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domingo, 14 de junho de 2009

PT, CPERS, ESQUERDISMO E ENGAJAMENTO

PARTIDARIZAÇÃO E ENGAJAMENTO


É a primeira vez que eu respondo ou participo deste grupo de discussão. Até porque os outros debates sugeridos não estavam me provocando e a conjuntura não era a mesma que a atual, E PIOR QUE ISSO NEM TINHA TEMPO PARA GASTAR TINTA COM ESTE TEMA.

Acho que um bom debate pode ser feito com distanciamento e até antes da conjuntura de uma luta objetiva imediata, podemos teorizar e especular normalmente na normalidade, podemos discutir entre o passado e o futuro e fazer até dissertações sobre o presente, podemos nos indignar com aspectos imediatos, mas é quando a conjuntura é quente, é quando a luta está ocorrendo que fazemos os melhores debates, pois é como se o painel, a agenda e a pauta sofresse um redesenho de suas prioridades.

Sou um dos militantes da AE no CPERS/Sindicato. Bem, e a AE é uma corrente orgânica do PT.

Querida S, talvez a outra S nem tenha lido a carta (notícia boa) da grevista da Vila Nova, tenha apenas visto a foto da apoiadora da Maria do Rosário com a filha. Penso que ela ainda não aceita que o PT tenha posição no sindicato e etc...

Posso estar errado, posso desagradar e gerar divergência ou controvérsia, mas a nossa diferença de opinião é profunda. Posso não conhecê-la, não ter o direito de julgá-la e blá blá blá, mas este é justamente um debate que também devemos fazer e não é um debate pessoal.

No tempo do Governo Olívio eu via um pessoal com sentimento de culpa por ser do PT.

Primeiro, porque alguns dos companheiros trataram de se desassumir ligeirinho, principalmente alguns que não foram contemplados com cargos (com toda a sua história e contribuição, e também aqueles que não tem tanta convicção assim mesmo).

Hoje vejo alguns efeitos inversos, vejo alguns companheiros que entraram no governo Olívio coxeando por aí, não fazendo greve ou não enfrentando o debate.

Segundo, houve aquele equívoco de afirmar que não haveria negociação para os salários no primeiro ano, o que jogou a petezada no isolamento no primeiro ano do governo Olívio dentro do sindicato e fora.

Como disse um companheiro: quem briga com os amigos um dia vai precisar deles e não vai encontrá-los e a história faz isso com regularidade, é só observar mais.

E aí veio a greve e não preciso repetir aqui o que aconteceu, pois ela serviu a vários interesses particulares (houve disputa interna no PT e dissidência com o MÊS e outros que foi dar no PSOL hoje) e a alguns interesses especiais também (as prévias inesquecíveis e memoráveis de 2000 e 2002, que não podem ser esquecidas por nenhum militante sério e responsável aliás – e cada um sabe como se conduziu e que opinião teve naquele período).

Esta lição nós tomamos de 1999 a 2002, dolorosamente aliás. Terceiro porque a ânsia de fazer de todas as partes não teve a devida transitividade.

Infelizmente alguns companheiros se deliciam com o poder e pensam que ele é personificado e particularizado em si e per si.

Esquecem que o poder no PT é produto do coletivo e não somente do seu coletivo particular.

Por fim tem para alguns uma conseqüência mais emocional, é aquele sentimento atravessado de não aceitar de fato todas as implicações de um projeto político.

E aí fica essa sanha de militante culpado ou inocente.

O depoimento de uma grevista é bem bonito porque nesta greve tivemos e temos sim que brigar com os colegas, cobrar com mais ou menos elegâncias a responsabilidade de todos.

Mas claramente talvez tenhamos outro debate a fazer: porque é a petezada e os seus dissidentes que dominam este sindicato?

Certamente não é porque são piores que os outros não. É porque ainda são os únicos que tem a capacidade de fazer algum sacrifício por uma causa coletiva. São os únicos que organizam gentes que acreditam em sonhos e são os únicos - que pena isso - que são capazes de correr riscos e se expor assumindo uma identidade coletiva e arcando com as conseqüências disso.

Temos que ter orgulho disto...
pois somos capazes de brigar com amigos e colegas por causa desse compromisso coletivo...

que bom...

senão estaríamos todos acomodados dando aulinha e esperando os idiotas conquistarem as coisas para gente...acreditando que é um governo ou um partido que vai mudar o mundo sem termos a nossa atitude nesse processo...

O tema da partidarização é o tema do engajamento e da capacidade de assumir uma identidade política integral....sem fazer de conta que é da parte boa da tropa....sem fazer de conta que isso é só uma faceta de uma personalidade multifacetada e diversa...

Dá para ser PT sem ser PT? penso que não...

e o PT ajuda a construir...

o CPERS, a CUT, os sindicatos associações e todos os movimentos sociais....pior seria se tivesse posição contra ou mandasse seus militantes dissimularem sua identidade...

tal como espiões ou infiltrados...naquela neutralidade tão elogiada pela grande midia que quer mesmo que os trabalhadores não assumam posição nenhuma...enquanto ela.....

eu prefiro assumir a minha identidade política....
Tá bem na hora de voltar a andar de bandeira na mão mesmo...

Acabei de ver algo incrível a respeito disto...

Aliás, o TEU SINDICATO TAMBÉM É MEU...

e a política partidária é sempre mais democrática quando assumida e revelada e não dissimulada sob uma aura de inocência ou pureza....

nenhum daqueles militantes que hoje estava na praça agia fora dos objetivos gerais da classe trabalhadora hoje...

mesmo a pelegada do pó de giz tava lá gritando conosco...

mas quando eles jogam eles jogam por suas agremiações...

eles fazem até hoje a política do anti-petismo no sindicato...

assim como a turminha dos nossos irmãozinhos do PSTU e do PSOL...

Conheço todos eles...e todos eles me conhecem também...

Na hora da disputa o discurso é do anti-PT....

Do anti-PT disfarçado de crítica á partidarização do sindicato....
como assim?

Volto outra hora porque preciso tomar um folego e cuidar do mundo objetivo...

um abração a todos....

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