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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Vanazzi Governador

VANAZZI GOVERNADOR

No próximo sábado o diretório municipal do PT de São Leopoldo promove Encontro Municipal Extraordinário. E eu vou lá tentar fazer com que o Vanazzi seja o nosso candidato a governador em 2010.

Vai ser o dia inteiro lá no auditório do Colégio São Luiz - ali na Avenida João Correia. Vamos debater as eleições de 2010, política de alianças, tática eleitoral e contrução do programa de governo, bem como, debater as três pré-candidaturas que se apresentaram ao partido para serem governadores do RS, por fim, depois de todo bate-papo e debate (como nos velhos tempos aliás) vamos eleger os delegados que vão representar os filiados de São Leopoldo no Encontro Estadual - lá em julho rapaz. Os pré-candidatos são Ary José Vanazzi, Adão Villaverde e Tarso Fernando Hertz Genro.

E eu vou muito feliz porque faz um tempão que eu ando pensando nas minhas escolhas políticas e no meu direito de escolher as coisas. Um dos problemas da ditadura militar para a gente e para aquela gente que pensava como a gente é que não tinhamos escolhas, não tinhamos opções e não podíamos sequer criticar as opções existentes. Antes que alguém fale bobagem vou lembrar que Paulo Brossard era a opção contra a ditadura para senador naquela época - toda aquela empáfia a serviço do que mesmo? A mesma figura que ajudou a defender o golpe militar que derrubou João Goulart. (veja texto anterior).

Lá no comecinho dos anos 80 quando a gente pregava um bottom com o Optei no peito e saia orgulhoso na rua eu lembro que a gente era tratado como petulante, radical e outras cositas mais. Na primeira eleição teve uma campanha pesada contra a gente: o tal de voto útil. A coisa era simples como o PT não ia ganhar mesmo vota no PMDB para derrotar o PDS ou outra coisa. Coisa mais linda aquilo. Na parte mais pesada deste processo vinha aquela chantagem desgraçada tipo que o PDS isso e o PDS aquilo. O resultado disso foi que elegeram o Waldir aqui em SL como prefeito e o resto da história todo mundo já sabe ( para quem não sabe a gente conta depois).

Em 1989 quase elegemos Lula e vcs lembram qual era a jogada contra a gente? Não dá prá eleger o Lula porque o Lula é radical e não vai respeitar as leis e coisa e tal. E também achavam a gente petulante e excessivamente corajosos - eramos perigosos pela nossa coragem e entusiasmo também.

Assim lutamos todo este tempo por um direito de escolher. Discutimos dentro do PT se o direito de tendência é legitimo. Se os militantes podem se organizar em correntes, tendências ou grupos políticos e debater nestes grupos todas as questões políticas. A idéia era simples: as pessoas se organizam por tendência em virtude de afinidades ideológicas, programáticas e de formação. O fundo do direito de tendência era respeitar as diferentes concepções e trajetórias políticas que construiram o PT de modo a fortalecê-las e, com isso, fortalecer o PT ideologicamente também. Eu sempre estive - de uma forma ou outra - dentro ou próximo de uma tendência do PT (minha formação trotskista e marxista no início dos anos 80 foi determinante nestas opções). E eu gostava e gosto muito ainda do debate ideológico. Não se trata só de socialismo - se vamos construir o socialismo com mais isso ou mais aquilo, se trata também e fundamentalmente da discussão se e como nós nos organizamos. Como tomamos decisões, como fazemos o debate para tomar decisões e como fazemos para as decisões serem implementadas politicamente. Existem várias concepções dentro do PT sobre isso. Alguns defendem que a partir do momento que a decisão é tomada ela deve ser implementada e receber a adesão de todos o famoso Centralismo Democrático. A maioria do PT defende isso, mas nem sempre cumpre isso. Em muitas escolhas do PT a gente viu as decisões e as consequências das decisões serem assumidas somente pelos vencedores.

O PT aqui no sul teve a peculiaridade de se dividir quase igualmente em dois nos últimos tempos ( aqui é a fonte de alguns problemas atuais - porque tem gente que quando perde fica esperando o momento de recolocar de novo a discussão e tentar vencer - nós da "esquerda do PT" tradicionalmente tentamos fazer isso.) E ficamos durante um bom tempo presos a uma bipolaridade ou isso ou aquilo - quase como uma chavezinha. Assim alguns petistas até aprenderam a trabalhar mais ou menos assim off ou on, dependendo de quem tava na jogada e etc. Eu penso que isso deseducou a militância e levou também a um processo em que cada vez mais as bandeiras foram substituídas pelas personalidades. A estrela pelos particulares e o programa ideológico pela expertise na filiação em massa e etc. Bem, nada disso fez a gente abandonar o PT porque mesmo assim a gente vai lá e faz o debate, vai lá e aponta o dedo pra qualquer um sem dó nem piedade. Inclusive com o direito de errar nos juízos o que é, aliás, algo só tolerado num partido realmente democrático.

Agora temos um momento singular - a despeito da pressão atmosférica imposta por alguns - estamos com duas opções novas para a candidatura a governador. Tanto o Vanazzi quanto Villaverde fogem do modelito básico da disputa dos últimos doze anos.

Tivemos um problema que antecedeu este quadro. Estavam tentando criar uma situação em que o PT do RS só tem uma opção - haveria na cabeça e na vontade de alguns um consenso sobre a melhor opção, que tava tudo resolvido e bem resolvido e que um quadro já formado por esta lógica deveria ser aceito. Este consenso seria de fácil resolução inclusive quanto a todo o resto também. Bem não combinarram com os russos antes e desse debate volta à tona algo que me parece decisivo: o PT deve ter opções e renovar estas opções, sob pena de se perder o direito de escolha.

Vanazzi representa para mim uma excelente opção para o PT retomar o governo do estado, mas não apenas isso, também para reencantar a militância do PT que precisa muito de uma nova liderança que saia do receituário tradicional do PT. O PT hoje não pode mais permanecer nesta contradição entre um PT das elites e um PT dos peões. O PT das elites dá boas respostas institucionais e sistêmicas, mas não é capaz de superar a mera dialética da conquista do poder e do embate eleitoral. O PT precisa muito revigorar-se programaticamente, não porque não tenha programa ou projeto, mas sim porque muitas vezes perdemos acúmulo em debates programáticos em virtude da absorção em afazeres institucionais. O PT do RS precisa repactuar efetivamente as suas relações com os movimentos sociais, de modo a ter compromissos concretos com a democratização da sociedade e não apenas com a formulação formal de uma democracia. Nós precisamos construir relações programáticas e reconquistar aliados perdidos, não pela mera equação do poder, mas pela equação de um programa e de propostas. E esta equação deve ser sim objeto de escolha e de decisão da militância do PT e não ser imposta, como se as contradições existentes fossem apenas de pragmática ou de grupos de interesse.

Estes dias fui abordado por um velho companheiro sobre este encontro. Ele me afirmou que era uma petulância do Vanazzi se colocar como candidato a governador contra Tarso Genro. Eu fiquei tranqüilo e respondi que a petulância vinha do outro lado ao supor que todo mundo deve aceitar alguém como unanimidade. Também considero petulância afrontar os companheiros sobre a natureza das opções, comparando as outras alternativas a um Kinder Ovo, como se não soubéssemos o que tem dentro. A gente sabe muito bem o que vem a reboque em qualquer uma das opções, mas nada é escondido. Se fosse escondido o debate não teria o bom nível que procuramos dar a ele. Bem, como disse lá atrás, não é a primeira vez que somos acusados de petulantes, das outras vezes aprendemos que foi a nossa audácia que mudou o Brasil...

Assim, para renovar o PT, reencantar a militância e conquistar o governo do estado com um programa do povo, eu voto Vanazzi.

BOA LUTA

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