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sábado, 12 de setembro de 2009

O IMPEACHMENT DE YEDA

A conjuntura política estadual bem parece as vezes obra de literatura fantástica. Nem Luis Borges, nem Garcia Marquez conseguiriam criar um enredo tão extraordinário quanto pantanoso quanto este que estamos a assistir e que as vezes nos leva a reagir.

Você que é leitor deste modesto blog de um modesto professor de filosofia deve ter observado que já desisti da pauta estadual a algumas semanas. Não porque ela não seja importante, mas sim porque ela ficou tão óbvia que qualquer comentarista com vergonha na cara, qualquer cidadão medianamente informado ou bem informado - o que significa ler a notícia do jornal mas não confiar na interpretação da notícia do jornal, não confiar no comentarista do jornal e não confiar na linha editorial dos jornais e da televisão dá de barato que a YEDA já era.

Apesar de permanecer sentada na cadeira número 1 do Palácio Piratini e receber apoio inconteste da imprensa oficial sul riograndense, o que inclui um conjunto de jornalões e jornalzinhos espalhados pelo estado e impressos nas maiores cidades do estado, a governadora sofre, ao meu ver, o processo mais incontestável de dissolução de seus poderes, de sua autoridade e de sua moralidade. Pare para pensar um pouco nisto.

O que ocorreu esta semana na Assembléia Legislativa, tanto o início da CPI DA CORRUPÇÃO, quanto o encaminhamento do Presidente da Assembléia para apreciação dos deputados da casa do PEDIDO DE IMPEACHMENT DA GOVERNADORA não é pouca coisa.

Se isto não coroasse duas operações da Polícia Federal, a Operação Rodin e a Operação Solidária, a primeira que apurou e investigou a fraude do DETRAN (desvio de 40 milhões) e a segunda que apurou e investigou diversos expedientes de superfaturamento da Prefeitura de Canoas (Prefeitura sob o comando do PSDB entre 2000 e 2008).

Se isto não coroasse a morte de um ex assessor da governadora afogado em um lago em Brasília, que além de ex-assessor e ex-embaixador do RS em Brasília cumpriu certamente função importante na campanha que elegeu a governadora em 2006.

Se isto não arematasse e desse acabamento a um processo de 1.200 páginas que inclui em seus autos diversas gravações e provas absolutamente incontestáveis de formação de quadrilha envolvendo diversas autoridades da administração Yeda e, aliás, também da administração do Rigotto.

Se isto não deixasse absolutamente embaraçado um Senador da República de reputação ilibada e de notório saber e poder nas plagas do Rio Grande. Este qual que sofre campanha discricionária de seus adversários impiedosos que o acusam de ter criado nova modalidade de ética - com repercussão profunda nas academias morais do RS, do Brasil e do Mundo, a saber a tal de ÉTICA GEOGRÁFICA. Como sói afirmar o Sr. Ministro da Justiça, concebe uma ÉTICA GERAL para além do Mapituba - para todo o Brasil, e uma ÉTICA ESPECIAL para o Rio Grande do Sul de todas as querências.

Se tudo isso não desse ânimo e capacidade contorcionista maior para as lideranças do PSDB de todo o Brasil defenderem seu projeto nacional de forma altiva, corajosa e completamente insidiosa contra tudo e contra todos. O que, aliás, já me faz assistior propagandas do Governo de São Paulo em canal de televisão nacional o dia inteiro como se tudo que acontece lá poderia bem acontecer no Brasil inteiro caso bem me aprouvesse e mal aprovasse ou ajuizadamente pensasse em votar naquele rapaz.

Se a governadora não mudasse o tempo todo o seu secretariado. Se tal cousa estivesse apenas passageiramente acontecendo e fosse apenas um episódio singular e não o constante e corriqueiro já muda muda de retrato, secretário e parece até de propósito - ou seria despropósito a propósito? De tal modo que o que era santo se transforma em indesejável, o que era ilibado se transforma em passado já e nada fica no seu lugar.

Bem... é bem difícil raciocinar num cenário como este, pois quando vi um homem com um machado na mão a ilustrar o editorial do certamente principal jornal de RS cujo título este probo editorial estampava: NA HORA ERRADA. Me pergunto então: na mão de quem está o relógio? quem possui o despertador da consciência? quem é confiável hoje em dia para se pedir as horas? e afinal mesmo, caro leitor, que horas são? e que hora é essa?

Lembro-me do tempo em que QUEM SABE FAZ A HORA NÃO ESPERA ACONTECER...e me coloco em berço explêndido esperando a próxima hora em que será, afinal, depois de tudo, entretanto, todavia, contudo, porém, A HORA CERTA.

Em certos momentos tenho muita dificuldade para discernir o sonho da vigília. E também tenho dificuldade para saber qual é mesmo a natureza do sonho que vivemos, ou do sono profundo que vivemos no Rio Grande do Sul. No caso de alguém souber me dizer a verdade, por favor me liga tá? e já sai dizendo de saída que horas são extinguindo esta dúvida perturbadora que tanto me achaca a consciência.

Afinal, se sei que posso estar errado, se sei que a hora é errada, então, também deveria saber quando posso estar certo e quando pode ser a hora certa.

Estes lógicos de jornal fazem uma política muito tortuosa.

- certamente...

- certamente...

Bom Domingo Gauchada....

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