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domingo, 14 de junho de 2009

ESQUERDISMO, DEMOCRACIA E PROJETO NACIONAL

Concordo com o Vladimir. (Vladimir Pomar escreveu um texto no site do PT Não Basta Querer)

Temos três problemas clássicos para a esquerda aí colocados: qual a identidade de classe realmente existente hoje? - qual o projeto da classe trabalhadora que faz frente à presente realidade e qual partido está construindo isto para além da agenda eleitoral? Eu creio que o que falta é a básica consciência de classe.

E a ultra-esquerda e o esquerdismo limita-se à contraposição das políticas do governo, à oposição "classista" sem classe.

Tava pensando nisto ontem mesmo.

Nenhum avanço na democracia brasileira foi obtido porque a classe média ou a burguesia resolveu ser progressista de uma hora para a outra. E nenhum avanço foi obtido por mera pressão. Em todos os avanços houve a construção de uma hegemonia junto à classe trabalhadora e a legitimação no espaço público. Muitas vezes este espaço público foi estreito e pouco alargado, mas houve protagonismo ali no espaço mínimo.

E foi vitorioso, seja por ausência de argumento dos adversários, seja por disputas pontuais. Mas as concessões sempre saltaram para fora do foco situação e oposição. A demarcação programática e estratégica é fundamental aí.

Mas como? Olho para os quadros de alguns partidos do esquerdismo e vejo estruturas teóricas esvaziadas, e personagens que à muito abandonaram a militância incansável junto às grandes massas.

Os aparelhos de sindicatos e entidades fazem mais mal ao esquerdismo do que a esquerda. Os trabalhadores construiram ao longo da história uma capacidade de compreender os discursos vazios e quando provocados adequadamente são mais revolucionários que os sabujos do esquerdismo.

Um exemplo final. Ocorre agora a 1a. Conferência Nacional de Segurança Pública. Qual a participação dos sabujos neste processo? Nem participam, nem discutem, não tem posição sobre isso. Limitam sua atuação num campo estratégico para a mudança social.

Parece que querem que os aparelhos de repressão se mantenham como estão.

Bem, não é assim que se constrói consciência de classe quando há espaços para construí-la. Por aí passa a construção também de um projeto de sociedade e estado. Pois é a relação de poder que aí está em jogo.

Então somente um programa estratégico para o país das maravilhas. É a realidade objetiva que está em pauta.

Mas qual o programa para a realidade objetiva que o esquerdismo possui? Se limitam aos holofotes da imprensa, enquanto a sociedade civil através de alguns protagonistas procura fazer este debate e se constituir como projeto de classe também.

O problema deles é que eles querem que o povo aceite o programa deles e não aprendem a descobrir qual é o programa do povo.

Estou confinado somente na agenda de democratização da sociedade, porque sem isso não haverá a revolução que desejamos.

Um comentário:

  1. Esclareça uma coisa: esse texto é teu ou do Vladimir Pomar?
    Se for do Vladimir, quem é este cara?

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