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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

SOBRE OS MILITANTES - PEPE MUJICA - FELIZ 2010

“Que seria deste mundo sem militantes? Como seria a condição humana se não houvesse militantes? Não porque os militantes sejam perfeitos, porque tenham sempre a razão, porque sejam super homens e não se equivoquem. Não é isso. É que os militantes não vem para buscar o seu, vem entregar a alma por um punhado de sonhos. Ao fim e ao cabo, o progresso da condição humana depende fundamentalmente que exista gente que se sinta feliz em gastar sua vida ao serviço do progresso humano. Ser militante não é carregar uma cruz de sacrifício. É viver a glória interior de lutar pela liberdade em seu sentido transcendente”.

PEPE MUJICA - PRESIDENTE ELEITO EM 2009 DO URUGUAI

in: RS URGENTE

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO 2010

Neste Ano de 2009 tive um ano inteiro para trabalhar bastante e pensar em cada momento sobre o que eu quero para mim, meu amor, minhas filhas, meus familiares, meus amigos e colaboradores.

Pensar, principalmente, no que queremos para a nossa cidade e vida.

Foi um ano cheio de decisões importantes para mim e para os meus.
Foi um ano em que quase fui diretor da escola onde atuo e em que parei de fumar.
Fiz um Curso de Prevenção às Drogas com um bom grupo de colegas.
Foi o ano em que abri este BLOG.
Foi o ano em que vi de perto muitas coisas importantes para a minha cidade.
Foi um ano de boas decisões.

2010 não será nem um pouco menor em importância.
Vamos iniciar o ano com a reorganização de muitas tarefas.
E em meados dele vamos fazer um grande debate sobre a Presidência da República e o Governo do Estado.
Vamos eleger dois Senadores e muitos – assim espero - Deputados Federais e Estaduais.
Tenho a forte esperança de eleger uma Deputada Estadual desta vez.
E imagino, com muita esperança, que o Brasil terá sua primeira Presidenta da História.
Desejo que o Rio Grande do Sul volte a ter um governo de justiça social.

Além disso, será um ano em que vamos dar intensa atenção ao presente e futuro da nossa cidade, sem deixar de valorizar a sua história também.
Muitas obras importantes serão concluídas e iniciadas.
E muitos projetos para a Educação, Saúde, Meio Ambiente, Segurança, Assistência Social serão apresentados.

E a minha esperança é de que mesmo com todas as certezas do presente, possamos desejar uma grande esperança de fé, paz, justiça e humanidade para todos em 2010.

Assim, minha mensagem de Feliz Natal e um próspero Ano Novo em 2010, traz consigo também um agradecimento muito especial aqueles que lutaram e sempre tiveram convicção de que dias melhores virão.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

SOBRE A AGRESSIVIDADE - TEXTO DO BLOG DO NASSIF - JÁ QUE É NATAL - CAI BEM

Dissecando a agressividade

Por Marise

Nassif

Lendo comentários agressivos de vários blogs, estou te enviando esta matéria sobre a agressividade:

O fator psicológico central de uma pessoa agressiva é que a mesma possui a plena consciência de uma vida que lhe seria satisfatória, agindo com um tom constante de revolta pela não obtenção de seu projeto pessoal; sabe também que a cada dia está mais distante dessa meta.

Esta tese se transforma no núcleo do círculo vicioso. O não atingir o desejo pessoal ativa uma reação descontrolada e intempestiva perante uma simples frustração, e tal hábito afasta a pessoa da solução definitiva de seu problema comportamental. Reagir perante os mais insignificantes fatos novamente é o indício da atuação marcante do complexo de inferioridade no ser humano.
A agressividade se alia constantemente com outros sentimentos negativos, o principal deles é a inveja, devido à possibilidade da descarga da frustração e raiva.

A inveja cria uma constante necessidade de fuga da situação dolorosa de se comparar e se sentir inferiorizado, partindo-se para o ataque. A agressividade é conseqüência de uma política não apenas econômica do nosso sistema, mas dirigida a esconder todos os sentimentos ou emoções negativas do tipo: cobiça, ódio, avareza e a inveja citada. O sistema só permite o aflorar de tais sentimentos na hora exata do consumo, pilar da sociedade e fator destrutivo do “eu”, dependendo de sua freqüência.

A agressão então se transforma na resposta fisiológica do silêncio imposto pela sociedade, assim como suas regras de dissimulação, como vimos anteriormente. Torna-se ainda um tipo de distração e fuga do tédio e rotina que assolam a pessoa. Jamais haverá cura para a agressão social e individual se não lidarmos com todos os mecanismos que geram a hipocrisia nas relações.

A tese no transcorrer do texto é a de que o agressivo se adianta a uma possível experiência de rejeição, tendo a certeza de que alguém fatalmente irá contrariar suas expectativas. Além disso, se conhece como uma pessoa totalmente solitária, sendo que o aflorar de sua agressividade é exatamente em resposta ao hábito de jamais conseguir conservar uma amizade ou relacionamento, disfarçando sua miséria afetiva no remoer todo tipo de conflito. A derrocada de qualquer projeto afetivo sempre será iminente.

A pergunta é: será possível anular tal “maldição” pessoal? A experiência clínica comprova que uma das únicas possibilidades de cura é a vivência de seus sentimentos dolorosos na psicoterapia, transportando seu lado bélico numa arena onde realmente possa ser diluído ou controlado. A agressividade continuará no topo comportamental da pessoa quanto maior for sua necessidade de atenção ou carência.

Temos de perceber que a compulsão para a liderança, poder e orgulho, quase sempre pode superar uma reflexão genuína e honesta acerca da conduta da pessoa.

PS - Alguns perguntaram se este artigo era de minha autoria.
Eu não teria capacidade para escrever sobre um assunto tão polemico. Estava lendo sobre este assunto uma maréria do psicólogo Antonio Carlos de Araujo, que clinica ha 20 anos aí em SP.

Tirei uma parte do artigo que achei muito interessante e bom para todos nós.,pois temos todos o nosso lado agressivo. O importante é não nos deixarmos contaminar só por este lado, ofendendo pessoas, tentando parecer os melhores e os certos. O que gosto neste blog é exatamente o que fazes. Lanças um assunto e deixas que cada um exponha sua idéia, sem cortar os comentários contrário ao que pensas.

Acho isso o correto. E não se precisa usar de agressividade para contrariar os que pensam o contrário.

Por favor ponha o nome do autor do artigo .É muito importante que se saiba quem escreveu, quem é o verdadeiro autor.

DEPOIS DE FAZER RÁPIDA PESQUISA O AUTOR E O TEXTO INTEGRAL ESTÃO NO SEGUINTE BLOG:

antonioaraujo_1.tripod.com

/psico1/portugues/agressao/agress.html

Daniel

DESCARTES - O QUE É VIVER SEM FILOSOFAR?

"É propriamente ter os olhos fechados, sem jamais tentar abri-los, viver sem filosofar; e o prazer de ver todas as coisas que a nossa visão descobre não é comparável à satisfação proporcionada pelo conhecimento daquelas que encontramos por meio da filosofia; e, finalmente, esse estudo é mais necessário para regrar os nossos costumes e conduzir-nos por essa vida do que o uso dos nossos olhos para orientar os nossos passos.

(...) Se desejamos seriamente ocupar-nos com o estudo da filosofia e com a busca de todas as verdades que somos capazes de conhecer, tratemos, em primeiro lugar, de nos libertar dos nossos preconceitos, e estaremos em condições de rejeitar todas as opiniões que outrora recebemos através da nossa crença até que as tenhamos examinado novamente; em seguida, passaremos em revista as noções que estão em nós, e só aceitaremos como verdadeiras as que se apresentarem clara e distintamente ao nosso entendimento."

René Descartes, in 'Princípios da Filosofia'

DILMA - AO NATURAL - DEZEMBRO DE 2009

A companheira Dilma tirou a peruca e ficou ao natural.

Hoje pela manhã fiquei olhando aquela foto e me lembrei da fase mais crítica da Elis Regina, da fase em que a gente conheceu a pimentinha.

Ela fazia entrevistas de arrebentar com a direita.

Me lembrei dela fazendo show para os metalúrgicosem greve também.

E pensei: agora vai Dilma.

Tanto as pesquisas quanto os sinais são mais claros ainda.

Após o PMDB lançar o Requião.

O Lula responder pedindo lista triplice.

E o Requião - rsssss - assumindo a tarefa de responder. AGORA VAI...

Vai tomar conta da militância e fazer a campanha mais surpreendente contra o Zé Serra.

Já que Aécio saiu.

E que o Ciro continua.

que tal uma musiquinha...

Da Elis

Fé Cega, Faca Amolada

Elis Regina

Composição: Milton Nascimento

Agora não pergunto mais pra onde vai a estrada
Agora não espero mais aquela madrugada
Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser faca amolada
O brilho cego de paixão e fé, faca amolada
Deixar a sua luz brilhar e ser muito tranqüilo
Deixar o seu amor crescer e ser muito tranqüilo
Brilhar, brilhar, acontecer, brilhar, faca amolada
Irmão, irmã, irmã, irmão de fé, faca amolada
Plantar o trigo e refazer o pão de cada dia
Beber o vinho e renascer na luz de todo dia
A fé, a fé, paixão e fé, a fé, faca amolada
O chão, o chão, o sal da terra, o chão, faca amolada
Deixar a sua luz brilhar no pão de todo dia
Deixar o seu amor crescer na luz de cada dia
Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser muito tranqüilo
O brilho cego de paixão e fé, faca amolada


AO NATURAL SEMPRE É MELHOR....

domingo, 13 de dezembro de 2009

QUATRO MESES SEM FUMAR - VÁRIAS TENTAÇÕES

Encontrei uma expressão que diz tudo sobre as tentações, incluindo o cigarro.

"O problema de resistir a uma tentação é que você pode não ter uma segunda oportunidade."

É de um teórico da educação canadense Lawrence J. Peter.

É uma bela expressão para a força de uma tentação.

Diria que realmente algumas tentações são a única oportunidade.

Amanhã nunca mais.

Nevermore.

Mas bem, já fazem quatro meses que não fumo e já tenho conseguido outras vitórias também. Mas estas são um segredo por enquanto.

O bom de não fumar é não precisar resolver no meio de um stress como fazer para fumar.

Não se precisa fazer nada.

É só pensar de outra forma.

De outro lado virei um ex-fumante tolerante.

Não me importo que fumem perto de mim.

Mas também não ando atrás não.

Já fujo legal de bar de fumantes.

Olho para dentro dou olá e sigo adiante.

Tenho notado como as mulheres confessam o quanto são compulsivas quando fumam.

E imagino que mulheres compulsivas são mais perigosas para si mesmas também.

Mas ontém notei alguns caras no bar da tardinha, magrelos, com aquela cor da pele pálida e as mãos trêmulas com um cigarro entre os dedos.

Nunca tinha observado isto da forma como vejo hoje.

Tive um que de orgulho da minha firmeza e da minha barriguinha temporária.

Neste mês quero concluir o processo do JACARÉ BANGUELA (rssss) e passar direto para as caminhadas e os esportes leves.

Não vejo a hora de chegar nos radicais: skate, bicicleta e corridas.

Como é bom poder sonhar com algo possível.

Se Deus quiser é claro.

Vamos nessa.

Baita domingo.

A FOTO DE SÃO LEOPOLDO NA COMUNIDADE DO ORKUT

ESTA FOTO

Nunca entrei neste debate porque sempre vi a foto como um retrato da realidade, da dura realidade, não somente de São Leopoldo.

Porém a abordagem aqui sempre é de que SL isso e aquilo e que os politicos isso e aquilo.

Por isto já faz um tempo que eu nem gosto de entrar aqui mais.

Vejo a foto como o retrato da auto-estima e da estima pela cidade de alguns que aqui passam, ficam e permanecem.

Bem, eu nasci em SL, conheço a cidade e as pessoas da cidade razoavelmente bem.

Gosto muito daqui. Não vivo aqui porque o meu navio encalhou aqui ou porque não tenho opção.

Tenho uma imagem e varias muito mais bonitas da nossa cidade.

Conheço muitas pessoas que lutam e trabalham para tirar aquele jovem e outros da rua e da miséria humana.

Se a foto fosse um retrato da realidade de São Leopoldo seria legal botar junto a foto do pessoal todo que está do outro lado deste cabo de guerra.

A maioria deles nem sabem que estão representando a nossa cidade ou apresentando ela para o mundo do ORKUT com esta imagem. Porque ninguém vai dizer isto.

Eles não estão aqui defendendo a imagem depreciativa ou altiva da cidade, eles estão trabalhando para construir uma imagem melhor, e não somente nas aparências não.

Estão tentando mudar a estrutura e as condições desta cidade.

Eu colocaria ali a foto da AMEP, a foto das assistentes sociais que trabalham todos os dias com o povo, a foto da agentes comunitárias de saúde que levam atenção e humanização para o povo das nossas vilas.

Colocaria a foto do TOMÉ do instituto lenon joel pela paz.

Colocaria a foto das professoras municipais ou estaduais que lutam, atendem, educam, enfrentam e trabalham com todos os jovens e crianças da cidade.

Colocaria a foto da juventude vibrando num show ou num debate sobre a cidade.

Ou seja, colocaria monumentos vivos da luta pela humanização desta cidade. Tem muitos milhares de monumentos assim meus amigos.

E as pessoas que entrassem aqui saberiam que São Leopoldo tem problemas, mas que também tem soluções e ações....

OK?

PS.: Fazia um tempão que isto me incomodava um pouco. Mas fui econômico e respeitoso. Será que adianta?

Este é para mim também o debate da racionalidade ou da impossibilidade da racionalidade na internet.

sábado, 12 de dezembro de 2009

GREVE GERAL....DERRUBA GENERAL!!!!

Em 1979, eu tinha 14 anos e andava envolvido com uma gurizada medonha.

De um lado a gente queria a todo pano ter mais liberdade e lutar por mais democracia também.

De outro lado, a gente achava que o fato dos metalúrgicos fazerem greve lá em São Paulo, dos Bancários fazerem greve aqui no sul e dos professores aqui do sul fazerem greve era um prenúncio de que uma grande greve poderia ser feita e deveria ser feita.

Prá quem não sabe ou não lembra ou nem estava vivo naquela época, preciso dizer que as três greves que eu citei lá no comecinho tiveram forte repercussão e fizeram com que os ditadores do governo federal e do governo estadual impussesem restrições, penalidades e fortes ameaças sobre os sindicatos.

Foi naquela greve de 1979 que nasceu o Lula que é capaz de saber o tempo certo para as coisas.

E foi naquela greve que nasceu o bordão GREVE GERAL, DERRUBA O GENERAL!!! que saia da boca dos mais audaciosos e radicais, contra inclusive ao pensamento corrente.

Pois bem, a GREVE DOS PROFESSORES ESTADUAIS SÓ PRECISA DISTO HOJE: do espírito de uma greve geral....

Se este espírito aparecer e for ressuscitado acabou o problema e daí é só um dia depois do outro.

FORA YEDA!!!!

BOA LUTA

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

TIRAR O POVO DA M.....

É a mais pura verdade.

Não agrada aos ouvidos finos e límpidos da burguesia.

Não agrada ao protocolo técnico e asséptico.

Mas é, de uma forma incrivelmente literal, a mais pura verdade.

Confesso ter pensado nisto quando vislumbrei o resultado de diversas obras aqui em São Leopoldo.

O PAC....sobre os arroios Gauchinho, Cerquinha, Da Mateiga, Sem Nome e etc...

A Pavimentação da Avenida Atalíbio Taurino de Resende, com a remoção das famílias da beira do esgoto onde crianças e bebês haviam sido comidas por ratos.

Para muitos isto é somente uma expressão, um discurso, um despropósito.

Para o povo é a pura verdade.

Esta de hoje valeu pelos trinta anos de luta, de sonho e de esperança.

Inda bem que de onde saiu esta sempre tem mais.

Lula neles.

GREVE DOS PROFESSORES A PARTIR DO DIA 15 - OU TIRA O PROJETO DA ASSEMBLÉIA

Essa foi boa.



Lá vamos nós de novo fazer greve.



Vieram me perguntar o que eu faria.



Eu respondi colocando no quadro um dos meus primeiros gritos de guerra:



GREVE GERAL...DERRUBA GENERAL!



30 anos depois só tenho uma saíde: lutar, lutar e lutar....



Bom Dia

domingo, 6 de dezembro de 2009

PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS ENTRE ALUNOS E PROFESSORES

O que segue é um pequeno excerto do comentário inicial introdutório ao PROJETO DE REDUÇÃO DO USO DE DROGAS DO OLINDO FLORES. Trata-se das bases da discussão sobre o projeto. Boa parte dos conteúdos tem origem na Formação à distância realizada entre setembro e dezembro de 2009. O estudo foi feito em grupo. Segue o texto:

Entre os Aspectos Teóricos estudados no curso precisamos destacar que na relação do adolescente e do educador com as drogas sempre há uma situação de ambivalência entre repressão e compreensão do fenômeno.

De um lado, o educador sente-se tocado pela fragilidade do aluno e pela condição de risco do mesmo e, assim, procura compreender o fenômeno inserido num processo em que sua posição também fica fragilizada, exposta e sensibilizada . De outro lado, o educador vê no aluno também um delinquente, um sujeito que ameaça a sua integridade e tranquilidade dentro de um processo social.

Esta ambivalência – esta situação de dois valores – traz ao professor o desafio de enfrentar o que ocorre e de ser capaz de compreender sem fazer excessivas concessões ao comportamento e sem se omitir perante uma realidade que pode, para alguns educadores, ser invisível e pouco percebida.

Temos aí justamente um dos primeiros problemas do enfrentamento ao tema. Reconhecer que ele ocorre à nossa frente, reconhecer que a sua visibilidade requer de nós mais observação, maior conhecimento do aluno e a superação de uma impessoalidade confortável, visto que muitos educadores e gestores promovem um discurso em que reduzem o seu e o nosso envolvimento com o aluno e, portanto, nos desincumbem de encarar certas situações que, na maior parte das vezes, são vistas como problemas pessoais do aluno e de sua família, e não como problemas escolares e sociais.

Esta é a primeira barreira a ser superada, o primeiro debate a ser levantado, a ser construído com todos os educadores e membros da comunidade escolar. O problema das drogas é um problema da escola sim, é um problema social sim, não é um problema “deles”, dos “outros” ou “daquela gente”. É um problema de todos nós.

Esta ambivalência também toca à perspectiva dos alunos e dos familiares. Não é por força da lei que os educadores devem tratar do tema das drogas. O tema das drogas deve ser enfrentado na escola como pré-condição para uma educação mais saudável.

Ainda que seja um crime tipificado o uso, porte e tráfico de drogas, a nossa relação com este tema deve ser a de procurar saber por que tal hábito – a adicção ao uso de determinadas substâncias legais e ilegais – se desenvolve com este, aquele e qualquer jovem. Em outra formação, tomamos conhecimento de uma concepção em que este hábito se apresenta em contextos de insatisfação, desprazer e inconformidade com determinadas circunstâncias de vida, lazer e atividades sociais.

No curso, este tema aparece como uma inadaptação, ou seja, um processo no qual o jovem – e também aqui, o adulto, os educadores e todos os outros sujeitos deste processo social – não conseguem obter prazer das relações e dos hábitos mais conformados ou adaptados. De um lado temos um sujeito e suas frustrações, de outro lado, temos uma falta de abertura para relações autênticas e sem uma mediação ou instrumentação de relações para desenvolvê-las.

Um exemplo disto é também a fixação de alguns indivíduos em só tomar ou reconhecer como momento de prazer momentos em que ocorre alguma forma de distorção da realidade ou momentos em que as fantasias dominam, desde que esteja à mão aquele copo de bebida alcoólica ou outras substâncias desinibidoras. Ora, se isto é assim, é porque os indivíduos, ao natural, encontram-se sempre inibidos e bloqueados na fruição de suas fantasias e desejos. Portanto, trata-se aqui também de um efeito de uma constelação repressiva sobre os indivíduos. É a necessidade de desinibir que traz consigo como única possibilidade de fruição o uso de determinadas substâncias.

É importante tratar destes temas singelos (sic), também porque precisamos como educadores reconhecer nossas mazelas próprias e nossa relação com as substâncias lícitas. Não temos dúvida de que o uso do tabaco e das bebidas alcoólicas por parte dos educadores também é um desafio importante a ser tocado na prevenção ao uso de drogas. Aliás, isto é algo que, em especial, observamos num dos momentos da formação, o fato de que o uso de determinadas substâncias por parte dos educadores também deve ser questionado.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A CONSCIÊNCIA DE ZENO - ITALO SVEVO

io ricomendo....

uma leitura suave e graciosa, sem percalços, mas completamente ampliadora da nossa visão frequente e comum....

o que nós precisamos muito para mantermos a sanidade mental e a capacidade de ironizar sobre si mesmo...

VEJA ISTO:

"e é surpreedente poder constatar mais uma vez como certas coisas pelas quais vivemos acabam por ter importância insignificante" p. 179

...me lembrei dos meus conselhos para uma aluna e alguns conselhos para alguns alunos sobre o quanto ter ou não ter cabeça dura, ao fim e ao cabo, não significa nada, nada do que possamos nos orgulhar com uma mínima segurança...

também me lembrei da vaidade que come o dono....esta vem lá do último dos Cardeais (solteiro - sic) da Igreja do Evangelho Hexagono Pentagonal.....

IMPOSTOS E DISSONÂNCIA COGNITIVA - BY CÉSAR SCHIRMER - ANIMOT

Impostos e dissonância cognitiva

Na New York Review of Books, Tony Judt fala de uma dissonância cognitiva estadunidense: querer serviços públicos melhores, mas não querer pagar impostos. A dissonância cognitiva em questão também atinge brasileiros que são donos de carros grandes e caros, a levar em conta os adesivos grudados nos mesmos.

Estar em dissonância cognitiva é ter duas ideias ou atitudes contraditórias ao mesmo tempo. Se você quer melhores serviços publicos, devia querer mais impostos. Além disso, se você quer justiça ao invés de exploração dos mais sofridos, deve querer também que a riqueza dos mais ricos seja o alvo principal dos impostos. Mas querer ótimas estradas, ótima limpeza urbana, ótimo judiciário, ótimos hospitais e ótimas universidades públicas sem querer os impostos que os pagam é estar em dissonância cognitiva, o que é uma maneira de viajar na maionese, pra ir pro popular.

PS.: Estou citando o blog ANIMOT do meu amigo e ex-colega de Cefav César Schirmer dos Santos....que io sempre ricomendo.....ele etsá afirmado técnica e filosóficamente aí algo que nós que não defendemos um ESTADO MÍNIMO sempre defendemos. É um novo nome para o egoísmo burguês: Dissonância cognitiva...acho ótimo....deve deixá-los com a barriga embrulhada.....e com uma vergonha de sua própria ignorância...afirmada sempre como esperteza e sabedoria.

É preciso dizer que aqui no Brasil eles acham que o dinheiro não retorna. Bem....que tal fazerem as contas do Governo Lula.....eu não tenho a menor dúvida de que nunca antes na hiostória deste país o recurso arrecadado em impostos retornou tão bem investido. Bem o debate do ano que vém vai, ao fim e ao cabo, produzir-se sobre isto. E como vai o Serra em São Paulo?

POLÍTICA E RECONHECIMENTO

Não sabe nada de política quem nunca parou para pensar ou foi capaz de espontaneamente entender a importância do reconhecimento do outro no ato de constituição e auto-constituição na política.

O emponderamento recíproco traz mais poder que a mera afirmação de uma autoridade constituída ou formalizada.

Nada mais a dizer.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

1999-2009: DEZ ANOS DA BATALHA DE SEATTLE - A PRIMEIRA GUERRA DOS BLOGUES

Vou citar aqui um texto integral.

Depois comentar com uma outra postagem.

Explicando porque nós da esquerda temos uma certa predilecção pelos blogues.

Eles são, de certa forma, incensuráveis. Respeite a etiqueta da net que tudo correrá bem.

Pelo menos assim parece.

30/11/2009 - 17:23

O blogueiro de Seattle

Por Leo V

Do Estadão

Seattle: uma década de ativismo 2.0

por
Filipe Serrano

Existiu uma época – sem YouTube, Flickr, Wikipédia, blogs ou qualquer ferramenta de autopublicação – em que colocar seu relato na internet era muito mais um ato de protesto do que qualquer outra coisa. Uma época em que se buscava uma nova forma de comunicação, mais livre de intermediários.

Toda a ideia de jornalismo cidadão, que inspirou o desenvolvimento de plataformas de publicação na web, tomou forma há 10 anos, em 30 de novembro de 1999, durante os protestos em Seattle contra a reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC – ou WTO, na sigla em inglês), que daria início à rodada do milênio, para negociar maior abertura do comércio mundial.

Ao menos 40 mil pessoas, entre elas ativistas, membros de ONGs, sindicalistas, ambientalistas e anarquistas, reunidos sob uma organização descentralizada chamada de Direct Action Network (DAN), tomaram as ruas do centro de Seattle e furaram o bloqueio em torno do local onde a reunião acontecia. A manifestação ficou conhecida como N30 ou a Batalha de Seattle.

Foi lá, durante os protestos, que os participantes começaram a usar as tecnologias para mostrar o que estava acontecendo nas manifestações – não só para se organizar, mas para interagir com ativistas de todo o mundo que não estavam lá. Eles usavam uma improvisada rede de comunicação, com celulares, rádios, notebooks e modems conectados à web, para publicar imagens e relatos sobre os protestos.

“Seattle foi a primeira grande explosão de protestos por uma justiça global. E juntou muitas pessoas de diversos movimentos, com diferentes ideias do que era necessário mudar no mundo”, diz Margaret Levi, professora do departamento de ciência política da Universidade de Washington e responsável por um projeto de resgatar a história dos protestos em Seattle.

Entre os envolvidos, surgia o coletivo Indymedia, um grupo de ativistas que se reuniu para fazer uma cobertura jornalística alternativa dos protestos em Seattle. No Brasil é conhecido como Centro de Mídia Independente (CMI).

Para cobrir os protestos de junho de 1999, durante o encontro do G8, em Colônia, na Alemanha, o embrião do Indymedia usou uma ferramenta de publicação, um tipo de blog coletivo, criado alguns meses antes por um grupo da Austrália.

Desenvolvido para ser um mecanismo que desse voz a cada manifestante presente nos protestos, o site permitia já naquela época uma cobertura em tempo real da manifestação em Seattle, em texto, áudio e vídeos. Cinco documentários ainda foram produzidos pelo Centro de Mídia Independente de Seattle.

“As pessoas tiravam fotos, colocavam depoimentos, publicavam sua opinião sobre que estava sendo discutido, no caso, na rodada do milênio da OMC”, diz Pablo Ortellado, um dos fundadores do CMI no Brasil, criado quatro meses depois de Seattle. “Muitos grupos dos EUA se interessaram pela ferramenta do Indymedia. Mas, como era aberta, ela era muito mais usada pelos manifestantes individuais do que por revistas e veículos alternativos”, continua.

O site do Indymedia teve mais de 1 milhão de acessos durante o lançamento, no N30, o que sobrecarregou os servidores. “Foi aí que incorporamos a autopublicação como essência do site. Do ponto de vista da web 2.0, era um projeto totalmente radical. Se você for ver, os blogs foram continuação disso. Não é a toa que o YouTube, o Twitter, o Craiglist saíram de desenvolvedores que fizeram parte do Indymedia. O Twitter foi criado para ser usado em manifestações”, diz Ortellado.

Hoje o YouTube faz campanhas por vídeos que defendam a liberdade de expressão no mundo todo; o Twitter serve como troca de informações durante os protestos no Irã; blogueiros palestinos relatam abusos, entre outros exemplos que têm ocorrido nos últimos anos.

Há muitas críticas à incorporação das ideias do Indymedia por sites comerciais, principalmente quanto à privacidade dos usuários, às limitações impostas e à necessidade de gerar lucro e publicidade.

De qualquer maneira, a partir do Indymedia e de Seattle, surgiram muitos outros projetos que procuram dar voz na internet a grupos de pessoas que antes não tinham como expressar suas opiniões ou relatar o que veem e vivem em suas comunidades.

“A tecnologia foi importante para planejar os processos e para trocar informações depois dos protestos. Muito mudou nestes 10 anos. Ainda vejo muitas demonstrações políticas, mas elas são feitas de outra forma. Vemos que há grupos menores, mais comprometidos, não só se mobilizando em protestos, mas realmente trabalhando para mudar o mundo”, diz a professora Margaret Levi.

PS: Texto citado integralmente também no Blog do Nassiff. Faço questão de citá-lo aqui porque lá ele parece se perder nos espaço.

Boa Luta

domingo, 15 de novembro de 2009

1889-2009: 120 ANOS DE PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

E quanto de democracia neste tempo todo? Pouco, muito pouco.

Em 120 anos eu conto apenas os últimos 20 anos.

Tá legal, se você quiser acrescente de 1945 a 1960.

Isto é são 20 anos mais 15 anos.

No total 35 anos de 120 anos de República com democracia.

Porque antes de 1945 não era bem uma democracia não.

Era aquele negócio de Café com Leite e um monte de restrições à democracia plena.

Lembre-se dos livros de história, da política do encilhamento, do voto a cabresto, do cavalo do comissário (como disse o Olívio em 1998), das fraudes eleitorais e do delegado fiscalizando a escolha do seu avô.

Mas lembre-se também que muitos não votavam e não eram eleitores.

Lembre-se que as mulheres não votavam até 1934.

Isto talvez explique porque tem tanto partido de aluguel ainda.

E também porque não há aquela nitidez programática e ideológica na democracia brasileira.

Viva a república ( coisa pública) e uma democracia a ser construída....

sábado, 14 de novembro de 2009

PEQUENA NOTA SOBRE TROTSKISMO HOJE

Para quem leu meu último artigo aqui sobre o Muro de Berlim, notas sobre a China em 1989, as eleições no Brasil de 1989, coloco o problema do trotskismo que me fascina e que parece uma contradição em termos:

- como compatibilizar uma ditadura do proletariado com um regime com princípios democráticos?

ou seja, como criar uma democracia que não permita retrocessos?

Como criar um sistema político que avance para a socialização dos meios de produção?

Por fim, tem muita gente cantando o socialismo por aí que não se colocou jamais este problema.

Tem alguns que se dizem até comunistas, mas que seguem a máxima do capitalismo: acumulação de riqueza combinada com acumulação de poder.

Boa Luta....

1989-2009: SOBRE OS 20 ANOS DA QUEDA DO MURO DE BERLIM - OS OUTROS MUROS E DESAFIOS

MEMÓRIA PESSOAL

Em 1989 eu tinha 24 anos apenas. Estava cursando meu primeiro ano de filosofia na UFRGS, após ter sido aprovado no vestibular e retomava, aos poucos, uma militância estudantil, que havia sido interrompida em 1986. Foi um ano extraordinário para a história, a política e, também, para a minha vida pessoal. Residia em Porto Alegre no bairro Bom Fim, na rua João Telles, e trabalhava na Cooperativa Ecológica Coolméia. Lembro que iniciei o ano num clima de grande expectativa e otimismo e, praticamente, o ano acabou com duas cenas inesquecíveis para mim.

Na primeira cena o preâmbulo é o seguinte: eu voltava para Porto Alegre ao final do dia do segundo turno, num ônibus pinga-pinga da Central, com mais cinco pessoas - fora o motorista e o cobrador - após ter trabalhado o dia inteiro na seção 140, onde voto, como mesário, com alta expectativa de uma vitória de Lula. Naquele dia - lembro bem - coloquei uma calça branca e uma camisa vermelha. Não precisava dizer mais nada.

Viajei no centralão escutando um rádio no fone de ouvido e acompanhando a apuração da eleição. Creio que eram umas 23:11 quando entendi que não tinha mais volta, havíamos perdido a eleição para o Caçador de Marajas da rede Globo e da elite brasileira. Ao chegar em Porto Alegre caminhei com minha mochila verde às costas, no trote, até o Bom Fim e eis a cena: entrei na Lancheria do Parque )ali na Oswaldo Aranha) e já na porta vi a cena mais desoladora que já vi em minha vida: todos os presentes com o olhar baixo, cabisbaixos, muitos chorando e nenhum sorriso nos rostos do garçom ( véio Gerson, Adilar e outros) e até o mais acanhado transeunte chapado tinha tristeza no caminhar e vagar. Era uma desolação total.

Neste dia eu entendi que a esperança que nós tinhamos era gigantesca e extraordinária. Havia feito campanha, mas só vi a medida da nossa empolgação, no dia da derrota definitiva. Até hoje quando entro na sede do PT de São Leopoldo e vejo aquele quadro do Luis Brasil de 1989 - que apoia LULA, que está lá na parede dando testemunho real daquela campanha, lembro de quão grandiosa e generosa foi a doação de todos para aquela campanha.

Também foi 1989, portanto, o ano da primeira eleição para presidente da república após a ditadura militar e, bem entendido, após a eleição de Jânio Quadros, o parlamentarismo com Tancredo e outros, a campanha da Legalidade liderada pelo Brizola, a posse de Jango, o plebiscito e o golpe militar que deu posse aos presidentes militares no Brasil por 20 anos e que embananou a democracia brasileira com Sarney, Roberto Marinho, Antonio Carlos Magalhães, Paulo Maluf e outras criaturas que ainda estão aí seja por seus herdeiros e sombras seja pelas circunstãncias.

Na segunda cena vi aquele Chinês dançando em frente aos tanques na Praça da Paz Celestial naquele protesto por liberdade na China. O que me chamou a atenção não foi a dança, mas o impeto e as respostas sucessivas de quem manobrava o tanque. Todos hoje sabem que a maioria daqueles jovens que protestaram lá foram mortos e que os líderes que, de alguma forma, sobrevivem passam sistematicamente por maus bocados. Toda vez que olho para a China lembro disto e do fato de que lá a Revolução - que não é nenhum pouco questionada no ocidente combina capitalismo com trabalho escravo e coletivismo. Para nós é inimaginável o que lá ocorre hoje. Nauqele momento eu também tinha uma esperança grandiosa. Imagine que eu supunha que haveria alguma forma de revolução mundial por acontecer. Era pura ilusão, nem a leição de Lula se deu e nem o sistema soviético e o sistema chinês sofreram as transformações fundamentais para um processo global. Tudo ao contrário, as coisas ficaram piores pra quem tinha esperança na revolução. E os conservadores surfaram com muita liberdade sobre a história.


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A minha lembrança mais importante da queda do muro de Berlim foi uma ironia desta história. O fato de que o Muro caiu justamente após a grande pressão das pessoas que já saiam dos países da cortina de ferro pelas fronteira com a Polônia e outros países e que na Alemanha o muro continuava ironicamente de pé.

A derrubada do muro, alguns chamam de queda outros chamam de abertura, se deveu simplesmente a uma intensa disposição das pessoas de atravessarem fronteiras, de ultrapassarem diferenças. Penso que esta é uma grande marca do final do século XX. O muro é derrubado em meio a isto. Quando você faz uma pesquisa para ver o que acontecia na literatura, na música e na política da época você descobre coisas interessantes que contrariam a tentativa de alguns analistas de dizer que as posições de esquerda sucumbiam com a queda do muro. Ao contrário, hoje percebo que apesar da esquerda mundial não ter uma grande ideologia pronta para dizer o que fazer, ela já aponta o que não fazer por antagonismo justamente ao receituário neoliberal.

Uma prova disto é que nestes vinte anos, de 1989 a 2009, só no continente latino americano e americano vivemos um processo de esquerdização dos governos nacionais e de ruptura em diversos parãmetros tradicionais de conflito. Foi em Seattle, em 1999, que o movimento anti-globalização e contra o capitalismo promoveu o primeiro grande ato de massa contra os poderosos do planeta. Este movimento desagua em diversos outros atos de luta pelo planeta e vem a dar a luz ao FÓRUM SOCIAL MUNDIAL. Eu gosto de colocar estas duas coisas juntas:

1. o FÓRUM SOCIAL MUNDIAL em Porto Alegre em 2001 - como palco de construção de alternativas e polarização ao neoliberalismo, ao mercado especulativo (vide TAXA TOBIN da ATTAC) e ao capitalismo que se concentravam e se reuniam em DAVOS na Suíça, através de associações liberais do mundo inteiro, grandes empresas, grandes governantes de direita e centro, e diversas atrações do Show Business;

2. a CONQUISTA DOS GOVERNOS NA AMÉRICA DO SUL PELA ESQUERDA, a partir de 1999, começando com Hugo Chaves, inclusive, e passando por LULA em 2002 no Brasil e chegando ao ponto de hoje haver apenas um governo de direita no continente, justamente na Bolivia onde Che Guevara morreu nos anos 60 em plena guerrilha pela libertação do colonialismo tardio e do imperialismo americano. A esquerda tomou conta da América.

Estes dois grandes movimentos tem hoje forte alento, pois a combinação entre eles é justamente o que faz força, em especial no caso brasileiro, frente a crise da economia mundial provocada justamente pelas consequências do excesso de liberdade ao capital financeiro, especulativo e corporativo global.

Na minha visão da época a queda ou derrubada do muro de Berlim libertava os socialistas do ônus de terem que justificar um regime e sistema econômico em que a democracia não tinha vez e em que as liberdades inexistiam. E penso que para o PT - e os trotskistas em especial que fundaram o PT - a queda do muro de Berlim foi um alívio no sentido de construir uma outra opção de socialismo. Justamente aquela que compreende que o socialismo não é possível em um só país.

Assim, na minha opinião já na época era o momento de se construir o Internacionalismo de caráter Socialista com mais força ainda. Mas, infelizmente o que se seguiu foi o contrário. O que se seguiu foi a radical e profunda implementação do programa neoliberal em todos os países para além da Inglaterra, EUA, Chile e poucos outros. O neoliberalismo teve forte impeto de generalização. Aliás chegou no Brasil com fernando Collor de Melo - justamente na eleição de 1989 e governo até o fim do governo de FHC. A receita tríplice: privatizações, redução dos direitos e livre-mercado ( livre-mercado significa mais do que sem fronteiras, para eles é sem regras também, sem restrições, sem fiscalização e sem qualquer forma de coerção ou regulação estatal ou pública e etc.) foi largamente implementada.

E neste período de 1989 até pelo menos 1999 quase todas as estruturas estatais sofreram revezes, enxugamentos, demissões e precarizações. É bom lembrar que justamente após o fim do Socialismo soviético as diversas máfias russas se constituiram e tomaram conta dos espaços e das coisas nos países do antigo bloco soviético. Não há polícia e exército que faça frente ao poder do capital. Este é hoje ainda um dos maiores desafios para as democracias orientais superar a forte influências das máfias sobre os estados nacionais e serviços públicos. Com o desmantelamento das estruturas, dos partidos e das organizações sociais tradicionais do leste europeu tudo tem que ser reconstruído e mais que isto inventado. E não tem sido fácil.

Outro debate é sobre o fim da guerra fria.

PS: continuamos depois.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

TRÊS MESES SEM FUMAR - AGORA É MUITO REAL

Quase nem acredito que tenho conseguido, com certa facilidade até, me manter longe do cigarro, sem fumar, sem comprar e sem sentir falta. Sonhei uma única vez com cigarro e foi algo episódico.

Fazem três meses hoje e foi numa sexta-feira 13 de agosto que parei de fumar.

Desejo que os meus amigos e amigas que ainda fumam tomem isto como um estímulo para parar.

Mais nada para dizer sobre isto. Fica só o registro.

MERITOCRACIA, PSDB E FHC - RESPOSTA DOS EDUCADORES DA UNICAMP

No momento em que discutimos o tema da Uniban ( da aluna expulsa por se vestir de certa forma e provocar a ira dos conservadores) , discutimos o tema da meritocracia, a Unicamp responde ao ex-ministro da Educação de FHC porque a culpa da baixa ou discutível qualidade da educação não se deve às universidades públicas....para conhecimento, debate e posicionamento dos camaradas. Do Blog do Luis Nassiff...







A Unicamp responde a Paulo Renato


Por Luiz Carlos

DIREITO DE RESPOSTA

Ao tentar defender a política meritocrática repaginada pela Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, o Sr. Secretário da Educação Paulo Renato Souza atribui grande responsabilidade pelos problemas da escola aos professores e à sua formação, apontando as Faculdades de Educação, e nominalmente a Unicamp e Usp, pelos males da Educação do Estado de São Paulo.

Afirma o Sr. Secretário que a formação nesses cursos é muito teórica e ideológica, em que se defende a ausência de método e não se provê o professor de técnicas adequadas de ensino.

Não ingenuamente, o Sr. Secretário de Educação faz parecer que universidades públicas e privadas funcionam a partir dos mesmos princípios e condições, com os mesmos propósitos e a mesma qualidade, o que nem de longe corresponde à realidade.

Induz também a pensarmos que são as instituições públicas que formam a maioria dos professores do Estado, o que também não corresponde à realidade. No Estado de São Paulo, infelizmente, as universidades públicas paulistas são responsáveis por apenas 25% das vagas universitárias, contra 75% das privadas.

Vale dizer que essa discrepância não parte de uma opção das universidades públicas, mas foi produzida, nos últimos 15 anos, pela própria política de encolhimento do setor público e ampliação do setor privado que ele, então Ministro da Educação, ajudou a implementar.

Soa estranho, então, que a responsabilização pela suposta má formação dos professores recaia exatamente no setor minoritário, em termos numéricos, quanto à formação de professores.

Pior fica perceber que o ex-Ministro e atual Secretário de Educação do Estado desconhece os projetos e currículos dos cursos de pedagogia da Unicamp e Usp, pelos quais o Estado é responsável.

No caso do curso de Pedagogia da Unicamp, há mais de uma década temos defendido e trabalhado, como princípios norteadores de nosso currículo, a formação teórica sólida (da qual certamente não abrimos mão, já que formamos educadores e não técnicos), a pesquisa como eixo de formação, a unidade teoria-prática, sendo o nosso compromisso, como universidade pública, com a educação pública de qualidade para todos. Em nossa última reforma curricular, foi exatamente nas atividades de pesquisa e prática, e no estágio supervisionado, que logramos ampliar nossa carga horária e nossas experiências de formação.

Nada na nossa organização curricular e nos nossos planos de ensino aponta para a defesa do espontaneísmo e ausência de pesquisa sobre a prática, como afirma nosso secretário. Equivoca-se o Sr. Secretário ao confundir autonomia do professor, como intelectual que reflete sobre a própria prática e toma decisões, com ausência de método. Nossa ênfase na formação continuada a partir dos projetos pedagógicos das escolas, como trabalho coletivo, reforçam essa diferença.

Se pensar criticamente a realidade, conhecer os problemas do nosso país, dos nossos alunos concretos, dos nossos professores concretos, é visto pelo Sr. Secretário como “viés ideológico”, o que dizer da assunção de uma meritocracia cruel e desumana, que se assenta de forma alienada sobre as profundas desigualdades que marcam o nosso Estado e o nosso país, escamoteando e ocultando suas verdadeiras causas por meio do discurso falacioso da meritocracia? Não haverá também aí viés ideológico, e a questão não estaria na opção que fazermos, de nossa parte, por defender uma educação de qualidade para todos, e da parte do Governo do Estado, em manter a desigualdade entre a educação para o povo e a educação para as elites? Ou pretende o Sr. Secretário zombar da inteligência do leitor, querendo fazer crer que a política por ele desenvolvida é neutra, imparcial, desprovida de ideologia?

Apenas para ilustrar nosso compromisso e vínculo com a realidade e o cotidiano escolar, e a relevância do trabalho que realizamos, segundo dados fornecidos pela Assessoria de Imprensa da Unicamp, a pesquisa realizada nesta Universidade mais consultada neste ano de 2009 é da Faculdade de Educação e, talvez para surpresa do Sr. Secretário, trata de uma questão pungente da sala de aula: o ensino de matemática. Esse é apenas um exemplo dos estudos que realizamos e nossa produção aponta a intensidade do vínculo que estabelecemos com a escola pública, nas nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Além disso, o Sr. Secretário desconhece que o curso de Pedagogia da Unicamp foi reconhecido, durante os últimos anos, como um dos melhores do país.

Quanto à forma como encaramos a relação público-privado, vale salientar que, em muitos países em que dizemos nos espelhar, a educação pública de qualidade é um direito da população, as condições de trabalho e salário docente são garantidas sem a necessidade do apelo à alegoria do discurso meritocrático, e a maioria das vagas universitárias são públicas (como nos Estados Unidos e na nossa vizinha Argentina). E, para informação do Sr. Secretário, a verba pública não é do governo nem do setor econômico; provém dos muitos impostos que nós, trabalhadores paulistas, brasileiros, pagamos, com o suor de nosso trabalho. A educação de qualidade, portanto, é nosso direito e obrigação do Estado.

Congregação dos professores da Faculdade de Educação da UNICAMP

PS.: CADA VEZ QUE LEIO UMA INTERVENÇÃO COM ESTE NIVEL DE QUALIDADE ME BAFEJA A ESPERANÇA DE QUE NEM TUDO ESTÁ PERDIDO.

BOA LUTA....

terça-feira, 10 de novembro de 2009

SEJAM FORTES COMO O CARVALHO - PARA OS PROFESSORES E PROFESSORAS

Seja forte...

Como o carvalho...

Todas as vezes que nos deparamos com problemas em nossa vida, observamos o quanto somos frágeis. As alegrias se vão e só fica a verdade de que somos impotentes para lidar com adversidades que surgem no decorrer de nossa existência.

Deus nos deixa lições interessantes em sua criação para nos mostrar o contrário, que o homem foi criado forte e que essa força é sempre adquirida e absorvida dessas situações adversas. Você conhece uma árvore chamada CARVALHO?

Pois é, essa árvore é usada pelos botânicos e geólogos como um medidor de catástrofes naturais do ambiente. Quando querem saber o índice de temporais e tempestades ocorridas numa determinada floresta, eles observam logo o carvalho (existindo no local, é claro), que naturalmente é a árvore que mais absorve as conseqüências de temporais.

Quanto mais temporais e tempestades o carvalho enfrenta, mais forte ele fica! Suas raízes naturalmente se aprofundam mais na terra e seu caule se torna mais robusto, sendo impossível uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo! Mas não pense que os cientistas precisam fazer essas análises todas para saber isso! Basta apenas eles olharem para o carvalho. Por absorver as conseqüências das tempestades, a robusta árvore assume uma aparência disforme, como se realmente tivesse feito muita força. Muitas vezes uma aparência triste!

Cada tempestade para um carvalho é mais um desafio a ser vencido e não uma ameaça! Numa grande tempestade, muitas árvores são arrancadas, mas o carvalho permanece firme!

Assim somos nós.

Devemos tirar proveito das situações contrárias à nossa vida e ficar mais fortes! Um pouco marcados. Muitas vezes com aparência abatida, mas fortes!!!

Com raízes bem firmes e profundas na terra! Podemos, com isso, compreender o que o nosso PAI maravilhoso quis nos ensinar, quando disse que podemos todas as coisas naquele que nos fortalece.

E também a confiança do rei Davi quando cantou:

_"Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte eu não temerei mal algum, porque TÚ estás comigo..."

PS.: Recebi isto de um amigo uma vez. Penso que é um bom momento.

EDUCAÇÃO E PROJETO YEDA - CARTA DO COMPANHEIRO NEI SENA

CAMARADAS
>
>
>
> Elles tentam nos
> engabelar com uma falsa cantilena. Querendo nos fazer de
> bobos.
>
> Vou tentar levantar
> alguns pontos preliminares, para que possamos nos subsidiar.
> Sendo que a Direção, segunda-feira, pela manhã, vai
> tentar saber mais sobre a tal "proposta da Yeda" e
> fazer uma analise mais apurada. Já que a tal
> "proposta" se sabe só através da midia.
>
> Vejamos:
>
> 1) Está marcado para o dia 11/11, audiência com o
> secretário de deseducação, que anda reunindo-se
> diariamente com a agenda 2020.
>
> 2) Estoura novos escândalos de corrupção do governo que
> ficou encoberto pela "noticia de reajuste".
> Portanto a corrupção do governo e seus aliados continua.
>
> 3)Estão tentando trabalhar a imagem positiva da
> governadora corrupta.
>
> 4)O governo envou a Assembléia Legislativa projetos de
> leis que reajusta o salário do judiciário, ministério
> público, tce, assembléia legislativa, altos salários etc.
> Portanto dá o filê aos altos salários e joga o osso aos
> demais servidores, Educadores, policiais etc, para ser
> disputado
>
> 5)O governo tenta enrolar, com o apoio midiatico, da agenda
> 2020, parlamentares de sua base(PSDB, PMDB, PP, PPS,
> PTB, e dois deputados do PDT) apresentando a
> "nova proposta" como a rendenção da lavoura.
>
> Não há nada de novo, ou seja, mantém
> o PL 284/2008. Simplesmente transforma o teto de R$950,00
> para R$1.500,00,, para 40h/semanais.
>
> 6)Institui o Plano de Desenvolvimento Instituicional(PDI),
> aos moldes de Minas Gerais. Implantando a meritocracia, com
> contrato de gestão(lembras do que aconteceu no governo
> Rigotto,em São Luiz Gonzaga e Soledade?), Tendo como
> gratificação a possiblidade de um 14º salário, cumprindo
> metas e se o Estado tiver condições financeiras. Cria novo
> plano de carreira. Os que continuarem no atual plano de
> carreira, ficam num plano em extinção com os salários
> congelado e os que optarem pelo novo plano de carreira,
> terão achatamento salarial, com quebra de isonomia e
> paridade.
>
> 7) Ainda podemos captar na imprensa aliada da Yeda, que
> irão alterar a Constituição Estadual e o Estatuto dos
> Servidores Públicos. CUIDADO.
>
> 8)IMPORTANTE RELEMBRAR:
>
> a) Em Minas Gerais: foi implantado a meritocracia, os
> aposentados perderam a paridade, ninguém recebeu
> integralmente o 14º salário. Tem-se noticia que o máximo
> que conseguiram foi 30% do valor do mesmo.
>
> Quem tiver duas avaliações negativas
> consecutivas ou três intercaladas são DEMITIDOS.
>
> Mais de 200 diretores de escolas, que
> não cumpriram as metas, foram DEMITIDOS.(Resgate a SINETA
> ESPECIAL que foi publicada no 1º semestre, com o texto do
> Sociologo Rudá Ricci, que muito bem relata a situação
> mineira).
>
> b)São Paulo: com a implantação deste modelo mais de 100
> mil Educadores foram DEMITIDOS. A os serviços de merenda,
> limpeza etc está terceirizado, Grande número de escolas
> municipalizadas. Muitas destas, pelos municipios não poder
> arcar com a demanda foram fechadas.
>
> Há cerca de duas semanas foi aprovado ,
> em São Paulo, pela maioria da Assembléia Legislativa, PL
> que cria 5 faixas salariais, que poderá atingir cerca de
> 20% da categoria, com reajuste de 25%, DESDE QUE O
> ESTADO TENHA RECURSOS FIANANCEIROS, segundo palavras do
> próprio secretario de educação de SP, o ex-ministro de
> educação de FHC, Paulo Renato.
>
> TEMOS DE FICAR EM ALERTA ABSOLUTO,
> MOBILIZADOS E ATUANDO.
>
> Sugerimos que os NÚCLEOS realizem
> reuniões ampliadas, ainda, neste final de semana, busquem
> inclusive os aposentado, Crie a Comissão de Mobilização,
> para já, segunda, pela manhã, passar nas escolas
> esclarecendo os Educadores.
>
> Realizem analise e discussão nas
> escolas, esclareçe os Educadores, os alunos, pais e
> comunidade sobre o risco que a Educação Pública está
> correndo e sobre a corrupção que campeia pelo RS.
>
> Que a Comissão pressione os(as)
> parlamentares da base do governo Yeda(PSDB, PMDB, PP, PPS,
> PTB e os dois do PDT), no corpo a corpo no final de semana
> ou enviando e-mails, telefonemas etc.
>
> NÃO IR ATRÁS DO QUE DIZ A RBS, CORREIO
> DO POVO etc, póis são porta-vozes da Yeda.
>
> Vamos preparar a Assembléia Regional
>
> DIA 20 DE NOVEMBRO, ÀS 13H e
> 30 MIN., GIGANTINHO, POA, ASSEMBLÉIA GERAL.
>
> A Direção estará enviando aos
> núcleos DOCUMENTO, nas próximas horas.
>
> Mantenha-se informado acessando o portal
> do CPERS/SINDICATO: www.cpers.com.br ou
> procurando o seu Núcleo.
>
>
>
> AGORA É ALERTA ABSOLUTA COM
> MOBILIZAÇÃO JÁ.
>
>
>
> FORA YEDA
>
>
>
> Nei Sena
>

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

NOTA DO CPERS SOBRE O PROJETO DE YEDA

No dia 5 de novembro a governadora Yeda Crusius
anunciou, pela imprensa, que irá encaminhar proje-
tos à Assembléia Legislativa com propostas de modi-
ficações nas carreiras e na forma de remuneração
dos servidores públicos.

Os projetos não foram apresentados ao CPERS/Sin-
dicato, num claro desrespeito à nossa entidade. Mas
as informações divulgadas nos meios de comuni-
cação através de manifestações da governadora e de
secretários de estado indicam que:

1 -O governo pretende instituir o valor de R$
1.500,00 como remuneração mínima e não como
básico do nosso Plano de Carreira;

2 -Yeda também deseja estabelecer a remunera-
ção por mérito, através de mecanismos de avalia-
ção e cumprimento de metas de gestão, como se
a escola fosse uma empresa;

3 - O governo condicionará futuros reajustes ao
superátiv na arrecadação do estado;

4 - A proposta também deixa clara a intenção do
governo de simplesmente excluir os aposentados
de qualquer possibilidade de reajustar seus
vencimentos.

Ao contrário do anunciado, os projetos do governo
não concedem qualquer reajuste salarial e tem como
única finalidade mascarar o desmonte das carreiras
da categoria;

O governo mais uma vez tenta enganar os trabalha-
dores em educação e a sociedade. Pretende acabar
com as carreiras dos educadores criando para isso
um abono salarial, pois não reajusta o vencimento
básico das classes e dos níveis.

Ao propor a remuneração através da meritocracia,
ignora a falta de estrutura e de investimentos na
educação, o sucateamento das escolas e as enormes
desigualdades, sociais e econômicas, existentes
entre as diferentes regiões e mesmo entre municí-
pios. Com este mecanismo, apenas alguns poderiam
receber o dito “14º salário”, sem contar que os apo-
sentados estariam fora.

O CPERS/Sindicato repudia qualquer iniciativa que
invista contra os planos de carreira e também que
exclua os aposentados, bem como propostas que
discrimine algum trabalhador em educação.

Portanto, o CPERS/Sindicato denuncia a propaganda
enganosa do governo ao anunciar que esta criando
uma nova e vantajosa matriz salarial para o
magistério e também o método golpista de tratar a
categoria, pois anuncia medidas que trarão duras
conseqüências para todos, poucos dias antes da
audiência marcada com a direção do sindicato.

Na realidade, Yeda aumenta as distorções salariais,
pois enquanto ataca os trabalhadores em educação,
arrochando os salários, concede substanciais au-
mentos para os que estão no topo da pirâmide,
como delegados, coronéis, Tribunal de Contas,
procuradores, secretários e até mesmo o seu pró-
prio salário.

Por estas razões, convocamos todos para, uma vez
mais, se mobilizar na defesa dos nossos direitos, exi-
gindo a implantação imediata do Piso Salarial Nacio-
nal como básico do nosso Plano de Carreira, rejei-
tando a proposta do governo e exigindo reajustes
que recomponham as perdas salariais para todos os
trabalhadores em educação do Rio Grande do Sul,
pois os professores e os funcionários de escola vivem
o mais brutal arrocho dos últimos anos.

Por estas razões, convocamos todos para, uma
vez mais, se mobilizar na defesa dos nossos
direitos, exigindo a implantação imediata do
Piso Salarial Nacional como básico do nosso
Plano de Carreira, rejeitando a proposta do
governo e exigindo reajustes que recompo-
nham as perdas salariais para todos os traba-
lhadores em educação do Rio Grande do Sul,
pois os professores e os funcionários de escola
vivem o mais brutal arrocho dos últimos anos.

NOTA DA DIREÇÃO
DO CPERS/SINDICATO

LIDERANÇA TRIBAL

Encontrei uma resenha na revista ÉPOCA/NEGÓCIOS de julho de 2008 que me chamou a atenção para vários insights que já estão de certa forma presentes no texto lá atras sobre crenças, ferramentas e ambiente. Vou citar o texto integral:

"Respeite as tribos de sua empresa
Grupos informais são mais poderosos do que se pensa e podem levar líderes ao fracasso

Por Época Negócios

Sabe aqueles grupinhos de funcionários que se reúnem em torno da máquina de café ou que sempre almoçam juntos? Eles são uma das forças mais poderosas dentro das empresas. É o que afirma o livro recém-lançado Tribal Leadership: Leveraging Natural Groups to Build a Thriving Organization ("Liderança tribal: alavancando grupos naturais para construir uma organização próspera"). Como sugere o título, são "tribos" que se formam naturalmente dentro das organizações, independentemente da vontade da cúpula da empresa. Algumas dessas tribos favorecem o sucesso do negócio, outras são um estorvo aos desígnios das chefias.

Há basicamente cinco tipos de tribos, de acordo com os autores, os consultores americanos Dave Logan, John King e Halee Fischer-Wright. Para identificá-las, basta prestar atenção à maneira como seus integrantes se manifestam a respeito do trabalho, de seus colegas e da vida. Na pesquisa, que envolveu 24 mil funcionários de grandes empresas americanas, despontaram as seguintes tribos:

Hostis - Formadas por funcionários que gostam de manifestar seu pessimismo no ambiente de trabalho e que resistem a qualquer iniciativa da chefia. "Essa vida é uma droga" está entre suas frases favoritas.

Desmotivadas - São as tribos dos desligados e apáticos. Ficam felizes com a própria falta de empenho, ao mesmo tempo em que reclamam de que não são ouvidos pela cúpula da empresa. Se pudessem escolher, não seriam responsáveis por coisa alguma.

Autocentradas - São as tribos compostas por funcionários egocêntricos. Gostam de competir individualmente e resistem a qualquer tipo de colaboração. "Sou melhor do que meus colegas", acreditam.

Colaborativas - Os que delas participam gostam de colaborar e dividir conhecimento. São tribos competitivas, mas sempre com o espírito bélico voltado a outras companhias. "Nós somos grandes, eles não" é a sua crença.

Desbravadoras - São as mais raras. Seus membros exalam entusiasmo juvenil pelo que fazem e se dedicam a criar, freqüentemente com sucesso, coisas nunca antes sonhadas. "A vida é boa" poderia ser o seu lema.

Um novo CEO terá mais chance de sucesso se tiver sido antes um líder tribal na empresa
No livro, esses cinco tipos de tribo são descritos como estágios. No nível mais baixo estão as hostis e no cume, as desbravadoras. Um líder bem-sucedido é aquele que consegue fazer com que as tribos prejudiciais à empresa assumam uma atitude positiva para o negócio e ascendam nessa escala. É inútil buscar o impossível. Em vez de querer que funcionários desmotivados transformem-se rapidamente em grandes espíritos empreendedores, é melhor se esforçar para que atinjam o estágio imediatamente à frente - no caso, a tribo dos autocentrados. Os autores recomendam aos líderes que se aproximem dos funcionários que mostrem enfado com sua tribo e revelem sinais de que podem dar um passo adiante. Devem usar frases de estímulo, como "penso que você tem potencial para liderar".

Um novo CEO ou um novo líder de departamento têm poucas chances de sucesso se não forem, também, líderes tribais, diz Tribal Leadership. Caso sejam, viram ímãs de talentos quando assumem uma liderança formal dentro da companhia. "As pessoas ficam tão ávidas para trabalhar com eles que aceitariam redução de salário se isso fosse necessário", afirmam os consultores. Da mesma forma, a reestruturação de uma empresa invariavelmente fracassa se não contar com a aprovação dessas lideranças informais e de suas tribos."

Veja neste link: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI23026-16366,00-RESPEITE+AS+TRIBOS+DE+SUA+EMPRESA.html

Bem é o que deu para arranjar de momento. Veja e se interessar vá para o livro ou blog.

Esta obra já tem blog e está traduzida para o português com publicação razoavelmente acessível. É curioso que uma abordagem mais sociológica e até antropológica passe a figurar em textos e trabalhos de administração com mais desenvoltura. Penso que isto, ao contrário de um utilitarismo ou uma instrumentalisação de teorias sociais - o que aliás é frequente desde o surgimento da sociologia, pode marcar algumas mudanças de foco no sistema. Mas este já é um outro papo.

Inté mais....

Dor de Dentes

A pior dor de dentes da minha vida.

Anulou os quatro últimos dias da minha semana.

E quase ameaçou gravemente a minha abstinência do cigarro que já vai a quase três meses.

Inda bem que eu tô guentando.

Remédio, remédio e mais remédio.

Fiz a primeira refeição razoável hoje. E olha que foi só na coragem.

Fico pensando no que minha cunhada me perguntou quando falei que estava neste quadro e que a coisa era feia mesmo: Dá vontade de arrancar tudo?

Nem respondo.

Só não quero disseminar um medo de dentista aqui não, pois confesso que esta foi a minha pior experiência de todas.

Mas tudo passa....

PS.:

Tô loco para escrever sobre vários assuntos: o PED do PT em São Leopoldo, a expulsão da garota na Uniban SP, a última declaração do Caetano Veloso e o último texto do FHC, os 20 anos da queda do muro de Berlim, Liderança Tribal, o meu mais novo estagiário e Heidegger e Trotski etc...


Tinha que publicar aqui algo sobre a Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant e a cronologia da vida dele para os meus alunos.

mas não vai dar não....

fica para a próxima....

sábado, 7 de novembro de 2009

Dilma faz encontro com todos os prefeitos, vice-prefeitos, deputados e senadores do PT em Guarulhos

Dilma participa de encontro com Prefeitos e Vice-Prefeitos do PT de todo o Brasil.

Do Rio Grande do Sul foram aproximadamente 80 prefeitos e vice-prefeitos.

A direção nacional do PT, por meio da Secretaria Nacional de Assuntos Institucionais (Snai), promove na sexta (6) e no sábado (7), em Guarulhos/SP, um grande encontro de prefeitos e vice-prefeitos do partido. Este encontro também foi organizado e articulado com o apoio das Secretarias estaduais de assuntos institucionais e das direções estaduais do Partido e também com intensa participação do GT- Eleitoral que foi constituído pela direção nacional do PT em agosto deste ano. Deste Grupo de Trabalho faz parte o nosso prefeito de São Leopoldo Ary José Vanazzi.

O tema central do encontro será A atual conjuntura política, os avanços do Governo Lula e as eleições de 2010. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, participa do evento durante todo o sábado.Também participarão ministros, senadores, deputados federais e estaduais do PT, além de outras lideranças nacionais.

De acordo com Romênio Pereira, titular da Snai, todos os 560 prefeitos e os 423 vice-prefeitos petistas de todo o país foram convidados para o evento. “A Snai considera que este encontro será a grande atividade política do partido neste final de ano, paralelamente à realização do PED 2009. Por isso estamos concentrando todos os nossos esforços para levar o maior número possível de prefeitos e vices ao encontro”, afirma Pereira.

A programação do encontro terá início na noite de sexta-feira (6) e durante todo o sábado (7), quando serão debatidos temas como a atual conjuntura política, os avanços do Governo Lula e as eleições de 2010.

Sendo que no sábado ao meio-dia haverá um almoço entre a Dilma e as prefeitas e vice-prefeitas do PT de todo o Brasil cuja provável pauta será a participação da mulher na política brasileira e na gestão pública.

Veja a Programação

Dia 06 de novembro, sexta-feira

18h às 22h - encontros simultâneos - encontros regionais entre os prefeitos e vices (regiões sul, sudeste, nordeste, norte e centro oeste)
- plenária entre os/as deputados/as do PT

Dia 07 de Novembro, sábado

09h às 12h - O desafio de 2010: tática e estratégia para a vitória da esquerda na eleição Presidencial (conjuntura nacional, programa de governo e alianças).

12 horas - Almoço das Prefeitas e Vice Prefeitas com a companheira Dilma Rousseff

14h às 17 – Introdução ao debate sobre agenda e mobilização ( encontros regionais - caravanas )

17 horas - Ato de encerramento

18 horas - Confraternização - Snai

Bom debate....

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Claude Lévi-Strauss: 1908-2009

As ciências humanas e sociais perdem um dos seus maiores pensadores de todos os tempos. A ciência perde um grande revolucionário do século XX. O pai do estruturalismo em etnografia, antropologia, literatura, culinária e sociologia era um filósofo. E digo isto, com o mesmo sentido que eu diria que Hanna Arendt era uma filósofa, ainda que ela recusasse esta designação. Não haveria como não enquadrá-la neste conceito. E o mestre Claude não escapa disto também, apesar do seu grande envolvimento com a teoria e a pesquisa sociológica. Primeiro por influência de Emile Durkhein. Segundo por conta da etnografia de Marcel Mauss.

Mas ele é um Filósofo. Primeiro por ter constituído teoria original e contra-intuitiva sobre temática conhecida, explorada e convencionalmente abordada. Segundo, pelo fato de, ao contrário de muitos outros hoje, ter frequentado efetivamente um curso de filosofia, ainda que este não seja um critério excludente de que outros cientistas não possam ser filosófos. E, em terceiro lugar, por ter criado quase do nada uma grande corrente original e muito fértil de pensamento. O Estruturalismo não seria nada sem o impacto metodolóigico dos textos e dos conhecimentos desvendados por Levi-Strauss em suas pesquisas.

E, "nós" cientistas sociais brasileiros - o que inclui aí ex-presidente, Florestam Fernandes, Octavio Ianni, Paul Singer, et alii, perdemos um mestre que plantou aqui algumas das sementes fundamentais da sociologia, antropologia e filosofia brasileiras. Digo isto porque é assim que deveríamos olhar para esta passagem de Levi-Strauss. A história da influência deste cientista sobre as ciências tupiniquins e a filosofia brasileira - com o seu forte viés sociológico aliás - ainda precisa ser melhor contada e talvez esta seja a oportunidade para tal.

Se você pesquisar neste exato momento sobre isto encontrará informações ambíguas e fugazes. Claro, este é o dia e a semana em que teremos os melhores textos sobre ele. Os obituários trazem consigo esta característica revelam grandes qualidades e surpreendem os leitores porque são escritos para fazer isto mesmo. Dar destaque a algo que sempre foi passado como se fosse mais uma idéia comum na platitude das idéias dos sociólogos, filósofos e outros.

Ainda sequer interpretamos a obra deste autor de uma forma mais coletiva e pública. E é um dos outros fatos curiosos este: o fato de que, ao contrário de diversos outros paises, a sociologia ainda não é uma moeda corrente entre os cidadãos brasileiros. Se você caminhar em Paris ou em diversas cidades francesas e perguntar quem foi Claude Lévi-Strauss talvez descubra o que eu estou a querer dizer com isto.

E, posto isto, considerando que ele também estudou as características sociais e antropológicas de grupos e tribos brasileiras maior ainda é o nosso desafio. Não vou dizer nada aqui sobre isto. Qualquer texto hoje tratará disto. Dos três anos na USP recém criada. Do encontro surpreendente e espantosos - atenção na palavra - com tribos indígenas brasileiras. Algumas delas não tem mais sequer o rastro de tanta aculturação que sofreram. E é um ponto importante este: saber que a nossa civilização exterminou objetos de conhecimento deste notável antropólogo e etnógrafo.

Em sua obra Tristes Trópicos precisamos ler à contrapelo para perceber importantes anotações sobre o nosso povo e nossa cultura. E neste exato momento devem haver pelo menos uns 30 jornalistas culturais se ocupando de fazê-lo ou refazê-lo mais uma vez. Faço a aposta de que todos os cadernos culturais da próxima semana virão requentar aqui o Cru e o Cozido para servir aos curiosos leitores. Mas os bastidores parecem dizer autre chose, por exemplo, parece haver uma rejeição cultural brasileira as idéias de Lévi-Strauss. Vamos ver isto mais de perto quando começarmos a debater o que foi mesmo que ele viu em nós. Quais estruturas ele mapeou da nossa cultura originária e social.

É um bom momento para abrir as páginas de seus livros e compreender melhor a sociologia do século XX e o estruturalismo.

Descanse em paz...afinal deixaste para todos nós da humanidade uma boa obra que merece a nossa atenção.

Voi-lá...

sábado, 31 de outubro de 2009

Conselheiro, Halloween e Formatura

Hoje é o dia. Hoje tem a NOITE DO ESPANTO NO OLINDO FLORES.

Fazem mais de três meses que, numa sexta-feira de julho - anterior ao recesso e às duas semanas de gripe A, quatro alunas das turmas 3N1 e 3N2, me procuraram como conselheiro e amigo delas e das duas turmas pedindo ajuda, orientação e apoio para realizarem uma proposta de festa Halloween, porque elas entendiam que as turmas iriam se formar e não tinham feito nada ainda que desse resultados para fazer o caixa da formatura e integrar legal os dois terceiros anos entre eles e dentro deles.

Pois bem, a primeira atitude minha com elas foi sentar e conversar sobre os desafios, as etapas e a organização desta atividade. Definimos três etapas, organização junto as turmas (formação de comissões e etc.), divulgação e venda dos ingressos e preparação da festa.

Não dei a mínima para o aspecto cultural ou de importação de um modelo de atividade dos EUA. Entendi que o meu papel como conselheiro e professor é apoiar e contribuir para que os propósitos dos alunos tenham êxito. Não quero entrar no mérito do propósito porque penso que quem patrulha isto e não promove semana farroupilha, semana da pátria, festa de são João e etc. não está com nada. Penso que os alunos devem construir um calendário de atividades e efemérides na escola com os professores que pode incluir isto e outras coisas também.

Por causa disto passei para a execução da festa, com as alunas e alguns alunos conversamos com o vice-diretor da noite - agora diretor eleito da escola - que apoiou a iniciativa. Conversamos com a outra conselheira - professora Márcia que apoiou a iniciativa e participou inclusive de uma das reuniões de organização.

Um dos temas de intenso debate na comissão e com as turmas foi justamente a questão de fazer a atividade na escola ou fora dela. Aqui estava envolvida a questão da venda de bebidas alcoólicas na atividade. Defendemos com alguns alunos de não trabalharmos com bebidas alcoólicas tanto por conta de ser uma atividade da escola como pelo fato fde reduzir-se com isto outras complicações, apesar do lucro que poderia ser obtido. Defendemos também a questão de fazer uma atividade saudável e tranquila, de que era possível haver divertimento sem bebidas alcoólicas no espaço da atividade.

A proposta inicial sem bebidas alcoólicas foi de fazermos sucos coloridos diversos como opções de bebidas refrescantes, mas, ao final, por argumentos consistentes de um aluno a respeito da higiene e outros aspectos optamo por comprar somente refrigerantes para revender.

Marcamos a data: 31 de outubro.

Em meio a isto estruturamos a festa e passamos a organizar os trabalhos. Houve um período em que a festa esfriou um pouco, em que os alunos e alunas ficaram desanimados e que foi superado há três semanas.

Sugerimos o nome de A NOITE DO ESPANTO e pegou...

Os alunos fizeram um modelo de convite e a mais de 15 dias começaram a vender e distribuir. A idéia era que cada aluno das turmas formandas ficasse com quatro convites e com isto fizesse o caixinha da festa. Isto deu mais ou menos certo.

O que importa é que hoje é o dia e a semana toda tivemos diversos reuniões e iniciativas para confirmar o sucesso da festa.

A festa ainda não aconteceu, mas eu estou muito orgulhoso com os alunos, pois o evento está amplamente divulgado nos bairros da zona norte e também em outras cidades. Correu o mundo a notícia da festa dos alunos do Olindo e tenho notícias de que muitos ex-alunos vão vir participar e apoiar a atividade dos formandos.

Darei alguns exemplos das diversas providências tomadas:

Foram feitos 600 convites.

Foram feitos 200 cartazes.

Foram feitos mais de 1000 mosquitinhos para distribuir nas escolas da zona norte da cidade.

Compramos refrigerantes e encomendamos lanches para vender.

A decoração está sendo feita agora, neste instante por uma comissão de alunos.

Tem uma equipe de som e elétrica que vai instalar todas as luzes e equipamentos agora.

Tem uma equipe de limpeza.

E a equipe de tesouraria tem feito um trabalho excelente na organização das contas da atividade.

Foi providenciada contratação de uma equipe de segurança profissional.

Toda a festa está pensada e discutida na comissão e entre os alunos.

E daqui a pouco eu vou indo lá para a escola para fazer o salchipão para as equipes que trabalharam pela manhã e a tarde.

É uma atividade interessante esta porque nesta semana a intensidade do envolvimento, o entusiasmo e a iniciativa dos alunos aumentaram de forma extraordinária. Na última reunião na noite de ontem conseguimos acalmar um pouco a turma, mas é engraçado olhar para o grupo e perceber como cada um tem uma forma de envolvimento com as coisas. Tem desde os pessimistas ao otimistas. Aqueles que se preocupam demais e tem insônia com a festa e tem aqueles que fizeram de conta que não havia nada acontecendo mas que aqora nas horas decisivas estão se apresentando e fazendo algo para ajudar.

E tem aqueles que parecem querer boicotar, mas tudo passa....

Na semana que vem vamos ter que administrar duas coisas: o resultado da festa que poderá levar eles a querer fazer outra festa e o tema da formatura que andou atravessando bastante a mobilização. Afinal, estarão se formando 60 alunos do noturno do Olindo, uns 40 alunos do diurno e mais 15 alunos da Escola Victor Becker aqui ao lado. E já há indicativos de fazermos uma só formatura na escola e uma festa de formatura no Clube União.

Bem...Hoje é o dia.....

um bom dia....

PS.: A festa foi um sucesso e todos os objetivos foram atingidos. Não ocorreu nenhum incidente e a festa se encerrou a meia-noite. A escola foi toda limpa antes e depois da festa e a decoração criou um bom ambiente. Eu estou muito satisfeito e orgulhoso dos alunos que souberam trabalhar em equipe e deram um banho de bola em organização, disciplina e entrosamento. O vice-diretor Jorge apoiou o evento ficando junto as turmas e aos alunos até o final e a conselheira Márcia ajudou bastante também acompanhando todo os desdobramentos e a atividade. Parabéns a todos e ao Olindo Flores, pois sinto que está provado que dá para fazer boas festas no espaço escolar e que tanto a formatura quanto a festa de formatura podem ser realizadas na escola mesmo. Mas este já é um outro debate....

Aquele abraço....valeu.....

terça-feira, 27 de outubro de 2009

DA VIDA NADA SE LEVA - MAS A VIDA É BOA

Tava tomando uma cerveja com um velho amigo meu na semana passada e fiquei pensando sobre como a vida, com todas as dificuldades que nos apresenta, é boa. Talvez o meu mais antigo amigo nesta vida. Estamos para completar 45 anos logo logo, eu em janeiro e ele em abril. E eu olhei para ele mirando os olhos das meninas no bar e na calçada da nossa cidade natal e exclamei: O Kiko, bem que a gente podia viver mais uns quarenta anos!!!

E conclui dizendo que eu aceitava até ficar vivo numa cama de hospital com o controle remoto nas mãos e a tevê no teto.

Fui contar esta graciosidade para os meus colegas e as colegas na escola e uma delas respondeu que era realmente engraçado isto, o fato de que a vida, com todas as dificuldades é realmente boa. Só concluiu dizendo que provavelmente as enfermeiras teriam muito trabalho comigo. Eu sorri e aceitei a provocação num bom sentido. Dá para ser feliz em diversas condições.

Ao colocar o título deste post pensei no fato de que Do mundo nada se leva ou que da vida nada se leva, somente a vida que somos capazes de ter e viver.

Hoje é terça-feira, minha noite de folga e passeio.

Um grande abraço.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

AMBIENTE, FERRAMENTAS E CRENÇAS....

Um dos maiores desafios de gestão e de qualquer tipo de associação é como fazer uma leitura adequada das circunstâncias externas e combinar isto com um conjunto de ferramentas adequadas para enfrentá-las e, também, definir as crenças que podem contribuir para o êxito neste empreendimento.

A relação entre estes elementos pode parecer simplista até, mas não parece razoável subestimar a dependência entre uma ou outra destas três variáveis, seja na definição de mais ferramentas, seja na definição de crenças mais fortalecidas.

Podemos até supor que a arte da liderança consiste justamente nisto, nesta equação que muitas vezes só pode ser atingida coletivamente, se o debate for franco, honesto e com o menor índice de fantasias subjetivas.

A tradição clássica e a tradição moderna supunham que a liderança só perfaz este raciocínio individualmente e esta é a tradição dominante ainda hoje. Mas, bem entendida a filosofia do século XX, é passada já a época ou o século em que se descobriu que pensar sozinho pode ter eficácia reduzida e pode ser mais aberto ao erro de abordagem e ao preconceito.

Não há como negar que o debate coletivo, o conselho de opiniões e conhecimentos diversos ajudam em muito na deliberação política e gerencial. Não dá mais para fazer política pensando sozinho, não dá mais para gerenciar uma empresa com um único conselheiro, não dá mais para observar uma associação ou algum movimento com um mínimo de eficácia nos seus empreendimentos que depende exclusivamente daquela cabeça iluminada ou daquele gênio da lâmpada.

Bem vistas as coisas qualquer liderança que se preze - que consegue fazer o jogo hábil e racional com as crenças internas das organizações, tem há muito tempo um conselho atrás de si, ou junto consigo ou à sua frente.

Claro, ainda vemos, em muitas circunstâncias, pessoas que exercem lideranças quase como que se fossem gênios da argumentação, da análise e da política. Seja na capacidade de promover as crenças certas dentro das organizações, seja na capacidade de projetar para fora delas um discurso de alta performance e de grandes resultados. Não vou apontar nenhum exemplo porque a busca de exemplos também é uma experiência importante na compreensão do que estou a dizer aqui.

Neste sentido, vale aqui ressaltar, estes personagens tornam desafios superáveis a escassez de ferramentas ( o que inclui aí, regras, recursos, meios e técnicas), ou o ambiente externo desfavorável e eventualmente muito desfavorável.

Se estivermos corretos neste raciocínio, nesta análise de caso, então, definir com mais qualidade o que são estas crenças, como produzí-las, encontrá-las e reconhecê-las dentro das organizações é um caminho importante na arte da liderança que torna capaz a superação de dificuldades. Mas devemos aqui salientar que algumas destas crenças são, inclusive, invenções. Não são descobertas pelo caminho tradicional de busca e investigação da realidade da organização ou instituição.

É aí que um aspecto interessante da liderança de perfil tradicional entra com aquele componente fundamental da liderança: a visão de futuro. Digo com isto e com mais coisas que a visão importa numa capacidade que não é inata - mas que muito nos parece assim - de perscrutar o futuro, visualizar uma perspectiva e um estratégia que aponta para o caminho certo.

Muitas vezes isto é visto como somente uma crença como qualquer outra, mas temos que prestar mais atenção aos sonhos de alguns visionários. Muitos deles não conseguem apresentar adequadamente o que vislumbram quase como uma mágica. Aquilo que exerce um fascínio aparentemente absurdo para aquele indivíduo da organização pode ter mais valor do que aquela anedota sobre a fantasia que muitas vezes acompanha este indivíduo.

Só devo observar que muitos não entendem o que chamamos de "crenças". Porque parece que estamos reduzindo a importância das fortes convicções e dos conhecimentos consolidados deste ou de outros indivíduos. Mas não é o caso. Trata-se de atenuar o valor de verdade e tratar melhor o papel da disposição e das intenções subjetivas nas organizações

Não tem nada que ver com aquele papo de igreja ou de filosofia de vida. Não é o caso de ver melhor qual a filosofia desta ou daquela instituição.

Veja bem - isto talvez nos ajude a lidar melhor com as crenças em diferentes grupos de trabalho e ambientes internos e externos.

Se tomarmos isto como uma lição de administração podemos ficar aborrecidos e vir com aquele papo de que já pensamos tudo sozinhos e já sabemos tudo. Mas não é disto que eu estou tratando aqui não.

Veja bem estou definindo crenças como aquele conjunto de opiniões que circulam nos ambientes da empresa, para alguns isto é a filosofia da empresa mas isto não vale porque a empresa pode ter uma filosofia e no entanto o que habita o ambiente interno é outro discurso bem diferente. Crenças aqui envolvem expectativas de futuro, avaliações sobre as qualidades, virtudes e problemas da empresa, inclusive aquelas receitas já adotadas ou a adotar que parecem trazer consigo alguma aura de eficácia, eficiência e precisão. Os membros da equipe passam a acreditar ou continuam acreditando naquilo que dá sentido as suas atividades.

Muitas vezes as crenças internas são mais importantes que a hierarquia da empresa porque nelas a noção de poder é mais forte do que na hierarquia do organograma da empresa. E neste meio que circula também o reconhecimento aos mais experientes, aos mais antigos da empresa e também aos garotos prodígio e aos talentosos. Muitas vezes as crenças organizam efetivamente o cotidiano dos grupos e das equipes.

Por isto alguns autores chamam especificamente esta família de crenças que precisamos descobrir de crenças dominantes ou de idéias hegemônicas, pois elas podem não ser compartilhadas pela maioria dos indivíduos e podem inclusive serem desconhecidas por muitos, mas ditam as ações e as condutas produtivas e interativas dos indivíduos.

Descobrir esta crenças é quase como descobrir o que mantém uma instituição com sua vitalidade - para além da marca e do seu capital - e o que pode permitir o impedir propostas de mudanças ou de transformações, seja nos objetivos da empresa ou instituição, seja na sua própria forma de organização. São estas crenças que são mobilizadas para impedir a mudança na instituição e nas sociedades, elas são portadoras de uma verdade tradicional, geralmente aceita e que dificilmente é posta em questão.

E é do conhecimento e do manejo delas que se constitui parte fundamental e decisiva da liderança e ou das lideranças nas instituições e grupos sociais. Não é muito difícil percebermos que em instituições democráticas - tipo partidos de forma democrática ou associações com participação democrática - que todas as pretensões de liderança devem passar por algum tipo de processo em relação às crenças dominantes ou tradicionais e que deve ser capaz de apresentar novas crenças para os demais membros da instituição. Novos objetivos aparecem nas organizações desta forma também.

Claro que não podemos esquecer que a pressão do ambiente externo e as ferramentas disponíveis são, ao fim e ao cabo, justamente os desafios que as lideranças devem superar na constituição destas novas crenças, pois elas podem, fazer isto reconhecendo a sua origem ou apresentando-as como forma de evitar a rendição ao elemento externo.

E é justamente esta a atitude frequente nas organizações políticas. Assimila-se o elemento programático do adversário porque este se tornou dominante junto à opinião pública. No Brasil e aqui no RS o Orçamento Participativo passou por isto, após sofrer forte resistência dos partidos adversários hoje é um elemento assimilado.

Antes de continuar, mais uma pausa....in progress

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

VITÓRIA DE PIRRO

Toda vez que eu assisto certos episódios ou acontecimentos do mundo político me dou conta do significado incrível daquela expressão atribuída a um general grego: Mais uma vitória como esta e estou perdido!

Pirro foi um general grego que venceu a batalha de Ásculo contra os romanos, mas que ao contrário destes não tinha como repor o grande contingente de soldados perdidos na batalha o que, em poucas palavras, significava que havia vencido a batalha mas que estava condenado a derrota logo adiante.

É mais ou menos assim que assisto ao triunfo e à soberba grandiloquente que se abate sobre a (des) governadora e suas tropas na Assembléia Legislativa e no Palácio Piratini.

Mais uma vitória destas e podem chamar os caminhões de mudança e voltar para casa.

Bem, alguém poderia dizer que um Puff verde-limão cabe em qualquer portamalas....

DILMA - A CONSTRUÇÃO POLÍTICA

Não saiu ainda nenhuma pesquisa para confirmar as mudanças no cenário eleitoral nacional. Mas eu vou apostar que a Ministra Dilma Rousseff já está em franco crescimento e que vai consolidar a sua candidatura até o final do ano de forma surpreendente para aqueles que jogaram a toalha em setembro com a pesquisa CNT/Sensus.

De lá para cá, menos de um mês, iniciou-se um intenso processo de organização, planejamento e construção política da pré-candidata do nosso Presidente Lula. Muitos fatos também deslocaram fortemente o eixo do debate para o tema geral do projeto e não mais para o colo do Serra.

O Brasil foi confirmado como país sede das Olímpiadas de 2016, com intensa e vigorosa participação do presidente Lula.

Está praticamente consolidada a avaliação de que o Brasil é o país emergente que melhor superou a crise econômica mundial e que isto se deu pelas virtudes da gestão econômica e política do país e não por sorte ou proteção alienígena.

O Brasil, por intermédio do seu Ministério das Relações Exteriores, promoveu uma forte afirmação da democracia e dos direitos humanos ao acolher o Sr. Zelaia em asilo diplomático na Embaixada de Honduras.

Foi apresentada ao Congresso Nacional a proposta de um novo marco regulatório para a exploração do Pré-Sal. E o debate sobre as royalties e sobre a distribuição dos recursos para todos os brasileiros parece avançar bem.

E no cenário das alianças políticas a nossa candidata tem avançado intensamente na apresentação, negociação e costura da frente política que vai consolidar mais 4 anos de governo para o nosso projeto.

Na semana ante-passada o PDT tomou posição clara em apoio ao nome de Dilma, na voz do Ministro do Trabalho Carlos Lupi.

O candidato a candidato, nosso companheiro, Ciro Gomes tranferiu seu título para São Paulo ao início do mês, isto é, no mesmo período. E abre-se um processo de discussão interessante tanto para o PT quanto para o PSB no Brasil.

As primeiras impresões causadas pela Marina Silva no PV já começam a se dissipar rapidamente e os sinais de fumaça enunciam que os tambores não rufarão mais, tão logo se resolvam as dificuldades internas ao próprio PV em saber exatamente de que lado estão eles no cenário nacional.

E, na semana passada, LULA colocou em sua comitiva pelo São Francisco não somente Dilma, mas Ciro Gomes e Aécio Neves dando forte demonstração de sua disposição para a mobilização e a construção política da candidatura de Dilma.

E agora, nesta semana, o PMDB fecha um acordo ou declaração de intenções de fazer o vice-presidente da chapa de Dilma.

Após isto tudo, aquelas pessoas que começaram a trabalhar como se a pré-candidata Dilma já fosse carta fora do baralho e da disputa eleitoral de 2010 devem ter visto a vaca deles ir completamente para o brejo.

Alguns que até então guardavam silêncio sobre a pré-candidatura, o perfil e os desafios começaram agora uma outra etapa. Vão requentar o processo da Lina Vieira e cornetear, cacarejar e resmungar por aí intensamente sobre o tema da ditadura militar e do papel de Dilma na resistência aos militares e às elites da época.

Este é um tema que representa aquela faca de dois legumes do Vicente Matheus: de um lado, vem aquele papo de que foi terrorismo etceteraetal, mas, por outro lado, isso pode levar água para o moinho da Dilma, porque a pergunta que se pode fazer é qual a diferença neste tema entre Serra e Dilma. O que, francamente, no confronto direto Dilma vence.

Talvez isto explique o fato de Rodrigo Maia do DEM ter defendido que é melhor retirar a candidatura do Serra e substituí-la por Aécio com um perfil mais brando e conciliador. Subjaz a isto a incapacidade da oposição em enfrentar o debate programático contra o governo Lula.

Num cenário de segundo turno parece que Dilma estará mais vitaminanda ainda, porque Serra não terá capacidade para ultrapassar o limite dos 50% e ao mesmo tempo se beneficia do fato de que, como diz o Alon no blog ao lado, ainda não sofreu mira da pistola de laser do Governo Federal em sua direção.

Estamos agora a 12 meses das eleições e alguns fatores que já estão entrando em jogo mostram que é impossível ocorrer o passeio esperado pelos tucanos, pois bastou uma suave definição do PT - ao construir a sua coordenação geral de campanha, o posicionamento do PDT e os três movimentos do presidente acima citados para ameaçar completamente a dita UNANIMIDADE DO SERRA e afirmar claramente a POTENCIALIDADE DA DILMA.

Repito o que já disse em setembro, parece que alguns esqueceram-se do PAC que tem dimensões extraordinárias para o Brasil, e que trará fortes impactos em 2010, veja-se o balanço apresentado em outubro também. Veja bem...o governo do Presidente Lula não está com nenhuma dificuldade para demonstrar a sua capacidade de fazer política e construir a sua sucessora...

Boa luta...

TI LARGUEI!!!!

Ontem trinta deputados estaduais do Rio Grande do Sul votaram contra o Impeachment da (des) Governadora.

Perderam a oportunidade de fazer a coisa certa e corrigir este gigantesco engodo que construiram, sustentaram e continuam defendendo vergonhosamente.

A partir de agora, nenhum destes 30 e some-se a isto as cinco abstenções e as ausências de sempre - o que aliás já virou piada "em decisão difícil: estou fora", jamais poderão dizer que não sabiam de nada e que não tinham nada para fazer.

Tiveram a sua oportunidade e não adianta evitar discursos em tribuna para defender suas opiniões, ações e votos que possam ser usados contra eles na campanha, o voto deles é um gigantesco discurso em tom claro e nitidamente ouvido pelo povo.

O negócio agora é divulgar a listinha deles com o título TI LARGUEI!!!

E não se fala mais nisto porque a partir de agora só em 5 de outubro de 2010 o povo nas urnas pode corrigir esta verdadeira lambança.

Um coroa de 74 anos me disse ontém a tarde mesmo: Já enchi o saco dessa conversa!

Veja só nós conseguimos a proeza de ter um governo em que o vice e o titular não se entendem minimamente. É uma vergonha!!!

E eu perguntei o que eu posso fazer?

Ele só me respondeu: Larga mão! Deixa prá lá!

Então tá véio! Yeda e cambada, TI LARGUEI!!!!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

DIA DO PROFESSOR - 2009 - AS INICIAIS E O ESTATUTO INCOMUM DOS EDUCADORES

Qualquer um que abrir este BLOG terá acesso a diversos artigos meus e coletivos sobre educação, sindicalismo educacional, debates sobre gestão em educação e também sobre algumas dificuldades pessoais e coletivas na educação. Mas tenho que admitir que tudo isto está aqui mais por força do ofício, do hábito, do que por conta de alguma pretensão intelectual ou acadêmica. Devo admitir que os textos aqui só são possíveis porque exerço a profissão de professor, não porque me designo ou porque possuo um diploma de educador ou porque tenho formação educacional.

Este BLOG é sim confessional. Não é somente um lugar onde deposito teses concluídas, conhecimentos científicos ou informações absolutamente objetivas. Aqui entram intuições sobre a minha experiência e de meus colegas. Depoimentos, nem sempre tão objetivos ou imparciais, sobre experiências educacionais. E ainda vão entrar experiências minhas como aluno ao longo da minha formação desde a escolinha infantil até a pós-graduação universitária. Muito do que entra aqui tem um caráter subjetivo e vivencial.

Não gostaria de me dar ao trabalho aqui de construir um discurso na primeira pessoa do plural. Porque não é tão fácil assim, por mais que me identifique com meus colegas e com meus parceiros de caminhada educacional, apresentar aqui a voz da categoria dos trabalhadores em educação. Com a minha experiência sindical aprendi que é muito difícil representar os educadores. E todos os êxitos nesta empreitada que eu percebi eram mais determinados por uma percepção seletiva e sincera do que propriamente por uma doutrina conformadora geral da opinião.

É muito difícil ser a voz da consciência dos educadores. Porque é um universo de diversidades, o universo dos educadores, e deve ser reconhecido como tal. Ainda que pensemos que o resultado final possa ser comum - educar os jovens, crianças - este resultado final não é homogêneo.

Deveria dizer que há duas tendências interessantes neste e em outros processos do conhecimento e de reflexão sobre a experiência humana. De um lado, há o esforço de originalidade, de apresentar algo singular e único na prática e na teoria. De outro lado, há um impulso para a universalização, para a busca de uma homogeneidade e um respeito a padrões reconhecidos e dominantes.

Dou como exemplos básicos para isto: a música e a composição musical; as formas teatrais, os metros da poesia e os padrões dos famosos papers acadêmicos de diversas revistas especializadas. Parâmetros comuns se apresentam tais como pano de fundo de possibilidade para um discurso ou um conteúdo original. Lembro de um mestre meu que disse certa feita que uma boa idéia precisa que a gente arrume bem a caminha dela, ela merece um berço explêndido. De forma mais usual, diria que o envelope da mensagem ajuda a ressaltar a importãncia de um conteúdo. E é este resultado final na educação e em outras atividades que é diferenciado. Por mais que ocorra um esforço de padronização e de construção de parâmetros comuns. Devo dizer que este resultado será tão mais diferenciado, na minha opinião, quanto mais próximo esteja cada educador dos seus alunos. Penso que deve haver um conhecimento do aluno e espero bater nesta tecla por muito anos ainda. E isto produz aquilo que gera ojeriza em alguns educadores e formadores de opinião, aquela falta de homogeneidade entre os conteúdos e métodos de cada um dos educadores.

Penso que isto está compreendido, e bem, na forma como são concebidas as Provas do ENEM e seus conteúdos. Alguns gostariam que os educadores tivessem acordos múltiplos sobre diversas dimensões do seu trabalho. E julgam que eles deveria respeitar determinadas exigências. Penso que quem pensa assim deveria aceitar o desafio ou tarefa de ensinar uns 10 anos de sua vida. Chego até a radicalizar propondo que não deveria haver mais serviço militar obrigatório, mas sim um serviço civil educacional obrigatório, pode ser uns dois anos somente de cada cidadão, para começarmos a dar um fim em diversas formas de desumanização consentida da sociedade em que vivemos. tento dizer com isto que nós temos socialmente uma grande dificuldade para aceitar a originalidade e que isto nos leva a impor uma homogeneidade superficial e enganadora.

Que um educador deve ser tomado como igual ao outro como se eles tivessem simplesmente um estatuto comum é um grande absurdo, pois nenhum profissional dentro mesmo de qualquer carreira é igual ao outro. E este é um dos fundamentos também para a autonomia escolar. É um dos fundamentos principais para a qualidade da educação o fato de haver espaço para a originalidade de cada educador, para a invenção e o desafio de não se limitar a reproduzir conteúdos.

Na minha opinião aliás, o educador não deve ser mesmo igual aos outros. Penso que o estatuto de cada professor deve ser justamente incomum. E que isto pode nos ajudar a reconhecer melhor os educadores em suas qualidades e potencialidades. Não somente porque a formação dos educadores é diferente (assim como as dos cidadãos e outros profissionais também é assim) - de escola para escola encontramos pedagogias e teorias diferenciadas, conforme a concepção dominante em cada escola, ou mesmo conforme a margem de influência que cada educador recebeu sobre o seu conceito prévio de educação. Este conceito prévio de educação é aquela carga que cada um de nós leva sobre a educação antes de sermos formados, formandos ou candidatos a educadores. E este conceito prévio deve ser trabalhado nos cidadãos também. Deve haver um debate maior sobre isto. Sobra a imagem que construímos de nossos educadores e sobre como transformamos ela dentro de nós mesmos.

Esta seria uma experiência legal. Perguntar a cada um de nós quais as nossas principais lembranças dos educadores. Tive experiências interessantes nisto. Vez ou outra me confronto interpretando o meu ofício, mais por influência dos meus educadores primários do que por influência dos meus mestres e mestras, doutores e doutoras acadêmicas. E seria legal também entrevistar todos os alunos dos cursos de licenciatura ao longo de sua formação para medir o quanto ocorre um deslocamento na interpretação da profissão ou quanto de maturação ocorre nas opiniões e conceitos originais. Ver como se desenvolve e se desdobra aquela imagem inicial dos educadores que os educadores constroem dentro de si mesmos.

É bem possível que alguns colegas meus que lerem este texto considerem que estou tangenciando o tema e o seu problema. Que esta circunvolução que estou a fazer aqui foge do ponto de hoje. E é bem possível que sim. É bem possível que seja verdade isto.

Mas eu queria fazer aqui uma aproximação a algo que me parece ser importante no dia do professor. Não quero levar a minha reflexão de hoje na direção de uma resposta a pergunta de para onde vai o discurso do professor, em que direção caminham seus êxitos e sucessos ou o que traz prejuízo para isto tudo. Eu estou querendo apontar o dedinho na direção oposta, a saber, de onde parte o discurso dos educadores, que sentimentos e pensamentos se colocam como iniciais no nosso impulso de buscar qualificação para exercer este ofício.

Eu me lembro sempre do meu impulso a agir sobre a história, sobre o mundo em que vivo na tentativa de compreendê-lo e transformá-lo. Com todas as contradições, riscos e polêmicas que isto demanda. Porque as vezes para transformar o mundo é preciso resgatar algumas tradições, quase como preciso de parãmetros para dar espaço à originalidade.

Então que neste dia do professor todos os meus colegas tenham um grande abraço de seus alunos, que este seja em palavras, gestos ou sinais. E que estes abraços não sejam somente um sinal de concordância, mas que sejam também um sinal de respeito frente à discordância. Pois talvez parte do maior esforço dos educadores seja tornar possível a discordância e a concordância através do debate e da apresentação de diferenças.

FELIZ DIA DOS PROFESSORES PARA TODOS

PARA OS QUE SÃO PROFESSORES...

PARA OS QUE QUEREM SER PROFESSORES...

E PARA OS QUE COMPREENDEM MINIMAMENTE OU MAXIMAMENTE ESTE OFÍCIO...

PS.: Recomendo, no que há de comum entre os educadores, complementarmente a leitura da minha resposta ao David Coimbra ZH sobre os professores e o CPERS.