultrapassarem diferenças. Penso que esta é uma grande marca do final do século XX. O muro é derrubado em meio a isto. Quando você faz uma pesquisa para ver o que acontecia na literatura, na música e na política da época você descobre coisas interessantes que contrariam a tentativa de alguns analistas de dizer que as posições de esquerda sucumbiam com a queda do muro. Ao contrário, hoje percebo que apesar da esquerda mundial não ter uma grande ideologia pronta para dizer o que fazer, ela já aponta o que não fazer por antagonismo justamente ao receituário neoliberal.

Uma prova disto é que nestes vinte anos, de 1989 a 2009, só no continente latino americano e americano vivemos um processo de esquerdização dos governos nacionais e de ruptura em diversos parãmetros tradicionais de conflito. Foi em Seattle, em 1999, que o movimento anti-globalização e contra o capitalismo promoveu o primeiro grande ato de massa contra os poderosos do planeta. Este movimento desagua em diversos outros atos de luta pelo planeta e vem a dar a luz ao FÓRUM SOCIAL MUNDIAL. Eu gosto de colocar estas duas coisas juntas:

1. o FÓRUM SOCIAL MUNDIAL em Porto Alegre em 2001 - como palco de construção de alternativas e polarização ao neoliberalismo, ao mercado especulativo (vide TAXA TOBIN da ATTAC) e ao capitalismo que se concentravam e se reuniam em DAVOS na Suíça, através de associações liberais do mundo inteiro, grandes empresas, grandes governantes de direita e centro, e diversas atrações do Show Business;

2. a CONQUISTA DOS GOVERNOS NA AMÉRICA DO SUL PELA ESQUERDA, a partir de 1999, começando com Hugo Chaves, inclusive, e passando por LULA em 2002 no Brasil e chegando ao ponto de hoje haver apenas um governo de direita no continente, justamente na Bolivia onde Che Guevara morreu nos anos 60 em plena guerrilha pela libertação do colonialismo tardio e do imperialismo americano. A esquerda tomou conta da América.

Estes dois grandes movimentos tem hoje forte alento, pois a combinação entre eles é justamente o que faz força, em especial no caso brasileiro, frente a crise da economia mundial provocada justamente pelas consequências do excesso de liberdade ao capital financeiro, especulativo e corporativo global.

Na minha visão da época a queda ou derrubada do muro de Berlim libertava os socialistas do ônus de terem que justificar um regime e sistema econômico em que a democracia não tinha vez e em que as liberdades inexistiam. E penso que para o PT - e os trotskistas em especial que fundaram o PT - a queda do muro de Berlim foi um alívio no sentido de construir uma outra opção de socialismo. Justamente aquela que compreende que o socialismo não é possível em um só país.

Assim, na minha opinião já na época era o momento de se construir o Internacionalismo de caráter Socialista com mais força ainda. Mas, infelizmente o que se seguiu foi o contrário. O que se seguiu foi a radical e profunda implementação do programa neoliberal em todos os países para além da Inglaterra, EUA, Chile e poucos outros. O neoliberalismo teve forte impeto de generalização. Aliás chegou no Brasil com fernando Collor de Melo - justamente na eleição de 1989 e governo até o fim do governo de FHC. A receita tríplice: privatizações, redução dos direitos e livre-mercado ( livre-mercado significa mais do que sem fronteiras, para eles é sem regras também, sem restrições, sem fiscalização e sem qualquer forma de coerção ou regulação estatal ou pública e etc.) foi largamente implementada.

E neste período de 1989 até pelo menos 1999 quase todas as estruturas estatais sofreram revezes, enxugamentos, demissões e precarizações. É bom lembrar que justamente após o fim do Socialismo soviético as diversas máfias russas se constituiram e tomaram conta dos espaços e das coisas nos países do antigo bloco soviético. Não há polícia e exército que faça frente ao poder do capital. Este é hoje ainda um dos maiores desafios para as democracias orientais superar a forte influências das máfias sobre os estados nacionais e serviços públicos. Com o desmantelamento das estruturas, dos partidos e das organizações sociais tradicionais do leste europeu tudo tem que ser reconstruído e mais que isto inventado. E não tem sido fácil.

Outro debate é sobre o fim da guerra fria.

PS: continuamos depois.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

TRÊS MESES SEM FUMAR - AGORA É MUITO REAL

Quase nem acredito que tenho conseguido, com certa facilidade até, me manter longe do cigarro, sem fumar, sem comprar e sem sentir falta. Sonhei uma única vez com cigarro e foi algo episódico.

Fazem três meses hoje e foi numa sexta-feira 13 de agosto que parei de fumar.

Desejo que os meus amigos e amigas que ainda fumam tomem isto como um estímulo para parar.

Mais nada para dizer sobre isto. Fica só o registro.

MERITOCRACIA, PSDB E FHC - RESPOSTA DOS EDUCADORES DA UNICAMP

No momento em que discutimos o tema da Uniban ( da aluna expulsa por se vestir de certa forma e provocar a ira dos conservadores) , discutimos o tema da meritocracia, a Unicamp responde ao ex-ministro da Educação de FHC porque a culpa da baixa ou discutível qualidade da educação não se deve às universidades públicas....para conhecimento, debate e posicionamento dos camaradas. Do Blog do Luis Nassiff...







A Unicamp responde a Paulo Renato


Por Luiz Carlos

DIREITO DE RESPOSTA

Ao tentar defender a política meritocrática repaginada pela Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, o Sr. Secretário da Educação Paulo Renato Souza atribui grande responsabilidade pelos problemas da escola aos professores e à sua formação, apontando as Faculdades de Educação, e nominalmente a Unicamp e Usp, pelos males da Educação do Estado de São Paulo.

Afirma o Sr. Secretário que a formação nesses cursos é muito teórica e ideológica, em que se defende a ausência de método e não se provê o professor de técnicas adequadas de ensino.

Não ingenuamente, o Sr. Secretário de Educação faz parecer que universidades públicas e privadas funcionam a partir dos mesmos princípios e condições, com os mesmos propósitos e a mesma qualidade, o que nem de longe corresponde à realidade.

Induz também a pensarmos que são as instituições públicas que formam a maioria dos professores do Estado, o que também não corresponde à realidade. No Estado de São Paulo, infelizmente, as universidades públicas paulistas são responsáveis por apenas 25% das vagas universitárias, contra 75% das privadas.

Vale dizer que essa discrepância não parte de uma opção das universidades públicas, mas foi produzida, nos últimos 15 anos, pela própria política de encolhimento do setor público e ampliação do setor privado que ele, então Ministro da Educação, ajudou a implementar.

Soa estranho, então, que a responsabilização pela suposta má formação dos professores recaia exatamente no setor minoritário, em termos numéricos, quanto à formação de professores.

Pior fica perceber que o ex-Ministro e atual Secretário de Educação do Estado desconhece os projetos e currículos dos cursos de pedagogia da Unicamp e Usp, pelos quais o Estado é responsável.

No caso do curso de Pedagogia da Unicamp, há mais de uma década temos defendido e trabalhado, como princípios norteadores de nosso currículo, a formação teórica sólida (da qual certamente não abrimos mão, já que formamos educadores e não técnicos), a pesquisa como eixo de formação, a unidade teoria-prática, sendo o nosso compromisso, como universidade pública, com a educação pública de qualidade para todos. Em nossa última reforma curricular, foi exatamente nas atividades de pesquisa e prática, e no estágio supervisionado, que logramos ampliar nossa carga horária e nossas experiências de formação.

Nada na nossa organização curricular e nos nossos planos de ensino aponta para a defesa do espontaneísmo e ausência de pesquisa sobre a prática, como afirma nosso secretário. Equivoca-se o Sr. Secretário ao confundir autonomia do professor, como intelectual que reflete sobre a própria prática e toma decisões, com ausência de método. Nossa ênfase na formação continuada a partir dos projetos pedagógicos das escolas, como trabalho coletivo, reforçam essa diferença.

Se pensar criticamente a realidade, conhecer os problemas do nosso país, dos nossos alunos concretos, dos nossos professores concretos, é visto pelo Sr. Secretário como “viés ideológico”, o que dizer da assunção de uma meritocracia cruel e desumana, que se assenta de forma alienada sobre as profundas desigualdades que marcam o nosso Estado e o nosso país, escamoteando e ocultando suas verdadeiras causas por meio do discurso falacioso da meritocracia? Não haverá também aí viés ideológico, e a questão não estaria na opção que fazermos, de nossa parte, por defender uma educação de qualidade para todos, e da parte do Governo do Estado, em manter a desigualdade entre a educação para o povo e a educação para as elites? Ou pretende o Sr. Secretário zombar da inteligência do leitor, querendo fazer crer que a política por ele desenvolvida é neutra, imparcial, desprovida de ideologia?

Apenas para ilustrar nosso compromisso e vínculo com a realidade e o cotidiano escolar, e a relevância do trabalho que realizamos, segundo dados fornecidos pela Assessoria de Imprensa da Unicamp, a pesquisa realizada nesta Universidade mais consultada neste ano de 2009 é da Faculdade de Educação e, talvez para surpresa do Sr. Secretário, trata de uma questão pungente da sala de aula: o ensino de matemática. Esse é apenas um exemplo dos estudos que realizamos e nossa produção aponta a intensidade do vínculo que estabelecemos com a escola pública, nas nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Além disso, o Sr. Secretário desconhece que o curso de Pedagogia da Unicamp foi reconhecido, durante os últimos anos, como um dos melhores do país.

Quanto à forma como encaramos a relação público-privado, vale salientar que, em muitos países em que dizemos nos espelhar, a educação pública de qualidade é um direito da população, as condições de trabalho e salário docente são garantidas sem a necessidade do apelo à alegoria do discurso meritocrático, e a maioria das vagas universitárias são públicas (como nos Estados Unidos e na nossa vizinha Argentina). E, para informação do Sr. Secretário, a verba pública não é do governo nem do setor econômico; provém dos muitos impostos que nós, trabalhadores paulistas, brasileiros, pagamos, com o suor de nosso trabalho. A educação de qualidade, portanto, é nosso direito e obrigação do Estado.

Congregação dos professores da Faculdade de Educação da UNICAMP

PS.: CADA VEZ QUE LEIO UMA INTERVENÇÃO COM ESTE NIVEL DE QUALIDADE ME BAFEJA A ESPERANÇA DE QUE NEM TUDO ESTÁ PERDIDO.

BOA LUTA....

terça-feira, 10 de novembro de 2009

SEJAM FORTES COMO O CARVALHO - PARA OS PROFESSORES E PROFESSORAS

Seja forte...

Como o carvalho...

Todas as vezes que nos deparamos com problemas em nossa vida, observamos o quanto somos frágeis. As alegrias se vão e só fica a verdade de que somos impotentes para lidar com adversidades que surgem no decorrer de nossa existência.

Deus nos deixa lições interessantes em sua criação para nos mostrar o contrário, que o homem foi criado forte e que essa força é sempre adquirida e absorvida dessas situações adversas. Você conhece uma árvore chamada CARVALHO?

Pois é, essa árvore é usada pelos botânicos e geólogos como um medidor de catástrofes naturais do ambiente. Quando querem saber o índice de temporais e tempestades ocorridas numa determinada floresta, eles observam logo o carvalho (existindo no local, é claro), que naturalmente é a árvore que mais absorve as conseqüências de temporais.

Quanto mais temporais e tempestades o carvalho enfrenta, mais forte ele fica! Suas raízes naturalmente se aprofundam mais na terra e seu caule se torna mais robusto, sendo impossível uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo! Mas não pense que os cientistas precisam fazer essas análises todas para saber isso! Basta apenas eles olharem para o carvalho. Por absorver as conseqüências das tempestades, a robusta árvore assume uma aparência disforme, como se realmente tivesse feito muita força. Muitas vezes uma aparência triste!

Cada tempestade para um carvalho é mais um desafio a ser vencido e não uma ameaça! Numa grande tempestade, muitas árvores são arrancadas, mas o carvalho permanece firme!

Assim somos nós.

Devemos tirar proveito das situações contrárias à nossa vida e ficar mais fortes! Um pouco marcados. Muitas vezes com aparência abatida, mas fortes!!!

Com raízes bem firmes e profundas na terra! Podemos, com isso, compreender o que o nosso PAI maravilhoso quis nos ensinar, quando disse que podemos todas as coisas naquele que nos fortalece.

E também a confiança do rei Davi quando cantou:

_"Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte eu não temerei mal algum, porque TÚ estás comigo..."

PS.: Recebi isto de um amigo uma vez. Penso que é um bom momento.

EDUCAÇÃO E PROJETO YEDA - CARTA DO COMPANHEIRO NEI SENA

CAMARADAS
>
>
>
> Elles tentam nos
> engabelar com uma falsa cantilena. Querendo nos fazer de
> bobos.
>
> Vou tentar levantar
> alguns pontos preliminares, para que possamos nos subsidiar.
> Sendo que a Direção, segunda-feira, pela manhã, vai
> tentar saber mais sobre a tal "proposta da Yeda" e
> fazer uma analise mais apurada. Já que a tal
> "proposta" se sabe só através da midia.
>
> Vejamos:
>
> 1) Está marcado para o dia 11/11, audiência com o
> secretário de deseducação, que anda reunindo-se
> diariamente com a agenda 2020.
>
> 2) Estoura novos escândalos de corrupção do governo que
> ficou encoberto pela "noticia de reajuste".
> Portanto a corrupção do governo e seus aliados continua.
>
> 3)Estão tentando trabalhar a imagem positiva da
> governadora corrupta.
>
> 4)O governo envou a Assembléia Legislativa projetos de
> leis que reajusta o salário do judiciário, ministério
> público, tce, assembléia legislativa, altos salários etc.
> Portanto dá o filê aos altos salários e joga o osso aos
> demais servidores, Educadores, policiais etc, para ser
> disputado
>
> 5)O governo tenta enrolar, com o apoio midiatico, da agenda
> 2020, parlamentares de sua base(PSDB, PMDB, PP, PPS,
> PTB, e dois deputados do PDT) apresentando a
> "nova proposta" como a rendenção da lavoura.
>
> Não há nada de novo, ou seja, mantém
> o PL 284/2008. Simplesmente transforma o teto de R$950,00
> para R$1.500,00,, para 40h/semanais.
>
> 6)Institui o Plano de Desenvolvimento Instituicional(PDI),
> aos moldes de Minas Gerais. Implantando a meritocracia, com
> contrato de gestão(lembras do que aconteceu no governo
> Rigotto,em São Luiz Gonzaga e Soledade?), Tendo como
> gratificação a possiblidade de um 14º salário, cumprindo
> metas e se o Estado tiver condições financeiras. Cria novo
> plano de carreira. Os que continuarem no atual plano de
> carreira, ficam num plano em extinção com os salários
> congelado e os que optarem pelo novo plano de carreira,
> terão achatamento salarial, com quebra de isonomia e
> paridade.
>
> 7) Ainda podemos captar na imprensa aliada da Yeda, que
> irão alterar a Constituição Estadual e o Estatuto dos
> Servidores Públicos. CUIDADO.
>
> 8)IMPORTANTE RELEMBRAR:
>
> a) Em Minas Gerais: foi implantado a meritocracia, os
> aposentados perderam a paridade, ninguém recebeu
> integralmente o 14º salário. Tem-se noticia que o máximo
> que conseguiram foi 30% do valor do mesmo.
>
> Quem tiver duas avaliações negativas
> consecutivas ou três intercaladas são DEMITIDOS.
>
> Mais de 200 diretores de escolas, que
> não cumpriram as metas, foram DEMITIDOS.(Resgate a SINETA
> ESPECIAL que foi publicada no 1º semestre, com o texto do
> Sociologo Rudá Ricci, que muito bem relata a situação
> mineira).
>
> b)São Paulo: com a implantação deste modelo mais de 100
> mil Educadores foram DEMITIDOS. A os serviços de merenda,
> limpeza etc está terceirizado, Grande número de escolas
> municipalizadas. Muitas destas, pelos municipios não poder
> arcar com a demanda foram fechadas.
>
> Há cerca de duas semanas foi aprovado ,
> em São Paulo, pela maioria da Assembléia Legislativa, PL
> que cria 5 faixas salariais, que poderá atingir cerca de
> 20% da categoria, com reajuste de 25%, DESDE QUE O
> ESTADO TENHA RECURSOS FIANANCEIROS, segundo palavras do
> próprio secretario de educação de SP, o ex-ministro de
> educação de FHC, Paulo Renato.
>
> TEMOS DE FICAR EM ALERTA ABSOLUTO,
> MOBILIZADOS E ATUANDO.
>
> Sugerimos que os NÚCLEOS realizem
> reuniões ampliadas, ainda, neste final de semana, busquem
> inclusive os aposentado, Crie a Comissão de Mobilização,
> para já, segunda, pela manhã, passar nas escolas
> esclarecendo os Educadores.
>
> Realizem analise e discussão nas
> escolas, esclareçe os Educadores, os alunos, pais e
> comunidade sobre o risco que a Educação Pública está
> correndo e sobre a corrupção que campeia pelo RS.
>
> Que a Comissão pressione os(as)
> parlamentares da base do governo Yeda(PSDB, PMDB, PP, PPS,
> PTB e os dois do PDT), no corpo a corpo no final de semana
> ou enviando e-mails, telefonemas etc.
>
> NÃO IR ATRÁS DO QUE DIZ A RBS, CORREIO
> DO POVO etc, póis são porta-vozes da Yeda.
>
> Vamos preparar a Assembléia Regional
>
> DIA 20 DE NOVEMBRO, ÀS 13H e
> 30 MIN., GIGANTINHO, POA, ASSEMBLÉIA GERAL.
>
> A Direção estará enviando aos
> núcleos DOCUMENTO, nas próximas horas.
>
> Mantenha-se informado acessando o portal
> do CPERS/SINDICATO: www.cpers.com.br ou
> procurando o seu Núcleo.
>
>
>
> AGORA É ALERTA ABSOLUTA COM
> MOBILIZAÇÃO JÁ.
>
>
>
> FORA YEDA
>
>
>
> Nei Sena
>

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

NOTA DO CPERS SOBRE O PROJETO DE YEDA

No dia 5 de novembro a governadora Yeda Crusius
anunciou, pela imprensa, que irá encaminhar proje-
tos à Assembléia Legislativa com propostas de modi-
ficações nas carreiras e na forma de remuneração
dos servidores públicos.

Os projetos não foram apresentados ao CPERS/Sin-
dicato, num claro desrespeito à nossa entidade. Mas
as informações divulgadas nos meios de comuni-
cação através de manifestações da governadora e de
secretários de estado indicam que:

1 -O governo pretende instituir o valor de R$
1.500,00 como remuneração mínima e não como
básico do nosso Plano de Carreira;

2 -Yeda também deseja estabelecer a remunera-
ção por mérito, através de mecanismos de avalia-
ção e cumprimento de metas de gestão, como se
a escola fosse uma empresa;

3 - O governo condicionará futuros reajustes ao
superátiv na arrecadação do estado;

4 - A proposta também deixa clara a intenção do
governo de simplesmente excluir os aposentados
de qualquer possibilidade de reajustar seus
vencimentos.

Ao contrário do anunciado, os projetos do governo
não concedem qualquer reajuste salarial e tem como
única finalidade mascarar o desmonte das carreiras
da categoria;

O governo mais uma vez tenta enganar os trabalha-
dores em educação e a sociedade. Pretende acabar
com as carreiras dos educadores criando para isso
um abono salarial, pois não reajusta o vencimento
básico das classes e dos níveis.

Ao propor a remuneração através da meritocracia,
ignora a falta de estrutura e de investimentos na
educação, o sucateamento das escolas e as enormes
desigualdades, sociais e econômicas, existentes
entre as diferentes regiões e mesmo entre municí-
pios. Com este mecanismo, apenas alguns poderiam
receber o dito “14º salário”, sem contar que os apo-
sentados estariam fora.

O CPERS/Sindicato repudia qualquer iniciativa que
invista contra os planos de carreira e também que
exclua os aposentados, bem como propostas que
discrimine algum trabalhador em educação.

Portanto, o CPERS/Sindicato denuncia a propaganda
enganosa do governo ao anunciar que esta criando
uma nova e vantajosa matriz salarial para o
magistério e também o método golpista de tratar a
categoria, pois anuncia medidas que trarão duras
conseqüências para todos, poucos dias antes da
audiência marcada com a direção do sindicato.

Na realidade, Yeda aumenta as distorções salariais,
pois enquanto ataca os trabalhadores em educação,
arrochando os salários, concede substanciais au-
mentos para os que estão no topo da pirâmide,
como delegados, coronéis, Tribunal de Contas,
procuradores, secretários e até mesmo o seu pró-
prio salário.

Por estas razões, convocamos todos para, uma vez
mais, se mobilizar na defesa dos nossos direitos, exi-
gindo a implantação imediata do Piso Salarial Nacio-
nal como básico do nosso Plano de Carreira, rejei-
tando a proposta do governo e exigindo reajustes
que recomponham as perdas salariais para todos os
trabalhadores em educação do Rio Grande do Sul,
pois os professores e os funcionários de escola vivem
o mais brutal arrocho dos últimos anos.

Por estas razões, convocamos todos para, uma
vez mais, se mobilizar na defesa dos nossos
direitos, exigindo a implantação imediata do
Piso Salarial Nacional como básico do nosso
Plano de Carreira, rejeitando a proposta do
governo e exigindo reajustes que recompo-
nham as perdas salariais para todos os traba-
lhadores em educação do Rio Grande do Sul,
pois os professores e os funcionários de escola
vivem o mais brutal arrocho dos últimos anos.

NOTA DA DIREÇÃO
DO CPERS/SINDICATO

LIDERANÇA TRIBAL

Encontrei uma resenha na revista ÉPOCA/NEGÓCIOS de julho de 2008 que me chamou a atenção para vários insights que já estão de certa forma presentes no texto lá atras sobre crenças, ferramentas e ambiente. Vou citar o texto integral:

"Respeite as tribos de sua empresa
Grupos informais são mais poderosos do que se pensa e podem levar líderes ao fracasso

Por Época Negócios

Sabe aqueles grupinhos de funcionários que se reúnem em torno da máquina de café ou que sempre almoçam juntos? Eles são uma das forças mais poderosas dentro das empresas. É o que afirma o livro recém-lançado Tribal Leadership: Leveraging Natural Groups to Build a Thriving Organization ("Liderança tribal: alavancando grupos naturais para construir uma organização próspera"). Como sugere o título, são "tribos" que se formam naturalmente dentro das organizações, independentemente da vontade da cúpula da empresa. Algumas dessas tribos favorecem o sucesso do negócio, outras são um estorvo aos desígnios das chefias.

Há basicamente cinco tipos de tribos, de acordo com os autores, os consultores americanos Dave Logan, John King e Halee Fischer-Wright. Para identificá-las, basta prestar atenção à maneira como seus integrantes se manifestam a respeito do trabalho, de seus colegas e da vida. Na pesquisa, que envolveu 24 mil funcionários de grandes empresas americanas, despontaram as seguintes tribos:

Hostis - Formadas por funcionários que gostam de manifestar seu pessimismo no ambiente de trabalho e que resistem a qualquer iniciativa da chefia. "Essa vida é uma droga" está entre suas frases favoritas.

Desmotivadas - São as tribos dos desligados e apáticos. Ficam felizes com a própria falta de empenho, ao mesmo tempo em que reclamam de que não são ouvidos pela cúpula da empresa. Se pudessem escolher, não seriam responsáveis por coisa alguma.

Autocentradas - São as tribos compostas por funcionários egocêntricos. Gostam de competir individualmente e resistem a qualquer tipo de colaboração. "Sou melhor do que meus colegas", acreditam.

Colaborativas - Os que delas participam gostam de colaborar e dividir conhecimento. São tribos competitivas, mas sempre com o espírito bélico voltado a outras companhias. "Nós somos grandes, eles não" é a sua crença.

Desbravadoras - São as mais raras. Seus membros exalam entusiasmo juvenil pelo que fazem e se dedicam a criar, freqüentemente com sucesso, coisas nunca antes sonhadas. "A vida é boa" poderia ser o seu lema.

Um novo CEO terá mais chance de sucesso se tiver sido antes um líder tribal na empresa
No livro, esses cinco tipos de tribo são descritos como estágios. No nível mais baixo estão as hostis e no cume, as desbravadoras. Um líder bem-sucedido é aquele que consegue fazer com que as tribos prejudiciais à empresa assumam uma atitude positiva para o negócio e ascendam nessa escala. É inútil buscar o impossível. Em vez de querer que funcionários desmotivados transformem-se rapidamente em grandes espíritos empreendedores, é melhor se esforçar para que atinjam o estágio imediatamente à frente - no caso, a tribo dos autocentrados. Os autores recomendam aos líderes que se aproximem dos funcionários que mostrem enfado com sua tribo e revelem sinais de que podem dar um passo adiante. Devem usar frases de estímulo, como "penso que você tem potencial para liderar".

Um novo CEO ou um novo líder de departamento têm poucas chances de sucesso se não forem, também, líderes tribais, diz Tribal Leadership. Caso sejam, viram ímãs de talentos quando assumem uma liderança formal dentro da companhia. "As pessoas ficam tão ávidas para trabalhar com eles que aceitariam redução de salário se isso fosse necessário", afirmam os consultores. Da mesma forma, a reestruturação de uma empresa invariavelmente fracassa se não contar com a aprovação dessas lideranças informais e de suas tribos."

Veja neste link: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI23026-16366,00-RESPEITE+AS+TRIBOS+DE+SUA+EMPRESA.html

Bem é o que deu para arranjar de momento. Veja e se interessar vá para o livro ou blog.

Esta obra já tem blog e está traduzida para o português com publicação razoavelmente acessível. É curioso que uma abordagem mais sociológica e até antropológica passe a figurar em textos e trabalhos de administração com mais desenvoltura. Penso que isto, ao contrário de um utilitarismo ou uma instrumentalisação de teorias sociais - o que aliás é frequente desde o surgimento da sociologia, pode marcar algumas mudanças de foco no sistema. Mas este já é um outro papo.

Inté mais....

Dor de Dentes

A pior dor de dentes da minha vida.

Anulou os quatro últimos dias da minha semana.

E quase ameaçou gravemente a minha abstinência do cigarro que já vai a quase três meses.

Inda bem que eu tô guentando.

Remédio, remédio e mais remédio.

Fiz a primeira refeição razoável hoje. E olha que foi só na coragem.

Fico pensando no que minha cunhada me perguntou quando falei que estava neste quadro e que a coisa era feia mesmo: Dá vontade de arrancar tudo?

Nem respondo.

Só não quero disseminar um medo de dentista aqui não, pois confesso que esta foi a minha pior experiência de todas.

Mas tudo passa....

PS.:

Tô loco para escrever sobre vários assuntos: o PED do PT em São Leopoldo, a expulsão da garota na Uniban SP, a última declaração do Caetano Veloso e o último texto do FHC, os 20 anos da queda do muro de Berlim, Liderança Tribal, o meu mais novo estagiário e Heidegger e Trotski etc...


Tinha que publicar aqui algo sobre a Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant e a cronologia da vida dele para os meus alunos.

mas não vai dar não....

fica para a próxima....

sábado, 7 de novembro de 2009

Dilma faz encontro com todos os prefeitos, vice-prefeitos, deputados e senadores do PT em Guarulhos

Dilma participa de encontro com Prefeitos e Vice-Prefeitos do PT de todo o Brasil.

Do Rio Grande do Sul foram aproximadamente 80 prefeitos e vice-prefeitos.

A direção nacional do PT, por meio da Secretaria Nacional de Assuntos Institucionais (Snai), promove na sexta (6) e no sábado (7), em Guarulhos/SP, um grande encontro de prefeitos e vice-prefeitos do partido. Este encontro também foi organizado e articulado com o apoio das Secretarias estaduais de assuntos institucionais e das direções estaduais do Partido e também com intensa participação do GT- Eleitoral que foi constituído pela direção nacional do PT em agosto deste ano. Deste Grupo de Trabalho faz parte o nosso prefeito de São Leopoldo Ary José Vanazzi.

O tema central do encontro será A atual conjuntura política, os avanços do Governo Lula e as eleições de 2010. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, participa do evento durante todo o sábado.Também participarão ministros, senadores, deputados federais e estaduais do PT, além de outras lideranças nacionais.

De acordo com Romênio Pereira, titular da Snai, todos os 560 prefeitos e os 423 vice-prefeitos petistas de todo o país foram convidados para o evento. “A Snai considera que este encontro será a grande atividade política do partido neste final de ano, paralelamente à realização do PED 2009. Por isso estamos concentrando todos os nossos esforços para levar o maior número possível de prefeitos e vices ao encontro”, afirma Pereira.

A programação do encontro terá início na noite de sexta-feira (6) e durante todo o sábado (7), quando serão debatidos temas como a atual conjuntura política, os avanços do Governo Lula e as eleições de 2010.

Sendo que no sábado ao meio-dia haverá um almoço entre a Dilma e as prefeitas e vice-prefeitas do PT de todo o Brasil cuja provável pauta será a participação da mulher na política brasileira e na gestão pública.

Veja a Programação

Dia 06 de novembro, sexta-feira

18h às 22h - encontros simultâneos - encontros regionais entre os prefeitos e vices (regiões sul, sudeste, nordeste, norte e centro oeste)
- plenária entre os/as deputados/as do PT

Dia 07 de Novembro, sábado

09h às 12h - O desafio de 2010: tática e estratégia para a vitória da esquerda na eleição Presidencial (conjuntura nacional, programa de governo e alianças).

12 horas - Almoço das Prefeitas e Vice Prefeitas com a companheira Dilma Rousseff

14h às 17 – Introdução ao debate sobre agenda e mobilização ( encontros regionais - caravanas )

17 horas - Ato de encerramento

18 horas - Confraternização - Snai

Bom debate....

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Claude Lévi-Strauss: 1908-2009

As ciências humanas e sociais perdem um dos seus maiores pensadores de todos os tempos. A ciência perde um grande revolucionário do século XX. O pai do estruturalismo em etnografia, antropologia, literatura, culinária e sociologia era um filósofo. E digo isto, com o mesmo sentido que eu diria que Hanna Arendt era uma filósofa, ainda que ela recusasse esta designação. Não haveria como não enquadrá-la neste conceito. E o mestre Claude não escapa disto também, apesar do seu grande envolvimento com a teoria e a pesquisa sociológica. Primeiro por influência de Emile Durkhein. Segundo por conta da etnografia de Marcel Mauss.

Mas ele é um Filósofo. Primeiro por ter constituído teoria original e contra-intuitiva sobre temática conhecida, explorada e convencionalmente abordada. Segundo, pelo fato de, ao contrário de muitos outros hoje, ter frequentado efetivamente um curso de filosofia, ainda que este não seja um critério excludente de que outros cientistas não possam ser filosófos. E, em terceiro lugar, por ter criado quase do nada uma grande corrente original e muito fértil de pensamento. O Estruturalismo não seria nada sem o impacto metodolóigico dos textos e dos conhecimentos desvendados por Levi-Strauss em suas pesquisas.

E, "nós" cientistas sociais brasileiros - o que inclui aí ex-presidente, Florestam Fernandes, Octavio Ianni, Paul Singer, et alii, perdemos um mestre que plantou aqui algumas das sementes fundamentais da sociologia, antropologia e filosofia brasileiras. Digo isto porque é assim que deveríamos olhar para esta passagem de Levi-Strauss. A história da influência deste cientista sobre as ciências tupiniquins e a filosofia brasileira - com o seu forte viés sociológico aliás - ainda precisa ser melhor contada e talvez esta seja a oportunidade para tal.

Se você pesquisar neste exato momento sobre isto encontrará informações ambíguas e fugazes. Claro, este é o dia e a semana em que teremos os melhores textos sobre ele. Os obituários trazem consigo esta característica revelam grandes qualidades e surpreendem os leitores porque são escritos para fazer isto mesmo. Dar destaque a algo que sempre foi passado como se fosse mais uma idéia comum na platitude das idéias dos sociólogos, filósofos e outros.

Ainda sequer interpretamos a obra deste autor de uma forma mais coletiva e pública. E é um dos outros fatos curiosos este: o fato de que, ao contrário de diversos outros paises, a sociologia ainda não é uma moeda corrente entre os cidadãos brasileiros. Se você caminhar em Paris ou em diversas cidades francesas e perguntar quem foi Claude Lévi-Strauss talvez descubra o que eu estou a querer dizer com isto.

E, posto isto, considerando que ele também estudou as características sociais e antropológicas de grupos e tribos brasileiras maior ainda é o nosso desafio. Não vou dizer nada aqui sobre isto. Qualquer texto hoje tratará disto. Dos três anos na USP recém criada. Do encontro surpreendente e espantosos - atenção na palavra - com tribos indígenas brasileiras. Algumas delas não tem mais sequer o rastro de tanta aculturação que sofreram. E é um ponto importante este: saber que a nossa civilização exterminou objetos de conhecimento deste notável antropólogo e etnógrafo.

Em sua obra Tristes Trópicos precisamos ler à contrapelo para perceber importantes anotações sobre o nosso povo e nossa cultura. E neste exato momento devem haver pelo menos uns 30 jornalistas culturais se ocupando de fazê-lo ou refazê-lo mais uma vez. Faço a aposta de que todos os cadernos culturais da próxima semana virão requentar aqui o Cru e o Cozido para servir aos curiosos leitores. Mas os bastidores parecem dizer autre chose, por exemplo, parece haver uma rejeição cultural brasileira as idéias de Lévi-Strauss. Vamos ver isto mais de perto quando começarmos a debater o que foi mesmo que ele viu em nós. Quais estruturas ele mapeou da nossa cultura originária e social.

É um bom momento para abrir as páginas de seus livros e compreender melhor a sociologia do século XX e o estruturalismo.

Descanse em paz...afinal deixaste para todos nós da humanidade uma boa obra que merece a nossa atenção.

Voi-lá...