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terça-feira, 16 de junho de 2009

RESPOSTA A CAIUS - EDUCAÇÃO

DEVANEIOS DE UM CAMINHANTE SOLITÁRIO

Li dois artigos relativos à educação de São Leopoldo, que despertam a minha contrariedade e curiosidade. A curiosidade é que o Caius Tibérius Graco que conheço "foi um político romano

(...) cujas iniciativas legislativas (...) causaram o caos político primeiro e violentos confrontos depois, que acabaram na sua morte." ( cito a Wikipedia)
Seja bem vindo Caius Tiberios Graco! Fez falta no período que vai até 2004, no enfrentamento ao autoritarismo e perseguição de educadores que ocorreu em momentos deste período por obra de outros inonimáveis. Talvez com a tua coragem e sacrifício o destino da educação tivesse sido outro, por força, pelo menos, dos que teriam que compreendê-lo, debatê-lo e seguí-lo, caso não houvesse outra alternativa. Porém: houve e há outra alternativa.

A gestão não passou a anti-democrática com a Professora Maria Luisa Sedrez. Talvez ela tenha corrigido somente mais algumas distorções e privilégios no EJA, que tão importante é para Caius, para Tibérius e para Graco. Ocorria que os professores concursados para 20 horas realizavam apenas 12 horas de trabalho comparecendo quatro noites à escola sendo uma noite de planejamento e discussão da qualidade, ao contrário dos demais educadores do município que cumprem as 20 horas comparecendo cinco dias à escola nos turnos da manhã ou tarde e tendo um dia de planejamento e discussão na escola. Neste sentido, a Secretária foi democrática pois equiparou a carga horária sem dar privilégios a este ou aquele segmento. Com isonomia se avançou na democratização e se vai avançar mais tanto na eleição de diretores quanto na participação do educadores na construção de políticas públicas. As distorções corrigidas em várias situações levam ao reclame, mas este não é justo.

A maioria da população e dos educadores elegeu o projeto da Frente Popular, e tem construído uma educação pública e democrática, mas também, políticas integrais em todas as áreas. Algo que não ocorria em São Leopoldo e nem iria ocorrer se dependesse da disposição arrivista (graça!), individualista ou negativista (caída) de alguns. Isso é obra da coragem desta cidade. Mesmo que tenhas uma visão tíbia (Tiberiana) ou negue de pé junto por interesse ou capricho, salta aos olhos as conquistas.

A categoria elege sua diretoria do CEPROL e decide de forma clara para interesses singulares, quem são seus representantes. Não há mais nenhuma discriminação seja por filiação partidária, seja por preferência momentânea. Esta categoria elegeu também de forma indiscutível a sua primeira vereadora, a qual tem uma trajetória notável.

Em momentos em que muitas temiam a luta, num momento em que o tacão recaia sobre os servidores ela e muitas outras educadoras e servidores fizeram um grandioso trabalho de formiguinha, ultrapassando a intolerância e a dor para construir um outro destino para esta cidade e a educação municipal. Enquanto o senhor repousava, foi travada uma das lutas mais duras que já assisti e compartilhei. Assisto agora uma liderança de classe que continua a cumprir o seu papel.

Esta caminhada não é solitária: a prova disso está nas conquistas: ampliação do EJA, ampliação da alfabetização, escola de fábrica, escola aberta, vale-refeição para todos os trabalhadores, eleição de diretores, sistema municipal de ensino, reajuste e reposição integral da inflação de forma negociada, gratificação para supervisoras escolares, melhor distribuição dos recursos às escolas, ampliação das vagas, construção e reforma de escolas e, afinal, concurso público para educadores e funcionários. Mesmo que você ouse fazer tábua rasa da consciência dos trabalhadores, mesmo que faça gosto em zerar as conquistas obtidas pelas educadoras e mesmo que queiras apresentar a sua versão e os teus interesses - o que aliás é de direito - sobre a educação municipal, é preciso reconhecer a verdade.

A participação consciente altera a realidade e promove conquistas que não são facilmente zeradas ou anuladas por disposição e interesse subjetivo. É assim que respondo a um espírito provocador pois que pouco mais poderia acrescentar ao que ele não diz.

PS.: Lendo desta distância agora este texto parece uma obviedade tão absurda. Na época era improvável e pouco compreendido. Debates Educacionais e suas idas e vindas.

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